NO LIMIAR DA INSANIDADE MENTAL E O SURGIMENTO DA
"ERA DA GENEROSIDADE" E DA "SOCIEDADE INCORRUPTA"
 |
Imagem representando a vida
interna de uma pessoa bipolar |
Por Dr. Fernando Salvino (MSc)
Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta,
Conscienciólogo
15.8.11
O relatório mais recente publicado em saúde mental no
planeta enfatiza que estamos na "Era da Ansiedade". A
"Era da Ansiedade" é o fundamento de um dos maiores
medos atualmente vivido pelas pessoas: o medo do total
descontrole de si mesmo, ou noutras palavras, o medo da
perda total da sanidade mental. Poderíamos ser mais
sinceros afirmando que estamos vivendo uma "Era do
Pânico". Não vou me ater a listar a série de medos que
atravessam ou tentam atravessar a todos nós. Mas o medo
da total perda de controle de si mesmo parece-me o maior
medo: o medo de si mesmo, o medo da não -
existência de si ou, por outro lado, o medo de si
mesmo e da vida.
É uma espécie de medo que se assenta numa possibilidade,
que possui correspondência relativa com a realidade, de
estar numa condição de completo ou quase completo
desamparo pessoal, familiar, social e cósmico. Neste
último caso, a pessoa sente-se abandonada pela vida, por
"Deus" (divino) e pela existência. Sente-se um ser
isolado no universo. Num caso sistêmico, a pessoa sente
que tudo se desmoronou em sua vida, sente-se um completo
"nada", indo além da "angústia do nada"; ela neste
momento sente-se o próprio "nada" vivendo no mundo. Ela
deixou de existir, mas sente que existe como "nada".
Ela "morreu", porém sente que ainda está viva. Vive
numa condição de não - existência e tristeza profunda,
sem esperança. Esta pessoa tem medo de perder
completamente sua sanidade mental. Algumas adentram em
estados psicóticos graves, dissociações severas, como
certos casos de esquizofrenia, autismo, transtornos de
bipolaridade, pânico e outros. E todos nós temos em
menor ou maior grau este medo de estar numa condição de
completo desamparo humano, social e divino. É o medo da
vida instalado.
Existe uma pressão social. Você tem que ter sucesso.
Você tem que ser "alguém" e, quando em determinada fase
da vida a pessoa sente-se uma "zé ninguém" (Reich) então
ela se tornou uma telespectadora do mundo. Ela se tornou
um ouvinte da voz os outros. Ela teme pensar mais por
si, ela escuta quem supostamente sabe. Ela acredita.
Ela assiste o suposto "sucesso" dos outros e, diante
disso, deprime-se, sente inveja, compara-se e sua
autoestima torna-se um "nada". Por outro lado, os que
têm o suposto sucesso também invejam o sucesso dos
outros, devido ao fato de que sempre haverá alguém com
mais que nós ou menos que nós. E existe como
transcender isso? A competição é um delírio psicótico
compartilhado enquanto realidade normal em nossa
sociedade. Vença a si próprio continuamente e
conseguirá romper este modelo progressivamente
abrindo-se à fraternidade universal, realidade não -
competitiva, mas integrativa, evolutiva, generosa e
cosmobenevolente.
Vivemos sob constante pressão social, pela cultura, pelo
ambiente, pela degradação ecológica e principalmente,
pela degradação dos valores, da moral, da ética e da
falência do Direito. Vivemos uma "Era da Corrupção". E
esta pressão tenta nos levar a nos corromper. Insônia,
perda de noção de si mesmo acompanham esta dissolução da
moral pessoal. E o sintoma geral é a angústia.
Angústia esta percebida como uma angústia do "nada",
pois nem mais sabe-se do porque da angústia. Vive-se
como robôs autômatos que acordam, comem, trabalham,
queixam-se e dormem. O sentido da vida e da existência
tornou-se uma bagatela de livros de auto-ajuda
mercantilizadores da boa fé humana, que, temporariamente
incapaz de pensar com independência, acaba optando pela
fé sem experiência pessoal.
Vivemos dentro de um imenso Hospital de Saúde Mental /
Consciencial. O que me parece ser o nosso Planeta Azul,
em sua dimensão humana? Em sua dimensão animal, a
ecologia é o que é. Porém, como digo aos meus
pacientes: você escolhe ser paciente deste grande
hospital de saúde mental ou ser um agente prestador de
assistência. E aqui não importa qual profissão, qual
rótulo usamos. Se somos parapsicólogos, psiquiatras,
médicos, odontólogos, psicólogos, assistente sociais...
O que importa é a atitude e como usamos tais rótulos.
Porque ao deixarmos este planeta deixamos os rótulos,
deixamos o corpo, a profissão, os títulos, as produções,
as contribuições, esposa, lar, filhos e inclusive nossos
nomes... Tudo: voltamos a ser somente quem somos:
consciências ou espíritos existentes no Universo da
atemporalidade. Levamos somente a nós próprios e nossos
afetos e desafetos cultivados com pessoas, animais,
plantas e o planeta. Levamos nosso "carma".
A "Era da Ansiedade" traduz o conflito interior básico
da pessoa diante da vida e da morte, da existência e da
não - existência, e diante de si mesma. Ela anseia algo
que desconhece. Ela sente, mas não sabe o que é. Ela
tenta "se livrar" do sintoma da ansiedade sem saber o
que fazer com o vazio do sem-sintoma. Toma
medicamentos, toma drogas, faz esporte, lê, compra,
consome e assim por diante. Passam por problemas como
bulimia, anorexia, transtornos de atenção, uns
afastam-se com perícia para recuperarem a lucidez e
questionarem a si e à vida... Algumas têm coragem e
fazem psicoterapia. Outras têm mais coragem e além de
psicoterapia encaminham-se em algum caminho de
desenvolvimento interior. Milhares e milhares de
pessoas estão pelo mundo atrás de sentido para suas
vidas. Elas anseiam isso. Descobriram que a fonte de
sua ansiedade parece ser isso: anseiam por compreender o
sentido de si, de suas vidas, da existência e assim por
diante. Estas pessoas buscam terapias profundas, como a
que trabalho e a que outros profissionais também
realizam. Em sua maioria são as consideradas
sensitivas, pessoas com maior sensibilidade e um grau de
lucidez diferente. Elas pensam mais por si, elas
questionam-se, querem evoluir. Sua procedência
extrafísica denuncia sua consciencialidade.
Assim, dentro da "Era da Ansiedade" temos surgindo a
"Era da Lucidez", a "Era da Consciência", quando
descobrirmos nossos potenciais e o verdadeiro sentido da
vida: o amor e a fraternidade lúcida entre nós,
transcendendo raças, credos, política, instituições, e
assim por diante. O respeito e a ética vivenciada, a
sexualidade madura e os relacionamentos mais evolutivos,
pautados em generosidade e amizade, companheirismo e
maior coerência, discernimento e autoexperimentação,
pensamento próprio e liberdade de consciência.
O universo está amparado, estamos amparados, agora e
sempre.
O sentido da vida está em crescermos em benevolência,
numa perspectiva lúcida usando do máximo de nossos
sentimentos e discernimento, fazendo o melhor que
podemos por nós e pelos outros. Isso inclui um projeto
de reconciliação contínua e um projeto de assistência
fraterna às pessoas, seja lá como faremos isso. Isto
inclui uma tarefa de aprendermos a nos respeitar e a
respeitar aqueles que são diferentes que nós. Inclui
nos libertarmos da arrogância, da agressividade
destrutiva, da ganância e assim por diante. O
instrumento é escolhido de acordo com a tarefa que mais
cabe a nós. No meu caso, o melhor instrumento é ser
parapsicólogo clínico, psicoterapeuta e pesquisador,
para outros, psiquiatra ou dentista, escritor ou
artista. As respostas estão dentro de você e em sua
conexão íntima com os orientadores da evolução. Aprendi
que não temos um discernimento tão lúcido assim para
julgar sempre com exatidão se o que o outro faz é o
certo ou não. Na dúvida abstenha-se. Precisamos
treinar o respeito e a generosidade, a serenidade.
Precisamos todos aprender a sermos mais amigos uns dos
outros, em profundidade, pois viemos da mesma origem e
de um ancestral comum, embora inacessível.
Tudo é planejado com muita lucidez. O planeta é uma
experiência ímpar na evolução. Temos aqui a
oportunidade de nos desenvolver em muitos aspectos e
aprender mais sobre quem somos.
Não importa o que estejamos vivendo, pergunte a si: o
que preciso aprender com tudo isso? Vá a fundo e
encontrará serenidade, paz de espírito e lucidez. Neste
lugar interno inexiste pânico, medo de insanidade ou de
dissociação completa do eu. Neste lugar existe
acolhimento da vida e da existência e amparo profundo do
universo. É aquilo que já foi dito que é o "Deus que
habita dentro de você". Mas isto não é uma crença, é um
saber experimental. A dimensão do divino só é acessível
pela experiência do contato com nosso núcleo mais
profundo: o espírito, a alma.
É nesse lugar que você poderá se comunicar com seu
amparador (ser extrafísico de altíssima benevolência) e
desenvolver-se parapsiquicamente de forma saudável, sem
precisar frequentar esse ou aquele grupo. A conexão é
você que faz. Você é quem digita o
"www.meuamparador.org." E assim, se conecta ao universo
benigno e começa a aprender mais na prática sobre a
evolução, muito além deste mundo.
Aqui surge além da Era da Lucidez, a "Era da
Generosidade", ancorada no amor puro entre as pessoas,
na fraternidade e no cultivo da generosidade que traduz
a coerência interna dentro de nossas consciências, numa
prática social em alto grau de discernimento e ética. A
política será naturalmente ocupada pelas pessoas mais
éticas que pela coerência interna e pela atitude
correta, governarão sem precisar governar. Aqui é uma
sociedade que cresceu por dentro e a política torna-se
uma expressão da própria ética e do respeito cultural e
intercultural, cujas diferenças sejam além de
valorizadas, profundamente respeitadas num eixo comum de
respeito intercultural.
É o que irá ocorrer daqui provavelmente milênios pela
frente. Estamos plantando a sociedade incorrupta do
futuro.