SOBRE O CONSCIENCIOLOGISMO, DO EXAME GERAL DO CONCEITO
DE “SER DESPERTO”,
DA CONDIÇÃO DE “SER DESPERTO” DE WALDO VIEIRA E OUTRAS
CONSIDERAÇÕES
Posted: 27 May 2013 11:08 AM PDT

Por Fernando Salvino (MSc)
Parapsicólogo, Psicoterapeuta
FEBRAP/ABRAP / Parapsicologia-RJ (Dr. Geraldo Sarti)
Coordenador do LAC - Laboratório de Autopesquisa da
Consciência -
HU / UFSC / Projeto Amanhecer
Caro leitor / leitora:
Antes mesmo de prosseguir com a leitura deste ensaio,
peço a cordialidade, a gentileza e o bom senso,
discernimento e a atitude científica mais honesta e
livre de emoções de raiva e mágoa, defesas e ataques,
para que possamos examinar o tema com o máximo de
cosmoética, cordialidade e o mínimo de belicismo. Então
se o leitor/leitora pertence a alguma IC, ou se já
pertenceu, ou se não pertence mas tem vinculo com o
tema, ou que é Espírita e mantém qualquer tipo de
aversão a Waldo Vieira (mesmo sem conhecê-lo) e mesmo
que mantém também atitude defensiva do Espiritismo ou
outra linha religiosa, ou que seja cético mais radical,
peço a atitude de respirar bem antes de prosseguir,
acalmar os sentimentos e trazer toda nossa
racionalidade, lucidez e evitar todo e qualquer projeção
de idealizações em quem quer que seja, até mesmo sobre
mim, que escrevi este ensaio. Então, vamos lidar de
igual para igual, pessoa a pessoa, que temos defeitos e
qualidades e mal sabemos ainda caminhar de pé pelo
holocosmo.
I - Das Considerações Preliminares
É muito importante que esclareça aqui, expressamente,
que nada tenho contra a pessoa do médico Waldo Vieira e
o que irei examinar aqui nada tem de pessoal também. Eu
não o conheço, não sou seu amigo próximo e nunca tive a
oportunidade de ter uma maior proximidade que pudesse
tecer maiores estimas, tal como amigos íntimos tem entre
si. Porém, o respeito que tenho é o mesmo que aquele
que trato pessoas desconhecidas e mesmo meus pacientes,
mesmo que nunca os tenha visto. Trato-os com respeito e
bastante sinceridade e amorosidade.
Desconsidero pessoalmente a hipótese de pertencer ao
mesmo espectro intermissivo da comunidade
conscienciologista, tal como exposto por Vieira (clique
aqui), visto não me adequar a nenhuma forma
de sectarismo e de movimento institucional que defende
determinado paradigma, tal como era de minha automimese
ligada ao militarismo, pelo menos em minhas últimas
vidas anteriores, o qual pertencia ao "clã" militar.
Fico alegre e aliviado realmente por ter superado,
talvez não de todo mas em muito, tal traço nesta vida e
não estar dentro de nenhuma instituição em prol da
defesa de uma missão coletiva, tal como a causa
religiosa, militar e sectária. Eu defendo sim uma só
coisa: meu direito inalienável, natural e cósmico de ser
quem eu sou e o assumo até as últimas consequências, o
qual exerço minha liberdade com o máximo de
responsabilidade que posso, em um compromisso social e
com a humanidade e mesmo com o holocosmo. Diante desta
realidade, sinto-me pertencente a uma comunidade cósmica
que em benevolência infinita ampara a tudo e todos e que
tanto já me deu de benefícios e que tanto sinto-me grato
por tudo que recebi e que a partir de um movimento
natural, devolvo ao cosmo com motivação o que pude
vivenciar e quem sabe com isto, ajudar quem assim
estiver ao meu alcance, sem pretensões de eu ser uma
referência ou qualquer outro rótulo desta natureza. Na
realidade assusta-me os movimentos de projeções
idealizadas que as pessoas realizam e custo-me
desconstruí-los. Eu realmente sinto-me um "nada"
comparado aos amparadores cósmicos o qual já pude
constatar de sua existência. Ao mesmo tempo sinto-me
aliviado por saber experimentalmente que o holocosmo é
amparado de uma forma magnífica e infinita. No entanto,
esta é a minha experiência e se não for a sua considere
a sua realidade muito mais relevante do que tudo que
você acessa enquanto experiência doutro. E foi a
projetabilidade que me deu esta liberdade que considero
profunda, a de pensar por mim mesmo e a de eu mesmo
averiguar as realidades pós-morte ainda vivo e poder
retornar.
Minha função como parapsicólogo é, antes de tudo, a de
ser em determinados momentos "estraga festa", examinar
alguns pontos que considero relevantes dentro de uma
proposta de ciência, de fato, da consciência, sem
estarmos presos a um paradigma, mas que possamos
compreender progressivamente quem somos em uma
profundidade que ultrapassa paradigmas e sistemas
prontos, fechados e centrados em somente uma pessoa. O
quanto aprendi observando e lendo Krishnamurti? Carl
Sagan? Albert Einstein? David Bohm? Allan Kardec? Sylvan
Muldoon? H. Carrignton? Grof? E tantos outros que
mostraram a mim o caminho do universalismo, da
transdisciplinaridade e do fraternismo. Os amparadores
que sempre se mostram em alto nível de benevolência e
serei sempre grato a Allan Kardec pelas suas pesquisas e
sua coragem e o quanto me ajudaram no entendimento do
caráter dos espíritos comunicantes e que pude trazer
para esta dimensão na análise parapsicológica das
pessoas com os quais convido e de mim mesmo. Só tenho a
agradecer a todos os gênios da humanidade e mesmo a
Vieira pelo que faz de bom em prol da evolução, haja
visto seu papel de divulgador de tais campos de
pesquisa, tal como fez Revail. Isto não significa o que
o idolatre tal como um guru. Vieira e tantos outros são
pessoas que estão em nível evolutivo muito aquém
daqueles que coordenam a holosincronização
interplanetária em holofusão com a evolução da
consciência, por exemplo.
Cabe aqui minha gratidão a Confúcio e aos alunos que
puderam compilar seus ensinamentos ainda tão atuais para
os dias de hoje, enquanto tratado de coerência ética.
Lao Tzu, a família Yang e a Vieira sou grato pela
técnica de mobilização básica de energias e a prática do
EV, mesmo que mais tardiamente tenha conhecido as mesmas
técnicas no Chi Kun chinês e efeitos psicofisiológicos
idênticos através destas práticas e pelo Tai Chi Chuan.
E foi somente depois que compreendi com um amparador
chinês como o que me apareceu anos atrás poderia dominar
de forma tão magistral o EV e com tamanha benevolência.
É sabido que os chineses antigos dominavam estas
técnicas e a chamavam de Chi Kun. Sou profundamente
grato a esta geração milenar que de tempo em tempo, de
família em família, nos trouxe ainda para este século
suas práticas tão úteis e benéficas para a saúde
integral, consideradas frutos de uma mística esotérica
tal como o Neidan, com origens no xamanismo
chinês.
Estarei aqui penetrando em conceitos polêmicos dentro da
área, como: a origem histórica da Conscienciologia, da
Projeciologia e do princípio da descrença e, por fim, o
conceito do assim chamado "ser desperto", considerado
assim por Vieira como o 9º nível evolutivo dentro da
escala que o mesmo organizou (ver
aqui). Estarei também aprofundando o
conceito exposto da obra "700 Experimentos da
Conscienciologia" onde Vieira define o que vem a ser o
desperto e formas de diagnóstico, dentre outros
assuntos (pp 734 e ss).
II - Dos logismos Conscienciologia, Projeciologia,
o princípio da descrença e da ciência da projetabilidade
e da consciência: breve exame histórico.
Em 1953, o filósofo brasileiro Miguel Reale, publica sua
magnífica obra, verdadeiro tratado de filosofia,
"Filosofia do Direito". Em sua 19ª edição, a obra em
sua página 120 expressa com claras palavras:
"Temos, pois, em primeiro lugar, o chamado idealismo
psicológico ou "conscienciológico" que consiste em dizer
que a realidade é cognoscível se e enquanto se projeta
no plano da consciência, relevando-se como momento ou
conteúdo de nossa vida interior".
Assim temos que a data de surgimento do neologismo
conscienciológico, e por derivação lógica,
conscienciologia, foi em 1953. Porém, em 1807, o
filósofo alemão G. W. F. Hegel, publica sua também
fecunda obra, verdadeiro tratado filosófico de
fenomenologia, "Fenomenologia do Espírito", onde no
prefácio realizado por Henrique Cláudio de Lima Vaz, o
mesmo nos esclarece que o primeiro título escolhido por
Hegel para a sua obra foi "ciência da experiência
da consciência" (p. 13).
Portanto, a idéia de uma ciência da consciência já vem
sendo trabalhada no campo filosófico, o que naturalmente
poderíamos pressupor, pois são os filósofos quem mais se
aproximam do campo da pura subjetividade na investigação
ontológica e gnoseológica das relações entre sujeito,
objeto, significados, experiência e sentido. Então,
Hegel pode mesmo ser considerado, em uma primeiro exame
honesto da história, como o criador da ciência da
consciência, ou a conscienciologia, nome que somente em
1953 seria adotado expressamente pelo filósofo Miguel
Reale.
Embora os dados sejam pouco exatos, o médico brasileiro
Waldo Vieira usaria do mesmo nome para tratar o estudo
da consciência, dentro da abordagem que o mesmo propõe.
Em termos de conscienciologia já fica evidente que
temos mais de uma abordagem para a mesma ciência, tal
como ocorre com a Psicologia. Em sua obra "Projeções da
Consciência", na edição de 1979, temos que:
"Proponho o neologismo inevitável, Projeciologia,
para nomear o ramo da Parapsicologia que estuda o
conjunto de fenômenos e eventos que compõem as
experiências fora do corpo físico ou as projeções da
consciência pelo psicossoma e pelo corpo mental."
(p. 28).
A Projeciologia neologismo proposto por Vieira nasce
como especialidade da Parapsicologia, ou seja, ainda
nesta data o autor não aborda e nem comenta nada a
respeito de uma ciência da consciência ou a
conscienciologia.
Muito embora, em 1929, Sylvan Muldoon, publica sua
pioneira obra, o primeiro tratado científico sobre
projeção da consciência "Projeção do Corpo Astral", onde
além de esboçar a ciência e sua autopesquisa sobre o
fenômeno, apresenta-nos o que Vieira mais tardiamente
chamaria de "princípio da descrença". E,
posteriormente, em sua também única obra "Os Fenômenos
da Projeção Astral" (1951), reitera o princípio também
na introdução, nas seguintes palavras: "Experiméntelo
y entonces sabrá" (p. 11).
Muldoon também, embora não tenha usado do nome
Projeciologia para nomear a ciência da projeção
consciente, foi ao que a honestidade científica nos
aponta, o verdadeiro iniciador de tal ciência.
Por outro lado, em exame também honesto, fica bastante
evidente que as bases da assim chamada Conscienciologia,
e assim considerada a ciência fundada pelo médico Waldo
Vieira, já tinha sido proposta desde Hegel passando a
Reale e, sendo a Projeciologia, já sido proposta pelo
mesmo, tinha sido iniciada e organizada por Muldoon. E
sendo a base da Conscienciologia o "princípio da
descrença", também dado a Vieira a sua autoria ou o
mérito de tal premissa epistemológica, tal assertiva já
tinha sido explicitamente escrita por Muldoon em 1929 e,
reafirmada em 1951.
Em resumo, tanto a Conscienciologia como a
Projeciologia, e a base chamada "princípio da descrença"
ao que esta análise inicial evidencia, tinham sido
elaborados em linhas gerais muito antes de Vieira. A
referência oficial (clique
aqui) afirma que o termo teria sido criado em
1981, por Vieira.
III - Do Ser Desperto: conceito
Pg. 734: "O homem, ou mulher, que vive autodefendido com
lucidez, há 2 décadas, sem sofrer nem apresentar
miniassédios inconscientes habituais (ser desperto)".
No capítulo 672, p. 736, Vieira expõe os trafores ou os
traços-força ou características definidoras do ser
desperto:
1. Alto domínio do Estado Vibracional: itens 2 a 6.
2. Harmonizador: por dominar o EV em alto nível, detecta
consciências doentes ou sadias, "harmonizando o que
pode, por toda parte".
3. Miniassédios conscienciais inconscientes: não padece
mais.
4. Autocura: autocura minidoenças.
5. Saúde física: cuida de sua boa forma física.
6. Presença energética notável
7. Polariza energias conscienciais e sadias, na dimensão
extrafísica onde se manifesta, projetado, com prela
lucidez.
8. Tenepes: pratica a tarefa energética diária, pessoal.
9. Coopera como isca intra e extrafísica sem traumas,
assistencialmente, em favor de outras consciências.
10. Desmancha-rodas: é um "desmancha-rodas" para
assediadores e intrusores extrafísicos.
11. Assistência: aplica suas energias para assentar e
harmonizar a vida de todos os seres vivos ao seu
derredor.
12. Cosmoética: identificou a cosmoética e busca
vivenciá-la, no máximo que é capaz.
13. Serenismo: identificou o próximo passo que é o
serenismo.
Na p. 740, cap. 676 "Vivências do Ser Desperto", Vieira
enumera 60 condições conscienciais indesejáveis o qual
um ser desperto não manifesta mais, porém não irei aqui
reproduzir uma a uma. Porém, em exame irei citar alguns
escolhidos que poderão auxiliar no exame honesto do
tema:
3. Assédios inconscientes freqüentes
4. Autocorrupções contumazes
31. Idolatria consentida à sua pessoa
32. Idolatrias nacionaleiras
34. Jogos humanos da desonestidade
40. Multilavagens cerebrais
45. Pecadilhos mentais ou patopensenes
55. Seduções do poder temporal
58. Surtos frequentes de imaturidade
Antes de prosseguir, convém decompor a palavra desperto,
tal como sugere o autor:
Des = desassediado
Per = permanente
To = total
Em verbete (clique
aqui) Vieira expõe que:
"O ser desperto (des + per + to) é o ser intrafísico,
ou ser humano desassediado, permanente, total, homem ou
mulher, plenamente autoconsciente da própria qualidade
de desperticidade, dentro das tarefas da
megafraternidade às consciências, capaz de servir de
isca intra e extrafísica, assistencial, lúcida, na
condição de epicon, mantendo oficina extrafísica
(ofiex), através da prática diária da tenepes ou da
tarefa energética pessoal de solidaridade."
Em resumo, poderia dizer que o ser desperto é aquele que
domina em alto nível o estado vibracional e por
vivenciar e compreender a cosmoética, realiza tarefas de
solidariedade pelo bem e correto uso da energia
consciencial em prol das consciências, dentre outras
características acima citadas.
O traço então mais evidente do ser desperto é o
entendimento e a vivência o máximo que pode da
cosmoética e isto se estende no todo de suas
manifestações: uso do EV, uso do tempo, das energias, e
tudo que pode em prol dos demais, na megafraternidade.
Agora quero esclarecer aqui o conceito de cosmoética e
de megafraternidade na seguinte afirmativa dada por
Vieira na p. 635:
"A afeição - a simpatia, o amor puro, a afetividade,
o casal íntimo, a interfusão holossomática, a primener a
dois, a dupla evolutiva de sucesso, o homopensene, um
holopensene comum -, portanto em suas mais simples
expressões, são manifestações de um percentual, maior ou
menor de cosmoética".
A genialidade cosmoética é apontada numa lista de 30
traços, dentre todos vale citar aqui:
1. Carinho
2. Amor universal
3. Autoridade moral
4. Benevolência, bondade, doçura
5. Civilidade
6. Comedimento
7. Compaixão, respeito
8. Confraternidade
9. Cordialidade, educação
10. Honestidade, caráter
17. Gentileza, amabilidade
21. Generosidade
24. Conciliação
28. Afeto puro
30. Ética lúcida
A megafraternidade então pode facilmente ser
compreendida como mais que a fraternidade comum, normal,
da assistência, mas a de natureza cosmoética praticada
pela consciência cosmoética, dentro das características
acima, como expôs Vieira.
Então, o ser desperto, por ter descoberto a cosmoética e
por praticá-la, não como dever, como seu ser natural,
então apresenta este espectro de manifestação, de cunho
benevolente, lúcido, dominando as energias e ajudando em
megafraternidade tudo e todos os seres vivos, intra e
extrafísicos.
Este entendimento do que vem a ser o desperto pode ser
facilmente decomposto dos próprios conceitos analisados
em conjunto trabalhados pelo autor em sua obra acima
exposta.
Um desperto, ou a pessoa de alta benevolência,
afetividade em alto nível e que domina o EV em nível
avançado e que prioriza a megafraternidade natural,
cosmoética, então encontrar e ser uma pessoa destas é
algo muito valorizado para os que seguem Vieira e mesmo
para que não o seguem, tal como fica evidente em todos
os campos preocupados com a evolução no planeta:
cristianismo segue Jesus Cristo, exemplo de evolução
para eles e muitos; Gandhi e sua revolução da
não-violência; Budismo segue Sidharta, exemplo de
serenidade e evolução e assim por diante. A busca de
referências de evolução configura-se uma tendência e
necessidade natural de nos espelharmos em quem é mais
evoluído que nós e quem podemos confiar por sua
coerência e vida exposta de fraternidade e benevolência.
Por outro lado, esta fraqueza humana de não se ancorar
em si mesmo e ter a predisposição de ser dependente de
uma outra pessoa, faz criar os gurus, os falsos
evoluídos, os espíritos pseudo-sábios, os
pseudo-científicos e os pseudo-benevolentes.
Assim, a existência destes seres pela história humana
evidencia um problema natural: os que assim se dizem
despertos ou evoluídos como forma de se usufruir da
crença alheia, da ingenuidade e boa fé da pessoa sem
maior noção dos mecanismos de lavagem cerebral e hipnose
dissimulada, jogos de poder, estratégias de dominação e
fascinação grupal e persuasão. Características enfim,
nada relacionadas ao ser desperto.
IV - Sobre Waldo Vieira: ser desperto?
Em 05/2013, Vieira afirma em sua Tertúlia, ou seja, seu
curso oferecido na forma presencial e a distância pelo
Youtube e canais da própria instituição, que ele mesmo é
um ser desperto (clique
aqui).
A observação atenta, lúcida, isenta de envolvimento
emocional, projeções de admiração ou qualquer coisa que
vai além do puramente exposto nesta apresentação
evidencia para mim claramente:
1. Expressão nítida, explícita de agressividade, no modo
de falar, no tom de voz agressivo e no conteúdo da fala,
com traço exposto de belicosidade, incômodo e certa
irritabilidade, postura briguenta e impositiva.
Estas características nada tem relação com o ser
desperto e sim com posturas de um pre-desperto comum.
2. Manifestação energética (ECs) que não se adéqua a
nenhum dos traços e características do ser desperto
acima exposto, traços estes enumerados pelo próprio
autor que afirma ser ele mesmo, um ser desperto ou o 50%
do serenismo. A energia neste caso é evidentemente
agressiva, não benevolente, marcial e não se encontra
traço de amor puro, afetividade madura, benevolência, e
os demais traços expostos relacionados à cosmoética e
megafraternidade.
Em relação a este fato bastante exposto, podemos somar a
manifestação também belicosa de Vieira quando salienta
que Amaral, ex-membro da comunidade de Vieira, é
psicopata, doente mental e outras posturas também
facilmente detectáveis como não pertencentes ao rol de
traços acima expostos (ver
aqui).
Os traços explícitos são a ofensividade, agressividade
com EC tóxica, falta de benevolência, falta de
afetividade pura e autodomínio (é flagrante que Vieira
perde o domínio de si mesmo, pelo aspecto emocional
desequilibrado).
A análise presente não é pessoal, no julgamento moral do
comportamento de Vieira. É antes de tudo uma análise
honesta e comparativa visando identificar se o
comportamento exposto nesta pequena amostragem, pode ser
indicativo ou não de ser Vieira um ser desperto baseado
em suas próprias definições publicadas em suas próprias
obras.
Diante do exposto,
fica evidente para mim, através de um exame geral e
mesmo simples da exposição de Vieira em contraste com os
conceitos e definições acima citadas, que o mesmo
não é um ser desperto tal como afirma com tanta precisão
e certeza.
V - Das Considerações Finais
A situação é no meu ver motivo de atenção séria por
parte de cientistas da consciência honestos que estão
realmente engajados na pesquisa avançada da consciência,
cito aqui parapsicólogos, projeciólogos,
psicobiofísicos, psicólogos transpessoais e mesmo
conscienciólogos bem intencionados que fazem parte da
comunidade de Vieira ou não, como eu.
O ensaio presente visou o exame dos logismos Conscienciologia,
Projeciologia, o princípio da descrença e da ciência da
projetabilidade e da consciência a partir de uma
breve exploração histórica e que rapidamente evidencia
também a apropriação de conceitos e nomes já existentes
sob rótulos novos, o que no meu ver não é adequado em
ciência que se pauta na honestidade de citações e
considerações pelos reais criadores ou iniciadores.
Seguindo, examinei a relação entre o conceito de ser
desperto elaborado por Vieira, sua afirmação de ser um
ser desperto (em 05/2013) e uma pesquisa exploratória do
vídeo publicado no Youtube onde Vieira expõe traços
inconciliáveis com um ser desperto, visto que o mesmo
necessita pelo menos 20 anos seguidos sem miniassédios
inconscientes. É possível considerar este assédio como
de maior espectro que o miniassédio inconsciente. Em
entrevista com o suposto ser desperto, o espírita "Seu
Manoelzinho", o entrevistador Jarbas expõe (clique
aqui):
"JARBAS: Quando foi a última vez que o senhor percebeu
que estava sendo assediado?
MANUEL: Não. Nunca tive isto não. Porque toda hora que
você fica com raiva de alguém, com vontade de fazer o
mal para alguém, você está assediado. Por exemplo: a
pessoa vai discutir com você, não se firme nela não,
porque a palavra tem um magnetismo terrível! Se ela
está discutindo com você, então você pensa “alto”,
elevado, deixa ela falar primeiro, aí você entra com
acerto. “Mas, se você responde no mesmo nível, com
raiva, você já está assediado, dominado.”
O Sr. Manuel nos expõe um critério muito importante para
a identificação do ser desperto, que é o conceito de ser
dominado, assediado, através da raiva. Na exposição da
Tertúlia, Vieira apresenta sintomas, para mim evidentes,
de expressão de raiva quando apresenta sua postura
belicosa de enfrentamento das pessoas, em ar de
desafio.
A elaboração de critérios de aferição, análise, pesquisa
séria e exploratória, com entrevista qualitativa
rigorosa, testes energéticos potentes para testagem do
EV e outras formas de investigação da qualidade de ser
desperto de uma consciência pode ser o caminho daqueles
que anseiam por pesquisar e definir uma escala evolutiva
das consciências ancorada em pesquisa científica e não
em afirmações vagas e crenças baseadas em autoridade,
recurso não suficiente em ciência.
O ensaio também visa diferenciar a Conscienciologia da
Conscienciologia. O que quero dizer com isto? A
primeira é o idealismo conscienciológico (Reale, 1953),
é a ciência da experiência da consciência (Hegel, 1807),
é a ciência da projetabilidade da consciência e a
descrença como atitude epistemológica (Muldoon, 1929) e
inclui a Parapsicologia e toda sua contribuição rica
para o entendimento da função psi e mesmo a
Conscienciologia tal como exposta em alguns trabalhos
muito bons de autores da comunidade de Vieira e
pesquisadores independentes. A segunda é a
Conscienciologia, mas que considero aqui um
Conscienciologismo, enquanto práticas, teorias,
paradigma, conceitos, verbetes, instituições, regras,
comportamentos e diretrizes pautadas em Vieira. O
Conscienciologismo é uma espécie de religião ou como
expressam os céticos, uma pseudo-ciência.
A Conscienciologia é ciência livre da consciência e da
experiência da consciência e, como ciência, seu objeto é
também livre para ser abordado conforme múltiplos
paradigmas, abordagens e métodos, visando o
universalismo natural e o entendimento profundo, não
preso a um paradigma ou a uma única referência de
pesquisador ou a algumas obras básicas (tais como:
Projeciologia, 700 Experimentos da Conscienciologia,
Homo Sapiens Reurbanizatus e Homo Sapiens Pacificus). O
consenso dos que se envolvem com tal pesquisa é que a
consciência se manifesta além do corpo, do cérebro, e
mesmo além do corpo astral ou psicossoma. Esta
abordagem já existia antes de Vieira propor o estudo da
consciência nesta perspectiva. Muldoon já realizava
esta forma de investigação pela projetabilidade
consciente desde antes de 1929. Convém discernirmos a
Conscienciologia então do Conscienciologismo.
De forma a tecer minhas considerações finais a este
ensaio, convém dizer que existe espaço para todos no
holocosmo e não é porque existem religiões, seitas,
gurus, que temos de lutar contra tudo e todos. Cada um
tem o direito de ser quem é e de fazer sua caminhada do
jeito que bem entende, e diante disso, assumir as
conseqüências de atos pessoais frente a nossa própria
consciência e frente aos demais. Daí o conceito antigo
de carma, dharma. As religiões são essenciais ainda
para o ser humano na Terra e, diante disso, não julgo
até mesmo o Conscienciologismo que, mantém tarefas
assistenciais pelo mundo afora e que existem pessoas que
se afinizam com tal área. Porém, os que são mais
radicais em termos de exigência pessoal de liberdade de
manifestação livre de censura ou licença, como eu e
muitos que conheço, provavelmente optarão por caminhos
mais livres e fora de instituições e religiões, o que
não quer dizer que sejam superiores ou melhores. Só
quer dizer que temos o direito pleno, natural e cósmico,
de ser quem somos.