EVIDÊNCIAS EXPERIMENTAIS DA EXTERIORIZAÇÃO
E
INTERIORIZAÇÃO LÚCIDA NOS EXPERIMENTOS EXTRACORPÓREOS
Posted: 22 Feb 2012 09:43 AM PST
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Por Dr. Fernando Salvino
Parapsicólogo Clínico e Psicoterapeuta
Parapsicólogo e Projeciólogo
(ABRAP / FEBRAP / NIAC)
 |
Representação de uma Exteriorização Lúcida. |
1. Das Considerações
A exteriorização lúcida para fora do corpo me
transparece como uma das experiências mais marcantes
dentro do todo experiencial pelo qual o fenômeno
projetivo se insere e se manifesta. E, no outro extremo
do ciclo projetivo, está o fenômeno do retorno ou
interiorização lúcida para dentro do corpo. O que
narrarei abaixo demonstra em experiências diferentes as
duas realidades: a primeira, a decolagem lúcida e, a
segunda, o retorno lúcido.
Trata-se de experiências no âmbito da pesquisa do
fenômeno “experiência fora do corpo” ou mais
precisamente, do fenômeno projetivo que engloba um ciclo
mais completo, admitindo a possibilidade de lucidez não
somente na “experiência fora do corpo” propriamente
dita, mas também do exato momento que a consciência ou
psi, começa a se deslocar da conexão com o corpo humano
e decola para fora do mesmo, assim como do momento em
que a consciência ou psi, retorna ao corpo e se
interioriza dentro do cérebro, tal parece ser a sensação
vivencial fenomenológica.
Assim, não tratarei aqui da experiência fora do corpo
propriamente dita, mas no que antecede a mesma e no que
a procede, sendo campo obscuro das investigações
parapsicológicas, especialmente, as projeciológicas.
A zona experiencial aqui tratada é justamente a que a
maioria de nós permanecemos no sonambulismo astral
(Muldoon) ou projetivo (Vieira), onde pulamos do estado
de coincidência dentro do corpo, para, estar lúcido já
fora do corpo e mesmo no retorno, quando nos damos
conta, já estamos no corpo ou ainda no estado
cataléptico, sem a consciência do fenômeno que
ocorre nos intervalos de tempo. Digo com precisão que a
decolagem lúcida dende a coincidência até o descolamento
e ao total desdobramento lúcido não deixa qualquer
dúvida ao experimentador da veracidade do fenômeno e da
natureza extracorpórea de si mesmo. Já a experiência
fora do corpo, isolada, pode fazer-se passar por sonho,
alucinação, ou loucura, caso o experimentador não for
mais preciso e honesto em suas pesquisas pessoais.
Muito temos a respeito das experiências fora do corpo,
mas pouco a respeito das outras fases do ciclo
projetivo, do ponto de vista fenomenológico, vivenciado.
Muita teoria e pouco experimento. Eu mesmo os vivencio
com raridade, mas as raras vezes que tive a oportunidade
de vivenciá-las tentarei aqui trazer como evidência
experimental do fenômeno.
Neste sentido, minha intenção aqui é trazer tais
experiências para ampliar a investigação do fenômeno
projeciológico completo e situar tais experiências no
âmbito da para-aprendizagem ou para-educação, tamanha a
relevância para o autoconhecimento de algumas
realidades, tais como:
1. Natureza do espírito/consciência: experiência direta
da dissociação;
2. Natureza do holossoma: principalmente, o soma,
energossoma (duplo etérico), cordão de prata e
psicossoma (perispírito).
3. Lucidez exata do momento de separação da consciência
do cérebro, pela vivência direta do descolamento
psicobiofísico.
Dentro das revisões de literatura comumente realizadas,
embora não vá me ocupar neste ensaio, temos que muito
pouco se publicou a respeito dos processos da saída
consciente propriamente dita para fora do corpo, muito
menos da interiorização consciente. O motivo é simples:
é mais fácil que ocorra a lucidez já fora do corpo do
que nos dois momentos aqui pesquisados. A pobreza de
registros do momento exato da saída e do momento do
retorno evidenciam a fugacidade da experiência. Por
outro lado, encontramos na casuística de projetores mais
experientes tais registros. Ater-me-ei aqui somente em
minhas experiências pessoais, pois é o chão firme o qual
posso pisar.
As fases anteriores à experiência fora do corpo e
posteriores se passam inconscientes e
despercebidas: sonambúlicas. As razões de tal fato são
muito complexas e adentram inclusive na imaturidade
multidimensional e projetiva da pessoa, assim com no
caso da resistência a fenômenos indutores de mudanças
profundas, diretas, como são a exteriorização e a
interiorização. É assim que situo as experiências
iniciais do ciclo projetivo, a decolagem consciente e o
retorno ou interiorização consciente. Ambos são
fenômenos ricos e complexos para o entendimento
fenomenológico e sistêmico e geradores de crises, devido
à vivacidade da experiência.
2. Das Evidências Experimentais
Caso 1: Exteriorização pelo Descolamento
Cérebro-Pulmonar
Este caso é de uma decolagem consciente parcial induzida
pelo relaxamento psico-bio-energético sexual.
O experimento se deu após relaxamento intenso provocado
por atividade sexual seguida de orgasmo. O orgasmo
provocou em mim uma sensação de completo bem-estar e
soltura energética, áurica.
Ao deitar preparando-me para dormir, quando me dei por
conta já estava lúcido iniciando o processo da decolagem
pelo Psicossoma. A sensação era estranha. Neste dia
devido a mudança de temperatura senti com mais
intensidade meus pulmões através de uma leve crise
asmática. A sensação de estar descolando do corpo,
lucidamente, me trouxe uma certa angústia fóbica em
virtude da separação da área pulmonar.
Projetar a área pulmonar foi difícil, devido ao
condicionamento provocado pela dependência subconsciente
do processo respiratório. De acordo com relato de minha
mulher, meu corpo estava em processo de espasmos leves,
porém visíveis, quando retorno ao corpo. O retorno se
deu (hipótese) pelo fato de ter ouvido o som de uma
espécie de ronco aflitivo provocado pelo descolamento da
paracabeça e dos parapulmões do Psicossoma diante do
Soma.
Ao despertar, estava lúcido e sem nenhuma interrupção da
continuidade da lucidez.
É complicado colocar em palavras a sensação de estar
lúcido no ato da decolagem da consciência para fora do
corpo. Admito que existe certo receio de minha parte
neste processo razão pela qual a grande maioria das
projeções conscientes que experiencio são aquelas em que
fico lúcido quando já fora do corpo, passando esta fase
inicial inconsciente.
Caso 2: Exteriorização pelo Estado Vibracional
Este caso é de decolagem consciente completa,
auto-induzida pela técnica do estado vibracional.
Estava estudando para uma prova na universidade e eu
estava aproximadamente no ano de 1997. Estava estafado
mentalmente de tanto estudar e resolvi realizar um
relaxamento e mobilizar minhas energias, visando
instalar o estado vibracional. Seria a primeira vez que
iria aplicar a técnica.
Deitei em meu colchão e fiz o relaxamento. Mal deitei
senti minha psicosfera expandir sem esforço, acompanhado
de sensação de leveza e tranquilidade. Comecei a
mobilizar as energias da cabeça aos pés em movimentos de
pulso intenso e potente e, em poucos segundos, a
intensificação foi tão alta que entrei num estado de
ressonância pulsante quase violenta, onde todo meu corpo
e meu campo começou a vibrar potentemente e eu ali em
transe consciente de tudo que se passava por mim. A
intensificação tomou proporções violentas e literalmente
dei um salto para fora do corpo uns centímetros acima e
comecei a rodopiar velozmente em movimentos espiralados
em direção ao teto do quarto e uma voz bem ao lado de
meu lado direito me sugeria não pensar e ficar tranquilo
que era assim mesmo. Estava rodopiando no alto do teto
do quarto acompanhado desta consciência que me orientava
a vivência. Em dado momento comecei sentir medo e
retornei ao corpo. Todo meu corpo estava potentemente
eletrizado, em mini-convulsões, meu coração disparado e
minha respiração ofegante. Nunca mais consegui instalar
este potente estado vibracional e a exteriorização
lúcida desta maneira.
Caso 3: Decolagem Assistida por Ser Extrafísico
Benevolente
Este caso é de decolagem consciente completa, assistida
por amparador, após investimento intenso na técnica da
saturação mental projetiva do subconsciente. Colei em
meu quarto uma série de imagens projetivas, com
representações imagéticas de projeções. Queria eu
saturar meu subconsciente para a idéia-alvo de sair do
corpo lucidamente, na interiorização. As imagens eram de
exteriorização lúcida. Em dado dia, quando me dei por
conta, estava semi-exteriorizado, com parte da
para-cabeça para fora da cabeça física, creio que metade
para fora. Ao olhar para minha frente avistei uma
pessoa, esbranquiçada, de corpo etérico leve e fluido,
com vestimenta branca reluzindo a cor esbranquiçada de
seu corpo. Sua benevolência era nítida e estava ali
para me ajudar. Ela/ele fazia gestos com as duas mãos
do tipo: "vem.. vem" e sua voz acoava diretamente na
minha consciência em nítida telepatia extrafísica. Seus
gestos atuaram em mim como verdadeiros comandos
hipnóticos e com força colossal comecei
a arrancar-me para fora do corpo, senti-me como se
realmente estivesse saindo de dentro do corpo,
descolando-me dele, soltando esta roupa fisiológica em
direção à extrafisicalidade. Quando estava saindo do
corpo, ouvia os sons de estrondos dentro de minha cabeça
e sons vibracionais intensos generalizados no ambiente.
A sensação é intraduzível em palavras. É como se fosse
a liberdade vivida e a hiper-felicidade em um
micro-segundo de libertação mental e psíquica. O ser
ali adiante de mim foi se afastando e comecei a flutuar
para fora do corpo e atravessei o teto do meu quarto por
dentro da matéria física da parede. Quando me vi,
estava flutuando fora de minha casa, acima do espaço do
telhado e, em dado momento que não me recordo bem,
voltei ao corpo sem qualquer lucidez do trajeto de
retorno.
Caso 4: "Que Deus me dê sobriedade para aceitar a
realidade!"
Este caso é de interiorização ou retorno consciente
completo, dentro de um contexto experiencial mais amplo,
após investimento intenso na técnica da saturação mental
projetiva do subconsciente.
Há cerca muitos anos atrás, eu estava no meio de um
sonho. Eu falava com uma mulher que era uma cliente
ainda da época que era advogado ambientalista, sobre
algum assunto que não me recordo, porém, no meio da
conversa comecei a ficar consciente e pensei: "é a Dona
Zuleica!" e em seguida, comecei a ficar lúcido e lúcido
até que o cenário modificou-se. Eu estava em Laguna/SC
e tinha um barco antigo parado no mar. Alguma força que
não compreendo, me fez olhar o barco, mais parecido com
um navio grande, antigo, quando comecei a realizar a
volitação extrafísica, lúcida. Em dado momento,
atravessei a parede do casco do barco, como de costume
nos vôos extrafísicos e por minha surpresa, lá dentro
estavam escravos negros como na época antiga, sentados
em lugares específicos onde remavam. Todos eles tinham
as mãos cortadas. E eu ali no meio de um vôo por dentro
do barco, vôo este que deve ter durado segundos, mas
minha percepção permaneceu atuante numa atemporalidade.
Uma das escravas (desencarnada, consciência
extrafísica) olhou para mim e falando alto para todos
ouvirem disse: "Olha!!!!!!!! Ele está voando!!!!!
E ele tem mãos!!!!!" Imediatamente, continuei meu
vôo e atravessei a parede do navio. Não sei como, mas a
paraecologia se alterou e vi-me num lugar cheio de
árvores e voando ainda extrafisicamente, pousei num
galho de árvore e ali mesmo instintivamente pensei alto:
"Deus, me dê sobriedade para aceitar a realidade!".
E no ácume dos meus sentimentos advindos do impacto da
experiência consciente extracorpórea, imediatamente
retornei ao corpo, sentindo completamente a entrada
lúcida para dentro do cérebro e do corpo e, em contínua
consciência, despertei-me no corpo, ali, deitado na
cama. Era a noite, e o evento teria sido a noite
também. As memórias vieram-me de imediato, não tendo
que fazer esforço para a rememoração.
A experiência mostra o oposto das acima descritas, a
interiorização consciente, onde senti-me entrando dentro
da cabeça e do corpo, sendo que a entrada na cabeça foi
a mais impactante. Lembro que num momento eu estava
consciente no corpo psi, ou psicossoma, e ao entrar na
cabeça, começo a usar o olho físico para ver. Foi muito
estranha a mudança de aparato dos sentidos. De um lado,
usava outros olhos e daqui a pouco, os olhos físicos.
Senti-me como vestindo uma luva de encaixe perfeito.
Ao interiorizar-me olhei minhas mãos e olhei-as
literalmente como luvas perfeitas de dimensões
impecáveis para mim mesmo, o outro ser que entrou no
corpo e que agora o habitava diluído na invisibilidade
das células e do organismo. Não lembro de ter ouvido
estrondos da cabeça, pois a interiorização foi mais
rápida do que as exteriorizações. Mas a sensação deste
retorno foi muito lúcida, pude sentir exatamente o
momento em que penetrei dentro do corpo e ali me
instalei de forma incompreensível. É realmente
incompreensível este fenômeno, apesar de vivenciável.
(em breve caso 5, de projeção mental, interiorização e
exteriorização lúcida).
3. Das Hipóteses de Investigação
Abaixo adiciono neste trabalho algumas hipóteses que me
parecem estar relacionadas com a dificuldade de se
vivenciar os momentos de decolagem e pouso consciente
para dentro e para fora do corpo.
1. Vivacidade da experiência e medo da perda do controle
de si (ego).
2. Medo da morte biológica.
3. Relação entre a hipervelocidade do retorno ao corpo e
perda de lucidez no trajeto (a inconsciência facilita a
hipervelocidade).
4. Relação entre condicionamento mental (do tipo "eu sou
meu corpo, ou eu sou meu cérebro") e perda de noção de
si, medo da insanidade mental e perda de noção de
realidade.
5. Estranheza bizarra aos fenômenos transcendentes,
paranormais: medo do desconhecido, associado com
"loucura". ivesse
6. Imaturidade e falta de treinamento na manutenção da
lucidez na transição interiorização-exteriorização e
vice-versa.
7. Fuga das sensações bizarras do estado vibracional
potente, misturado com sons vibracionais altos,
intensos, fisiologicamente espásticos, ronquidões dentro
do cérebro associado a estalos altos e sons estranhos.
Sistema de defesa do eu (ego).
As hipóteses bloqueadoras são compreensíveis e podem ser
superadas progressivamente com a repetição das
experiências e ao fato da pessoa se acostumar com o
fenômeno, desenvolvendo uma estrutura de
personalidade projetiva.
Por outro lado, existem hipóteses que podemos propor que
parecem estar relacionadas com a ocorrência da
exteriorização e da interiorização, quando em
circunstâncias não-acidentais ou patológicas, tais como:
1. Desejo sincero de conhecer a vivência, motivação
potente e coragem diante do desconhecido, aconteça o que
acontecer.
2. Estrutura de personalidade projetiva inata, ou
seja, a pessoa já nasce com a estrutura desenvolvida em
outras experiências antes desta vida na terra (vidas
passadas, paragenética).
3. Estudo de campo viabilizado por consciência
extrafísica benevolente e experimente no assunto, também
chamada de amparador, mentor ou guia. Neste caso a
consciência extrafísica ajuda, facilita tecnicamente tal
como eu facilito meus pacientes a recordarem de suas
existências passadas, utilizando recursos técnicos e
experiência pessoal.
4. A pessoa sente a pressão mais intensa na
exteriorização do que na interiorização. Parecem que os
estrondos intracerebrais ocorrem mais na
exteriorização do que na interiorização.
4. Das Considerações finais
Os experimentos evidenciam a existência de um espectro
de experiência que antecede a experiência fora do corpo
e procede-a. A parapsicologia e mesmo a projeciologia
se debruça prioritariamente no estudo das experiências
fora do corpo propriamente ditas, sem se aterem tanto ao
campo aqui trabalhado. Algumas das razões foram expostas
neste ensaio, e resume-se a falta de experimentação dos
próprios pesquisadores e do público geral.
De qualquer forma, incentivo o estudo e mesmo a indução
destas vivências de exteriorização e interiorização
consciente, experiências ricas e profundamente
educativas, aumentando a lucidez mais transcendente e
multidimensional da vida e de si mesmo, num ensaio de
cosmologia prática, com travessia consciente
entre-dimensões do universo, aumentando a aproximação
entre dimensão extrafísica e física, unificando as
realidades numa só realidade, separável por uma membrana
muito fina e porosa, provavelmente, uma idéia ou uma
partícula psicon.