OS ANAGRAMAS FONÉTICOS ESPECULARES SIGNIFICATIVOS E AS
VOZES PARANORMAIS REVERSAS
Trabalho apresentado no IV Encontro PSI, realizado de 10
a 13 Julho de 2008, em Curitiba – Paraná, Promovido
pelas Faculdades Integradas Espírita, através do Curso
Livre de Parapsicologia, Centro Integrado de
Parapsicologia Experimental (CIPE) e Instituto Nacional
de Pesquisas Psicobiofísicas (INPP).
Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Parapsicólogo
Hipnólogo
Médico
Bacharel em Matemática
Bacharel em Direito
FILIAÇÕES INSTITUCIONAIS:
. Diretor Conselheiro do Instituto Pernambucano de
Pesquisas Psicobiofísicas – IPPP
. Membro Pleno da Parapsychological Association (EUA).
. Membro Fundador da Associação Pernambucana de
Transcomunicadores – APT
. Membro do Grupo Ivo Cyro Caruso de Estudos e Pesquisas
em Transcomunicação Instrumental
. Diretor de Pesquisas da Sociedade Internacional de
Transcendentologia
. Membro da Associação Ibero-Americana de Parapsicologia
- AIPA
. Membro da Associação Brasileira de Parapsicologia
. Membro da Associação Pernambucana dos Parapsicólogos –
ASPEP
. Membro da Academia Pernambucana de Ciências
. Membro da Sociedade Pernambucana de Hipnose Médica
PUBLICAÇÕES
Curas Por Meios Paranormais: Realidade ou Fantasia? -
IPPP. 1995.
Teoria Parapsicológica Geral (e outros ensaios). IPPP.
2000
Escola de Parapsicologia de Pernambuco (em co-autoria
com Valter da Rosa Borges e Ivo Cyro Caruso) - IPPP.
2004.
Trabalhos no Anuário Brasileiro de Parapsicologia desde
1996
Resumo
O objetivo deste trabalho é
identificar o conjunto de fenômenos que podem simular
vozes paranormais reversas e, em particular, elaborar um
catálogo de palavras cujo reverso seja também outra
palavra de nosso código lingüístico, o português,
demonstrando, assim, a possibilidade do surgimento de
pseudovozes paranormais reversas quando as gravações de
vozes forem ouvidas ao contrário. Além disto, descreve
as metodologias e normas utilizadas para a elaboração
deste catálogo. Não se discute, aqui, as causas, a
natureza, das vozes paranormais mais se busca obter uma
série de medidas que diminua o risco de tomarmos como
sendo vozes paranormais reversas, autênticos eventos
aleatórios decorrentes da combinação de fonemas. Os
catálogos apresentados não estão acabados, mas em
constante processo de elaboração.
Palavras-chave: anagrama, transcomunicação, voz reversa, vozes paranormais.
1. VOZES PARANORMAIS
1.1.
CONCEITO
Para compreendermos o conceito de vozes paranormais, é
necessário definirmos fenômeno paranormal. Denominamos
de psi ou paranormal a todo o fenômeno que, tendo o
homem como elemento deflagrador, apresenta as seguintes
características:
a) uma modalidade de conhecimento que uma pessoa
demonstra de fatos físicos e/ou psíquicos, relativos ao
passado, presente ou futuro, sem a utilização (aparente)
dos sentidos e da razão, assim como de habilidades que
não resultem de prévio aprendizado.
b) uma ação física que uma pessoa exerce sobre seres
vivos e a matéria em geral, sem a utilização de qualquer
extensão ou instrumento de natureza material. (BORGES &
CARUSO, 1986, p. 257)
Por sua vez, transcomunicação
é uma palavra formada por “trans”, de origem
latina, que significa “através de”, “para além de”, e
pala palavra “comunicação”; derivada do latim “communicatione”,
significando o ato ou efeito de emitir,
transmitir ou receber mensagens. Portanto,
etimologicamente, transcomunicação significa a
transmissão de uma mensagem para além dos meios
convencionais. O acréscimo do termo instrumental
significa que este ato é feito através de um elemento
intermediário, um instrumento; em particular, este
instrumento é um aparelho eletrônico. Desta forma,
tecnicamente, transcomunicação instrumental é a
recepção, transmissão ou emissão de mensagens de
natureza psi através de aparelhagem eletrônica. O físico
e engenheiro alemão Ernst Senkowski foi o criador deste
termo, na década de 80. (RINALDI, 2000, p. 7)
Na transcomunicação instrumental podem ser transmitidas
imagens (transimagens) ou sons (transons). Estes sons
comumente são de vozes humanas, podendo seu registro se
dá por gravadores, computadores, ou outro meio
eletrônico, sendo denominados de vozes paranormais.
(NUNES, 1998, p. 41)
1.2.
CLASSIFICAÇÃO
As vozes paranormais podem apresentar variantes conforme
o modo, a consistência e a forma de expressão, que
possibilitam uma grande riqueza do material
investigado.
Há dois modos de gravação:
a) Normal – quando o áudio é gravado no sentido normal,
da esquerda para a direita.
b) Reverso – quando o áudio é gravado no sentido
reverso, da direita para a esquerda.
Ademais, há alguns elementos que dão consistência ou não
a comunicação, fazendo com que a voz seja:
Quanto à compreensão do
conteúdo:
a) Nítida – Quando há unanimidade, por parte dos
ouvintes, no que se refere ao conteúdo da gravação.
b) Dúbia – Quando não há unanimidade, por parte dos
ouvintes, no que se refere ao conteúdo da gravação.
Quanto à extensão da mensagem:
a) Curta –
Quando a mensagem é constituída de, no máximo, cinco
palavras.
b) Longa -
Quando a mensagem é constituída de, no mínimo, seis
palavras.
Quanto à coerência ao contexto
do experimento:
a)
Coerente.
a.1 ) Interativa – Quando o conteúdo da mensagem
correlaciona-se ao conteúdo das colocações ou perguntas
do interlocutor.
a.2) Não interativa – Quando, apesar da coerência ao
ambiente ou aos participantes do experimento, não houver
nenhuma provocação verbal por parte dos
experimentadores.
b) Incoerente - Quando o conteúdo da mensagem não se
correlaciona ao conteúdo das colocações ou perguntas do
interlocutor.
Quanto à identidade:
a)
Matematicamente idêntica ao de uma pessoa:
i) viva.
ii)
falecida.
b) Sem
identificação matemática do emissor.
Além disto, as vozes
eletrônicas paranormais podem apresentar as seguintes
formas de expressão:
Quanto ao gênero:
a)
Masculina.
b)
Feminina.
Quanto à musicalidade:
a)
Melodiosa.
b) Não
melodiosa.
Isto posto, elaboramos um
quadro de tipologia das vozes eletrônicas paranormais
que permite matizar sua qualidade, qual seja:
Vozes tipo A1: Nítida, interativa, reversa,
longa.
Vozes tipo A2:
Nítida, interativa, reversa, curta.
Vozes tipo B1:
Nítida, interativa, normal, longa.
Vozes tipo B2:
Nítida, interativa, normal, curta.
Vozes tipo C1:
Nítida, Coerente não interativa, reversa, longa.
Vozes tipo C2:
Nítida, Coerente não interativa, reversa, curta.
Vozes tipo D1:
Nítida, Coerente não interativa, normal, longa.
Vozes tipo D2:
Nítida, Coerente não interativa, normal, curta.
Vozes tipo E1:
Nítida, incoerente, reversa, longa.
Vozes tipo E2:
Nítida, incoerente, reversa, curta.
Vozes tipo F1:
Nítida, incoerente, normal, longa.
Vozes tipo F2:
Nítida, incoerente, normal, curta.
Vozes tipo G: Dúbia
Neste trabalho, não estaremos interessados nas vozes
tipo G, passíveis de inúmeras interpretações, nem as do
tipo B, D e F, por serem no modo normal, ou seja,
trataremos, apenas, das vozes tipo A, C e E.
2. VOZES PARANORMAIS
REVERSAS
2.1.
Conceito.
São vozes paranormais que
surgem ao se ouvir uma reprodução em sentido contrário
ao que foi efetuada a gravação.
O primeiro transcomunicador a observar a existência das
vozes reversas foi Jügenson.
Fazer a reversão com gravador
é muito trabalhoso. Se a TCI é feita com gravadores de
rolos, é suficiente inverter os rolos. Porém, se a
gravação é feita em fita cassete, teremos que abrir a
caixa da fita e fazer inversão manualmente. Atualmente,
está bastante disseminada a gravação pelo computador,
através do uso de programas de voz, que promovem a
reversão com um simples clicar do comando "Reverse".
2.2.
Tipos
Há, basicamente, dois tipos de
vozes reversas:
a) Aquelas em que há
uma voz humana no sentido normal e uma voz paranormal no
reverso;
b) Aquelas em que há uma voz paranormal tanto nos
sentido normal como no reverso.
Como subtipo deste, temos a voz reversa seqüencial, que
complementa a voz paranormal gravada em sentido normal.
O seguinte exemplo transliteramos da professora Sônia
Rinaldi: “O caso desse transcontato ocorreu durante uma
gravação, quando, numa reunião de associados, eu estava
com um sino na mão para brincar e reunir o pessoal. No
momento em que toquei o sininho, uma voz infantil
modulou o som desse sino dizendo:
- AQUI É GUSTAVO.
O mais impressionante é que,
no sentido reverso, vem à seqüência da mensagem. Diz:
SEJA FORTE, MÃE.
Há que se notar que, para tal fenômeno ocorrer, a voz do
mesmo menino gravou duas mensagens diferentes
simultaneamente, sem que uma interfira na outra.
(RINALDI, 2000, pp. 92-93).
Também é relatado pela professora Sônia o seguinte caso
de voz reversa seqüencial: “Foi com surpresa que recebi
uma gravação da trascomunicadora Deires Hoffman, de
Amparo-SP,com a seguinte gravação:
- É o Lão, estou falando!
Fiquei chocada, porque “Lão” era o apelido do Fernando
que somente eu e ele conhecíamos, nem mesmo familiares.
E mais surpreendente ainda, no reverso se ouve:
- Sônia, com amor!.
Assim, é um áudio seqüencial,
que completo fica:
- É o Lão, estou falando,
(pra) Sônia, com amor!” (RINALDI, 2005, p. 169).
2.3.
Exemplos Práticos
Vamos citar, aqui, dois casos
de vozes reversas. O primeiro caso nos é fornecido pela
transcomunicadora Sônia Rinaldi. Ela relata que em
janeiro de 1998 recebeu a visita de um cientista que foi
ajustar os equipamentos de captação de imagens, tendo
realizado a gravação de sua conversa enquanto o Dr.
Augusto fornecia explicações sobre Física.
Pode-se identificar a presença de vozes paranormais
tanto no sentido normal como no reverso. Em uma das
gravações, o Dr. Augusto diz:-"(...) até a esse ponto eu
consigo, realmente, entender o que está sendo dito...
essas são as transformações (..)". Ao se reverter essa
frase, parte dela fica indecifrável mas aparece duas
vozes que modulam sobre a voz do Dr. Augusto e dizem:
"Eu sou José" e "Que moça bonita". É bom observar que
não se conhece até hoje nenhuma tecnologia que possa
produzir, no sentido inverso, gravações inteligíveis.
Esse e os demais casos foram enviados para análise, por
especialistas da USP, que concluiu pela não existência
de evidência de que todas as locuções tenham sido
pronunciadas pelo mesmo locutor, visto que os valores
normalizados não se encontram perto o suficiente.
(RINALDI, 1999, pp. 69-72).
O outro caso foi obtido em Pernambuco, no Grupo de
Estudos e Pesquisas em Transcomunicação Instrumental Ivo
Cyro Caruso, em sessão experimental de 24 de setembro de
2005. Em conversas anteriores ao início da gravação,
Ronaldo Dantas lembrou a necessidade de, paralelamente a
prática dos experimentos de TCI, formarmos, também, um
grupo de estudos sobre o tema, para que pudéssemos
aprofundar e aprimorar nossos conhecimentos e técnicas.
A certa altura do experimento, quando o transcomunicador
Fernando Pereira estava falando do filme sobre TCI, que
estava passando no cinema, no reverso de sua voz,
modulando-a, quando dizia “ ... o título no Brasil é
Vozes do Além.”, surge a gravação “claro .. é preciso
organizar o grupo de estudo”.
Esta modalidade de voz
paranormal (a reversa) é mais comum do que se imagina,
conforme defende o transcomunicador Hildegard Schäfer,
ao asseverar que “... É provável que tais resultados
possam ser contatados em todas as comunicações
recebidas, caso fossem examinadas deste ponto de
vista... Ao passar minha fita Beispiele paranormaler
Tonbandstimmen [Exemplos de Vozes Paranormais],
(Editora Hermann Bauer, Friburgo, podemos observar que,
em quase todas as setenta gravações, resultam, na
reprodução invertida, mensagens diferentes mas também
perfeitamente inteligíveis”. (SCHÄFER, 1997, p.60)
2.4.
Mecanismo de Gravação
O professor Salvatore de Salvo
faz algumas recomendações para obtermos com mais sucesso
as vozes paranormais, que devem ser objeto de
observações acuradas, quais sejam: obtêm-se melhores
resultados quando se grava à noite, possivelmente em
tempo claro; temporais dificultam, quando não impedem, a
recepção; a lua crescente atua positivamente. (SALVO,
1992, p. 230)
No caso específico das vozes reversas, o Ph.D. Augusto
Beresawskas, da Universidade de São Paulo, propôs um
modelo para descrever o processo de produção de vozes
reversas que consiste basicamente em supor a existência
de “uma flutuação temporal entre a nossa Realidade e
outras Realidades, que pode ser expressa por uma
hilicóide”. Se efetuarmos um corte numa posição dessa
helicóide e fixarmos um determinado tempo, teremos que o
Tempo estará se deslocando num sentido por uma alça e em
sentido contrário por outra. Esta helicóide seria uma
projeção bidimensional de um Tempo n-dimensional,
possibilitando a captação de mensagens inteligíveis nos
dois sentidos.
Temos, assim, janelas periódicas, de segmentos
constantes ao mesmo tempo nas várias Realidades,
provindas de um colapso de uma Realidade Temporal maior
para uma menor. Desta forma, o tempo pode ser entendido
como a sucessão de eventos em Realidades Múltiplas, que,
quando observada a partir da nossa Realidade, as outras
Realidades todas são colapsadas naquilo que você observa
aqui. (RINALDI, 2000, pp. 94-97)
3. PSEUDOVOZES PARANORMAIS REVERSAS
3.1.
Conceito
Ao escutarmos uma reprodução
sonora em sentido contrário ao que foi gravada, em raras
ocasiões é possível identificar palavras de nosso ou de
outro idioma, fazendo-se necessário o reconhecimento e
identificação deste fenômeno para não confundirmos com
as autênticas vozes paranormais reversas. Com este
intuito, discutiremos, aqui, as ocasiões em que tais
eventos ocorrem que são basicamente dois: Como variável
psicológica o fenômeno projetivo e como variável técnica
os anagramas fonéticos.
3.2. O
Fenômeno Projetivo
O profº Wellington Zangari e a
profª Fátima Regina Machado, no trabalho “Recomendações
Metodológicas aos Transcomunicadores”, no site
www.portalpsi.com.br, estabelece critérios
para a implementação de um método científico na
investigação das transcomunicações instrumentais, dos
quais destacamos o fenômeno projetivo que transliteramos
a seguir:
“Nosso objetivo é apresentar algumas das prováveis
hipóteses alternativas acompanhadas de sugestões de
soluções metodológicas que poderiam controlá-las de
maneira efetiva. A seguir, faremos a apresentação
sucinta das variáveis que sempre deveriam ser
controladas e dos controles que poderiam ser empregados
nas pesquisas de TCI...
... Dá-se o nome de fenômeno
projetivo ao fato de um indivíduo reconhecer padrões em
um evento caótico. O fenômeno de atribuição da
causalidade, por seu turno, pode ser definido como o
sentido ou interpretação emprestada a um evento
qualquer. O indivíduo, por assim dizer, projeta seus
conteúdos psicológicos, expectativas, crenças, em um
evento qualquer, ainda que sua natureza seja caótica,
sem sentido. Estes fenômenos psicológicos, já
investigados há mais de um século pela Psiquiatria, pela
Psicologia (sobretudo pela Psicanálise e pela Psicologia
Social), têm sido utilizados, inclusive, com finalidades
diagnósticas. Os testes projetivos, por exemplo, formam
uma família de testes em que este princípio é aplicado.
O mais conhecido destes testes, o Rorscharch, emprega
cartões com manchas de tinta, semelhantes às manchas
simétricas obtidas a partir da colocação de tinta em uma
folha e que é, então, dobrada uma vez e desdobrada. Cada
observador vislumbra alguma imagem nas manchas de
maneira semelhante às figuras vistas ao se observar as
nuvens.
No caso específico da pesquisa em TCI, o observador
poderia, em alguns casos, não ver ou ouvir alguma
manifestação "paranormal", mas interpretá-la como tal
mediante o mecanismo da projeção e da atribuição da
causalidade. Um ruído qualquer oriundo, por exemplo, do
mecanismo do próprio gravador, poderia ser interpretado,
posteriormente, como uma resposta ou comentário de fonte
"espiritual". Evidentemente, tal hipótese apenas seria
válida para sons e imagens nada nítidas ou pouco
nítidas, em que haveria que se fazer certo "esforço"
para se reconhecer algum padrão organizado no evento.
Para que a projeção e a atribuição da causalidade venham
a ser controladas, recomendamos que os investigadores em
TCI ou aceitem apenas os sons e imagens perfeitamente
nítidas, em que todos os observadores reconheçam o mesmo
efeito ou, ao aceitarem efeitos pouco nítidos, realizem
um processo de análise grupal e "cego". Nesta última
hipótese, seriam chamados, pelo menos, mais quatro
transcomunicadores treinados para ouvirem (ou verem) o
som (ou imagem) obtido. Sem ter acesso à interpretação
de seus colegas, cada transcomunicador oferece sua
interpretação por escrito. Após os 5 palpites, abrem-se
as folhas de registro de interpretação. Apenas no caso
de haver concordância em pelo menos três dos cinco
palpites é que se considerará o efeito como digno de
investigação posterior. É comum verificarmos em seções
de apresentação de gravações ou imagens o seguinte
expediente: o transcomunicador revela sua interpretação
do evento (som ou imagem) e, apenas posteriormente,
apresenta a gravação ou imagem registrada. Este
procedimento não é aconselhável, já que pode haver uma
indução da percepção dos assistentes. Em alguns casos,
no entanto, mesmo a utilização deste expediente, não
parece suficiente para garantir concordância perceptual
entre a captação supostamente paranormal e a
interpretação. Algumas vezes, verificamos que a
interpretação do pesquisador que registrou certo efeito
é contestada pelos assistentes. Isto mostra a
necessidade de maior objetividade na avaliação dos
efeitos registrados...”. (ZANGARI & FÁTIMA, 2007)
3.3. Fita Torcida
O
fenômeno projetivo pode ocorrer, também, no sentido
normal de gravação, por ocasião do surgimento de fitas
torcidas, que seria uma variável de natureza técnica
acoplada a fenômeno projetivo.
Conforme a profª Sônia
Rinaldi, pelo menos uns três casos já chegaram a
Associação Nacional dos Transcomunicadores – ANT, hoje
denominado de Instituto de Pesquisas Avançadas em
Transcomunicação Instrumental – IPATI, para análise,
porque a pessoa encontrou gravações que pareciam
gravadas "em idiomas desconhecidos", e logo deduziam que
eram paranormais. Em 95% dos casos, essas ocorrências
devem-se, apenas,a fita torcida, por simples
descuido, não se tratando de fenômeno paranormal.
Transliteramos, a seguir, o relato da professora Sônia
Rinaldi:
“Um exemplo foi o caso trazido por uma associada, que
enviou-nos uma fita com uns cinco minutos de nhumbtijlbh,
nhfyb, hnmjgppk; etc. Língua desconhecida? Voz reversa?
Que fenômeno seria aquele?
A profª Sônia Rinaldi enviou a fita ao associado da ANT,
Engº. Valdir Cunha, que, cuidadosamente, fez a inversão
manualmente, com árduo trabalho (já que, naquele
período, ele não usava computador ainda para tratamento
de áudio). Copiou inicialmente da fita para um gravador
de rolo e, por fim, se deu ao trabalho de anotar todas
as frases.
A conclusão foi que se tratava de uma poesia de fundo
espiritualista. O resultado foi levado para a associada
que o forneceu, para que pudesse apreciar o caso. Ao que
ela ouviu, disse de imediato:
-"Mas essa é gravação do
médium "x", feita em Uberaba, no término de um encontro
no qual eu estava... e é a voz dele também".
Oras, se não era falecido, e, se a mensagem era tal e
qual a gravação original, só poderia ter ocorrido algo
muito simples, que por fim, foi confirmado. Ao fazer uma
cópia, acidentalmente, a fita enroscou no cabeçote do
aparelho. Depois de arrumado, não se deu conta de que a
fita amassou e torceu. Ou seja, a partir daquele ponto o
áudio seria registrado no verso da fita. Essa fita foi
guardada e ninguém mais se lembrava dela. Tempos depois,
desejando reaproveitá-la, colocou para gravar. E aí teve
a surpresa da "língua estrangeira desconhecida". Foi
fácil verificar: pegamos a fita original e a rolamos
manualmente até que, záz, lá estava o retorcido causador
do "falso fenômeno". “ (RINALDI, 2000, pp 88-89).
Em Pernambuco também tivemos um caso semelhante a este,
conforme relato do professor Valter da Rosa Borges,
descrito a seguir: ”Em outubro de 1973, fui convidado a
ir ao gabinete do Presidente do Tribunal de Justiça de
Pernambuco, Desembargador João Baptista Guerra Barreto,
que desejava falar-me a respeito de um estranho fenômeno
que ocorrera naquele Tribunal.
Contou-me que, em sessão de uma das Câmaras Cíveis, o
voto do Desembargador Pedro Malta, depois de gravado e
taquigrafado, foi levado para ser conferido e
datilografado. Qual não foi a surpresa da datilógrafa,
quando ao conferir as notas taquigrafadas com a gravação
da fita cassete, ouviu, após alguns minutos da fala de
Pedro Malta, uma voz estranha dizendo coisas
incompreensíveis. Aquele fato causou perplexidade entre
funcionários, juízes e desembargadores e, de logo, se
pensou tratar-se de um fenômeno sobrenatural.
Guerra
Barreto, hoje falecido, com a sua costumeira serenidade,
mandou investigar a fita por poligrotas que ele
conhecia, a fim de descobrir se se tratava realmente de
algum idioma.Como não obteve êxito nessa tentativa,
resolveu pedir a minha ajuda para investigar o fenômeno,
e disse-me que, para isso, providenciaria uma cópia da
gravação originou. Solicitei-lhe que me fornecesse a
gravação original, o que ele o fez sem qualquer objeção.
Levei a fita cassete para a minha residência e, de logo,
telefonei para João Alves de Andrade, técnico em
eletrônica e funcionário da TV Universitária Canal 11.
Depois de relatar-lhe o acontecido, Andrade asseverou-me
que sabia do que se tratava e, horas depois, chegava ao
meu apartamento para examinar a fita. Antes, porém,
explicou-me que, seguramente, a fita, por ocasião da
gravação, havia dobrado dentro do cassete. Abriu, então,
o cassete e, de imediato, encontrou o local onde a fita
havia dobrado. Colocamos o cassete no gravador e ouvimos
a gravação até o fim. A fala de Pedro Malta reapareceu
na sua integridade e a voz misteriosa, falando um idioma
desconhecido, não mais se reproduziu. Devolvi o cassete
a Guerra Barreto e expliquei-lhe a causa do fenômeno,
esclarecendo que, se ele tivesse me fornecido a cópia da
gravação e não o original, aquele “mistério” jamais
seria resolvido”. (BORGES,, 2000, p. 52).
Esse fenômeno, embora não se relacionando diretamente
com vozes reversas mas com pseudovozes paranormais de
uma forma geral, servem para ilustrar o cuidado que
devemos ter ao lidar com estes fenômenos, para não
fazermos interpretações precipitadas e termos o cuidado
de olhar o evento sobre várias perspectivas.
3.4. Anagramas fonéticos
3.4.1.
Conceito
Entende-se por anagrama de uma
palavra a sua expressão em que suas unidades gráficas ou
fonéticas situam-se em uma nova ordem, encontrando-se,
portanto, transladadas, isto é, temos uma permutação da
ordem anterior.
Seja A = (a1, a2,
a3, ..., ai, ..., an)
uma seqüência de letras ou fonemas e A’ = (an, ...,
ai, ..., a3, a2,
a1) a permutação de A em que cada termo é
dado pela expressão a1 = an+1-i,
ou seja, a soma das novas posições com as posições
anteriores de cada letra ou fonema será n + 1, o que
significa que estas posições estarão totalmente
invertidas (a última será a primeira, a penúltima será a
segunda e assim por diante). Neste caso diremos que a
permutação é a inversa de A, ou seja, teremos um
anagrama inverso. Se A = A’, o anagrama inverso se
denomina um palíndromo e neste caso ambos serão escritos
e/ou pronunciados da mesma forma. Como exemplos temos a
palavra RADAR como um palíndromo gráfico, mas não
fonético, e ARARA como um palíndromo gráfico e fonético.
É evidente que só nos preocuparemos com os anagramas
inversos que tenham significado, isto é, que seja uma
palavra de um idioma, são os anagramas inversos
significativos. Como estamos lidando com vozes, nossa
preocupação será com os anagramas fonéticos
significativos. Em suma, o anagrama poderá não ter nem
um significado, sendo um mero arranjo de letras e/ou
fonemas, sem correspondência em um código lingüístico,
denominando-se anagrama não significativo e, em caso
contrário, anagrama significativo, que é o que nos
interessa.
Finalmente, temos que fazer a
diferença entre anagrama inverso e especular. Sob o
aspecto gráfico temos que se as letras se encontram
transladadas, na forma que foi definida anteriormente,
teremos um anagrama inverso; porém, se posta diante de
um espelho faz-se necessário um esforço de percepção
para entender a palavra visto que o espelho também
rotacional as letras em torno de seu eixo médio
vertical. Assim, a palavra AMAR se tornará
яАМA, onde o símbolo я não tem significado.
Para uma leitura correta teríamos que rotacionar todas
as letras conforme descrito, obtendo яАМA, que
diante do espelho ficará RAMA, agora com sentido.
Dizemos que яАМA é o anagrama especular de
AMAR, que é um caso particular do anagrama inverso.
Esta diferenciação é
encontrada na psicografia, que é uma forma de fenômeno
telepático, em que é dita invertida, se a mensagem for
escrita invertendo a ordem das letras, como, por
exemplo, RAMA, em vez de AMAR
e denomina-se especular, se além de invertidas as letras
forem rotacionadas, de tal maneira que só podem ser
lidas em oposição a um espelho, como em яАМA.
(BORGES, 1976, p.56).
Em
termos fonéticos, teremos que no anagrama fonético
inverso temos a inversão da ordem dos fonemas, conforme
descrito anteriormente, porém não obrigatoriamente estes
são pronunciados invertidos; se assim ocorrer, teremos,
de forma análoga, o anagrama fonético especular ou
reverso. Assim, MARIAS é o anagrama fonético especular
significativo de SAÍRAM, embora SAIRAM não seja o
anagrama fonético especular de MARIAS, visto que este é
SIAIRAM.
3.4.2.
Classificação dos anagramas especulares significativos
Quanto à forma de expressão, o
anagrama especular significativo pode ser:
a) Gráfico – Quando a palavra escrita ao contrário
produzir outra palavra, não se considerando a acentuação
prosódica, nasalações ou outros sinais e acentos. Como
exemplo, temos a palavra “socorram” cuja antípoda
gráfica é “Marrocos”. Estes são os conhecidos
palíndromos alfabéticos, ou simplesmente palíndromos.
b) Fonético – Quando a palavra, falada ao contrário,
produzir outra palavra, devendo considerar-se sempre,
neste caso, a acentuação prosódica, nasalações ou outros
variantes sonoras dos fonemas. Como exemplo temos a
palavra “missa” cuja antípoda é “assim”. Neste exemplo,
o anagrama fonético também é anagrama gráfico, porém,
nem sempre é desta maneira. A palavra “cidade”, tem como
anagrama fonético “idades”, mas não é um anagrama
gráfico e a palavra “socorram” é anagrama gráfico de
“Marrocos”, mas não é uma anagrama fonético.
Quanto ao código lingüístico a que pertencem, os
anagramas especulares significativos podem ser:
a) Não híbridos: Se pertencem ao mesmo código
lingüístico (idioma) da palavra que a originou como é o
caso dos anagramas citados até agora, que pertencem
todos ao português.
b) Híbridos: Se pertence a um código lingüístico
(idioma) distinto ao da palavra que o originou como é o
caso do anagrama fonético “He”, ele em inglês, originada
de “ir”, verbo da terceira conjugação do idioma
português.
3.5.
Pseudoanagramas Fonéticos Especulares - Efeito McGurck
Este efeito foi descoberto, na década de 70, pelos
pesquisadores Harry McGurk e John MacDonald, sendo
descrito em seu trabalho humoristicamente "Hearing Lips
and Seeing Voices" [Ouvindo Lábios e Vendo Vozes],
publicado em 1976 na Nature. Quando recebe uma
mensagem truncada, notadamente visual ou auditiva, a
mente tende a percebê-la como um todo, aproximando-a o
mais possível de um termo conhecido. Esta ilusão,
gráfica ou fonética, mostra a integração que nosso
cérebro faz, inconscientemente, de diversos estímulos.
3.5.1.
Gráfico (escrito)
No efeito McGurk escrito, as
palavras do texto podem manter a primeira e a última
letra, enquanto as letras intermediárias podem ficar
embaralhadas que, mesmo assim, conseguimos, por um
processo de gestalte, as ler. Como exemplo temos o texto
a seguir:
“De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesridae ignlsea,
não ipomtra em qaul odrem as lrteas de uma plravaa etãso,
a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e a útmlia
lrteas etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma
ttaol bçguana que vcoê pdoe anida ler sem pobrlmea. Itso
é poqrue nós não lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa
cmoo um tdoo”. Com isto podemos perceber uma palavra
onde temos um mero arranjo de letras, sem significação.
(BRASIL, 2003)
3.5.2.
Sonoro (fonético)
Imagine um vídeo em que uma pessoa pronuncia a sílaba /ga/
e ao mesmo tempo seja acionado um áudio em que é
pronunciada a sílaba /ba/. Ao vermos o vídeo e
escutarmos o áudio ao mesmo tempo, percebemos a sílaba
/da/. Se ouvirmos apenas o som, escutaremos /ba/.
Ao correlacionar os dois estímulos, o som /ba/ e a
imagem /ga/, o cérebro faz o melhor que pode para a
integração dos estímulos e percebemos um /da/ (isto é,
ba+ga=da).
Esta ilusão permanece mesmo depois que a conhecemos, ou
seja, mesmo sabendo que o som é /ba/, ao ver o vídeo
continuamos percebendo um /da/.
Isto parece ocorrer porque ba,
da e ga são sons parecidos, e nós integrarmos pistas
visuais em nossa percepção dos sons. O efeito McGurk
ocorre também com outras sílabas semelhantes.
Ademais, analogamente ao efeito McGurck gráfico, é
possível que um conjunto de fonemas, sem significado,
possa ser entendido como uma palavra do código
lingüístico em questão.
4. CATÁLOGO IPPP DOS ANAGRAMAS FONÉTICOS ESPECULARES
SIGNIFICATIVAS (CIAFES)
4.1.
Considerações Gerais – O Catálogo de Objetos Messier
De 1754 a 1783, o astrônomo francês Charles Messier
elaborou um catálogo de objetos astronômicos que
poderiam ser confundidos, na época, com cometas, mas que
eram aglomerados de estrelas, nebulosas planetárias e
difusas, e galáxias. Estes objetos celestes são vistos
como manchas na abóbada celeste, assemelhando-se a
cometas quando ainda se encontram distantes do Sol. Ao
todo, contém o catálogo 109 objetos enumerados, tendo
esses um “M” maiúsculo na frente do algarismo. Por
exemplo, M 31 é a designação da galáxia de Andrômeda.
De forma semelhante, estamos propondo a elaboração de um
catálogo de sons, cujas antípodas resultem em outros
sons, com significado no sistema lingüístico português.
Este catálogo inicial foi elaborado no Instituto
Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas – IPPP, como
resultado de elaboração teórica e das sessões de
experimentações em Transcomunicação Instrumental – TCI,
do Grupo de Estudos e Pesquisas em Transcomunicação
Instrumental, que integra a Associação Pernambucana de
Transcomunicadores (APT), que se reúne na sede do IPPP.
Doravante, denominaremos o resultado deste trabalho de
Catálogo IPPP de Anagramas Fonéticos Especulares
Significativos (CIAFES). A finalidade deste catálogo é
evitar que estes sons sejam confundidos com vozes
paranormais no reverso das gravações de TCI, refinando,
desta forma, a metodologia utilizada nestes
experimentos.
4.2.
Metodologia utilizada na elaboração do CIAFES
A elaboração do catálogo passou por quatro etapas
sucessivas e complementares, descriminadas a seguir, em
conseqüência da busca de meios que possibilitassem sua
construção de forma mais rápida e eficaz.
O primeiro procedimento
utilizado foi o método empírico no qual, à
medida que os anagramas fonéticos especulares
significativos (AFES) fossem surgindo ao longo dos
experimentos de TCI, estes seriam catalogados. Além de
muito moroso, este procedimento dependia do acaso, da
sorte de surgir, ao longo das conversações dos
experimentos de TCI, palavras ou frases cujas reversas
resultassem em outras palavras ou frases de nosso
vernáculo. Ademais, faltava-nos uma visão geral do
quanto avançamos em termos de finalização do catálogo,
por não termos idéia da quantidade de sons
significativos possíveis em nosso idioma.
Objetivando superar estas
dificuldades, passamos a utilizar o método
sistemático dicionarístico, em que buscávamos gravar
todos os verbetes do dicionário, com suas respectivas
flexões em número e grau e em seguida ouvíamos a
gravação inversa e anotávamos as observações
importantes. Num segundo momento deste método,
repetíamos o mesmo procedimento para as flexões verbais,
quanto ao modo, tempo, pessoa e número. Este método tem
a vantagem de ser ordenado, não dependendo do puro
acaso, e permitir uma varredura significativa dos
verbetes lingüísticos, apesar de não ser completa, pois
os dicionários sempre apresentam palavras ausentes, como
os termos técnicos e os neologismos recentes, por
exemplo. Sua desvantagem é o grande número de palavras
que teria de ser gravada e analisada, consumindo muito
tempo e esforço. Ademais, as palavras produzidas por
junções de outras não seriam detectadas, já que
trabalhávamos com as palavras isoladas. Assim, os dois
métodos passaram a ser usados concomitantemente, de
forma complementar.
Visando minimizar as
dificuldades inerentes aos métodos anteriores, passamos
a utilizar o método sistemático fonético.
Inicialmente, procuramos identificar os fonemas da
língua portuguesa e identificar aqueles cujo inverso
também são fonemas. Verificamos que este procedimento
não é o mais adequado porque alguns fonemas não têm
expressão sonora isoladamente, necessitando da junção de
outros fonemas, bem como, o inverso de certos fonemas é
idêntico ao inverso de outros fonemas. Ademais, o
problema do surgimento de associações de fonemas que
resultassem em palavras com sentido, nos reportava ao
método anterior.
Finalmente, chegamos ao
método de varredura axiomático, na qual procuramos
identificar princípios pelos quais são produzidos os
AFES e daí obtermos estas palavras, permitindo
resultados mais céleres e eficazes. Verificamos, assim,
que os mais fortes candidatos AFES são os anagramas
gráficos.
4.3.
Normas dos Anagramas Fonéticos Especulares
Ao analisarmos vários AFES, observamos certos indícios
que nos permitirão prever quais palavras são fortes
candidatas a terem AFES; são as chamadas normas dos
anagramas fonéticos.
1ª Norma – Muitos anagramas especulares gráficos são
anagramas especulares fonéticos, logo são fortes
candidatos a serem AFES.
2ª Norma – Se uma palavra se inicia por uma das
seguintes consoantes: B, C com som de K, D, G gutural,
H, P, Q, T ou V, então, no reverso, elas são
praticamente inaudíveis.
São pronunciáveis: C
sibilante, F, G não gutural, J, M, N, R, S, X e Z.
3ª Norma – O EM ou EN final,
no reverso, produzem IE.
4ª Norma – O AFES preserva
sempre a acentuação prosódica da palavra original.
5ª Norma – Os sons sibilantes (S, SS, SC, C sibilante,
Ç) pronunciam-se, no reverso, como SS.
Os sons S entre vogais, Z não
final, pronunciam-se, no reverso, como Z.
Os sons Ch, X, pronunciam-se,
no reverso, como Xi.
Os sons S e Z final
pronunciam-se, no reverso, como Si.
6ª Norma – O R vibrante, no reverso, pronuncia-se como
tal e o R gutural ou dois erres pronunciam-se, no
reverso, como RR.
7ª Norma – O L final tem, no
reverso, som de u.
4.4.
Catálogo de Palavras e Frases Que São Anagramas
Fonéticos Especulares Significativos.
Antes de apresentarmos o
catálogo, faz-se necessário alguns esclarecimentos:
a) Existem
algumas palavras cujos anagramas fonéticos especulares
apenas se parecem com outras palavras, não são AFES
autênticos, sendo pseudoananagramas fonéticos
especulares significativos.
b)
Temos que considerar, ainda, as AFES parciais ou
segmentares, em que apenas uma parte da palavra
original produz, no reverso, uma palavra do código
lingüístico, como “patrocínio”, em que a parte em
negrito, no reverso, é “início”.
c) O
conjunto de palavras que são AFES, isoladamente, não
esgota todas as possibilidades de obtermos AFES, posto
que, o final de uma palavra em conjunto com o começo de
outra, podem vir a formar um AFES, aumentando,
enormemente, as possibilidades de obtermos novos AFES,
são os AFES acopladas.
d) Algumas palavras formam AFES, porém, estes, não
obrigatoriamente produzem a palavra que lhe deu origem.
Neste caso grafamos normalmente, e naquele grafamos em
negrito. Como exemplo, temos: Zorra produz Arroz, mais o
reverso de arroz não é zorra.
CATÁLOGO
IPPP DE ANAGRAMAS FONÉTICOS ESPECULARES SIGNIFICATIVOS
EM PORTUGUÊS
Normal |
Inverso |
Normal |
Inverso |
Normal |
Inverso |
Acata |
Ataca |
Ator |
Rota (ô) |
Raça |
Assar |
Ala |
Alá |
Ávaro |
Orava |
Rata |
Atar |
Alá |
Ala |
Aviva |
Aviva |
Reviver |
Reviver |
Alô |
Ola (ô) |
Avó |
Ova |
Ri |
Ir |
Aluna |
Anula |
Azul |
Lusa |
Rir |
Rir |
Ana |
Anã |
Cidade |
Idades |
Rodo (ô) |
Odor |
Anã |
Ana |
Idades |
Cidade |
Roma |
amor |
Anilina |
Anilina |
Idade |
Idade |
Rota (ô) |
Ator |
Anula |
Aluna |
Ir |
Ri |
Sabá |
Abas |
Ara |
Ará |
Ira |
Ari |
Saída |
Adias |
Ará |
Ara |
Lusa |
Azul |
Saíram |
Marias |
Arar |
Rara |
Mala |
Alan |
Saíssem |
Messias |
Arara |
Arara |
Mela |
Além |
Satrapa |
Apartas |
Ari |
Ira |
Melar |
Ralem |
Ser |
Reis |
Arreta |
Aterra |
Missa |
Assim |
Sina |
Anis |
Assar |
Raça |
Odor |
Rodo (ô) |
Siri |
Íris |
Assim |
Missa |
Ola (ô) |
Alô |
Somos |
Sumos |
Ataca |
Acata |
Orar |
Raro |
Sumos |
Somos |
Atar |
Rata |
Orava |
Avaro |
Zorra |
Arroz |
Aterra |
Arreta |
Ova |
Avó |
|
|
Obs: As
palavras em negrito são anagramas fonéticos no sentido
da direita para esquerda e da esquerda para a direita.
As palavras que não estão em negrito são anagramas
apenas no sentido indicado no catálogo.
CATÁLOGO
IPPP DE ANAGRAMAS FONÉTICOS ESPECULARES SIGNIFICATIVOS
ACOPLADOS EM PORTUGUÊS
Normal |
Inverso |
Normal |
Inverso |
Normal |
Inverso |
Idade simples |
Simplicidade |
Desaba |
A base |
A taba |
Abata |
Simplicidade |
Idade simples |
Otário |
Oi rato |
Abata |
A taba |
A terra |
Arreta(1) |
Oi rato |
Otário |
A Viva |
Aviva |
A reta; arreta |
A terra |
Lata |
A tal |
A caca |
A caca |
No ar |
Raul |
A tal |
Lata |
A baba |
A baba |
Com esse |
Seu |
Lítio |
Oi til |
A Lila |
A Lila |
A mim nem |
Menina |
Oi til |
Lítio |
O galo |
O lago |
O burro |
Urubu |
A Xuxa |
A Xuxa |
O lago |
O galo |
Ani é rica |
Aqui reina |
A paca |
A capa |
O teto |
O teto |
A tora |
A rota |
A capa |
A paca |
A cobaia vai à boca |
A cobaia vai à boca |
Reto o avião |
Valter |
O galo |
O lago |
Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos |
Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos |
A roda |
adora |
A cuca |
A cuca |
Rir é ferir |
Rir é ferir |
A tropa |
A porta |
A taxa |
A chata, achata |
O vôo do ovo |
O vôo do ovo |
A dor |
Roda |
A coca |
A coca |
Zé de Lima |
A mil e dez |
A droga (ó) |
A gorda (ô) |
A toa |
A outra |
|
|
Amarga |
A grama |
A dama |
Amanda |
|
|
Carro |
Urrar |
Urca |
A cru |
|
|
O dado |
O dado |
A cru |
Urca |
|
|
O dedo |
O dedo |
A tropa |
A porta |
|
|
(1)
A terra = A reta
CATÁLOGO IPPP DE ANAGRAMAS FONÉTICOS ESPECULARES
SIGNIFICATIVOS SEGMENTARES EM PORTUGUÊS
Normal |
Inverso |
Normal |
Inverso |
Normal |
Inverso |
Normal |
Inverso |
Viva |
Ave |
Tirocínio |
Início |
Luciana |
Anã |
|
|
Diva |
Ave |
Coluna |
Anulo |
Fama, Dama, Gama, Rama,
Lama |
Ama |
|
|
Patrocínio |
Início |
Pedroca |
Acorde |
|
|
|
|
Latrocínio |
Início |
Raciocínio |
Início |
|
|
|
|
5. CONCLUSÃO
Faz-se mister notar que o tema aqui discutido é da mais
alta relevância não apenas em termos científicos como
também filosófico. Se a mente é capaz de interagir com
aparelhos eletrônicos e impregnar suas estruturas com
imagens e sons, que se diria da sua relação com os
organismos vivos e as sérias repercussões que isto pode
trazer para a nossa cosmovisão.
Entretanto, é necessário ficar claro que não se discute
a causa última da transcomunicação instrumental;
trata-se, sim, de uma análise de um conjunto de fatos,
até agora observados, e da busca de elementos que
permitam estabelecer um padrão sobre o qual poderemos
nos basear para diferenciarmos quando estivermos diante
de um fenômeno autêntico de vozes paranormais reversas
ou de outro fenômeno que a simule.
Alguns aspectos devem ser enfatizados:
1 – Durante gravações em fita casssete, computador etc,
surgem vozes que não são registradas pelas formas
conhecidas.
2 – Muitas vezes estas vozes aparecem quando a gravação
se processa no sentido contrário, são as vozes
reversas.
3 – Não é bem verdade que no reverso nenhuma palavra com
significado aparece, visto que, palavras ou frases podem
surgir do emaranhado aleatório de sons, são os anagramas
fonéticos especulares significativos (AFES).
4 – A identificação e o reconhecimento destes AFES é
fundamental para que não os tomemos como autênticas
vozes reversas.
5 – Para isto faz-se necessário a elaboração de um
catálogo de palavras ou até mesmo frases que seja AFES,
nos moldes do catálogo Messier.
6 – No reverso também pode surgir palavras de outros
idiomas, são os AFES híbridos, sendo importante, também,
no futuro, a elaboração de um catálogo para estes
anagramas, relacionando vários idiomas entre si.
7 – É necessário que se diga que este catálogo não está
acabado, mas se encontra permanentemente em elaboração,
sendo acrescido a cada dia com um ou mais AFES novos. O
importante é que a idéia foi lançada e precisa ser
continuamente estendida e aperfeiçoada.
8 – Esperamos que em breve sejam elaborados também
catálogos com AFES híbridos bem como catálogos de
palavras e AFES em outros idiomas.
9 – A identificação destes AFES que podem ser
erroneamente interpretados como vozes paranormais não
invalida a existência de fenômenos de vozes reversas
autênticas, muito pelo contrário, fornece mais um
elemento para se evitar erro de interpretação e
fortalece a autenticidade do fenômeno da voz reversa
quando esta é encontrada e não corresponder a um termo
da lista.
O caminho que deveremos seguir no emaranhado destas
variáveis, só o futuro o dirá. Cabe a cada um de nós
refletirmos sobre o tema, em busca de respostas e, nesta
procura, é certo, surgirão inúmeras perguntas.
Esperamos que esta e outras listas possam ser criadas e
ampliadas, baseadas nas idéias aqui expostas, fornecendo
subsídios para que possamos criar experimentos
parapsicológicos cada vez mais eficazes e seguros.
REFERÊNCIAS
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Através dos Tempos. Editora Jornalística Fé. São
Paulo – SP. 1997. pp. 301.
BORGES, Valter da Rosa. Introdução ao Paranormal.
Recife: IPPP, 1976. pp. 191.
BORGES, Valter da Rosa & CARUSO, Ivo Cyro.
Parapsicologia: Um Novo Modelo (e outras teses).
Recife: FASA, 1986.
BORGES, Valter da Rosa. A Parapsicologia em
Pernambuco.
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IPPP, 2000. pp. 216.
BRUNE, François & CHAUVIN, Rèmy. Linha Direta do
Além: Transcomunicação Instrumental – Realidade ou
Utopia? 1ª. Edição. Editora Cultural Espírita –
EDICEL. Sobradinho – DF. 1994. pp.368.
BRUNE, François. Os Mortos nos Falam. 2ª.
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BANDER, Peter. Os Espíritos Comunicam-se por
Gravadores. 4ª. Edição. Editora Cultural Espírita –
EDICEL. São Paulo – SP. Pp. 190 [953]. 1985.
GOLDSTEIN, Karl W. Transcomunicação Instrumental.
Editora FE. São Paulo – SP. 1992. pp. 184.
LOCHER,
Theo & HARSCH, Maggy.
Transcomunicação – A Comunicação com o Além por Meios
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10 ª edição. Editora Pensamento. São Paulo – SP. 1997.
pp. 204.
NUNES, Clóvis S. Transcomunicação – Comunicações
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RINALDI, Sônia. Contatos Interdimensionais. São
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RINALDI, Sônia. Gravando Vozes do Além -
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SALVO, Salvatore de. Sinfonia da Energética. São
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SCHÄFER, Hildegard. Ponte Entre o Aqui e o Além –
Teoria e Prática da Transcomunicação. São Paulo:
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WEIL, Piere, KRIPPNER, Stanley et al . Transcomunicação
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