UMA HIPÓTESE PARA AS VOZES PARANORMAIS MELODIOSAS
A HYPOTHESIS
FOR THE VOICES MELODIOUS PARANORMAL
UNA
HIPÓTESIS DE VOCES PARANORMALES MELODIE
UNE HYPOTHÈSE POUR
EXPLIQUER LES VOIX PARANORMALES MÉLODIEUSES
UN'IPOTESE PER LE VOCE
PARANORMALE MELODIOSE
Trabalho
apresentado ao V Encontro Psi e XXVII Simpósio
Pernambucano de Parapsicologia, promovidos
pelo Instituto Pernambucano de
Pesquisas Psicobiofísicas (IPPP),
Centro Integrado de Parapsicologia Experimental (CIPE) e
Instituto Nacional de Pesquisas Psicobiofísicas (INPP),
de 04 a 06 de setembro de 2009, em Recife.
Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Matemático
Médico
Bacharel e Pós Graduado em
Direito
Parapsicólogo
Hipnólogo
Astrônomo Amador
FILIAÇÕES INSTITUCIONAIS
. Membro da Associação
Íbero-Americana de Parapsicologia
. Membro da Associação
Brasileira de Parapsicologia
. Presidente do
Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas
. Membro Pleno da
Parapsychological Association - Estados Unidos da
América
. Membro da União
Brasileira de Escritores
. Membro da Associação
dos Parapsicólogos de Pernambuco
. Membro da Sociedade
Pernambucana de Hipnose Médica
. Membro da Academia
Pernambucana de Ciências
. Membro da Associação
Pernambucana dos Transcomunicadores
. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas
em Transcomunicação Instrumental Ivo Cyro Caruso
. Membro da Sociedade
Astronômica do Recife
. Membro da Associação
dos Astrônomos de Pernambuco
. Membro
da Academia Brasileira de Marketing
ABSTRACT
In this work, we will trace initially some
considerations on the concept of phenomenon psi and, in
matter, of paranormal voice and instrumental
transcomunication. We approached the possible processes
of production of the same ones soon after, that should
be for resonance stochastic and the production of
synthetic voice obtained by the mechanism of the
combination of frequencies. We do, then, a parallel one
among the characteristics of the spoken voice and of the
sung voice, with emphasis in the production of the
fundamental frequency and intonation of the voice. In a
next to the last step, we looked for to identify the
factors physical, psychic and parapsychology that
distort the production of the instrumental
transcomunication. Finally, with base in every analyzed
content propose some causes to try to understand it
because of the great frequency of voices melodious psi.
Keywords: transcomunication, paranormal voice, melodious
voice, beginning transformer
RESUMEN
En este trabajo, algunas huellas consideraciones
iniciales sobre el concepto de los fenómenos psi, y, en
particular, la voz paranormales y Transcommunication
instrumental. Hemos seguido en los posibles procesos de
producción de la misma, para ser por resonancia
estocástico y la producción de la voz sintética obtenida
por el mecanismo de la combinación de frecuencias. Por
lo tanto, un paralelismo entre las características de la
voz hablada y la voz cantada, con énfasis en la
producción de la frecuencia fundamental y la entonación
de la voz. En un último paso, identificamos los
factores físicos, psicológicos y parapsicología que
distorsionan la producción de Transcommunication
instrumentales. Por último, sobre la base de cualquier
análisis de contenido sugerir algunas razones para
tratar de entender debido a la alta frecuencia de las
voces melódicas paranormales.
Palabras clave: Transcomunicación, paranormales voz, la
voz melódica, principio transformador
RÉSUMÉ
Dans ce travail, nous
allons d'abord retracer certaines considérations sur le
concept de phénomène psi et, plus précisément, de voix
paranormal et de transcommunication instrumentale.
Nous appréhenderons les processus de production de
phénomènes similaires au moyen de la résonance
stochastique qui permet d'obtenir une voix synthétique á
partir du mécanisme de combinaison de fréquences.
Nous ferons ensuite un parallèle entre les
caractéristiques des voix parlées et des voix chantées,
en mettant l'accent sur la production des fréquences et
intonations fondamentales de la voix. L'étape
suivant consistera à analyser la possible identité des
facteurs physiques, psychiques et parapsychologiques qui
distordent la production de transcommunication
instrumental. Finalemente, sur la base de ces
analyses, nous proposons quelques hypothéses pou essayer
de comprendre les voix paranormales mélodieuses de
grande fréquence.
Mots-clefs:
transcommunication, voix paranormales, voix mélodieuses,
principe de transformation.
RIASSUNTO
In questo lavoro sono
tracciate inizialmente alcune considerazioni sul
concetto di fenomeno psi, di voce paranormale e
trascomunicazione strumentale. Sono sviluppati, di
seguito, i possibili processi di produzione delle stesse,
che devono essere per risonanza stocastica e la
produzione di voce sintetica ottenuta dal meccanismo di
combinazione di frequenza. É stabilito, allora, un
parallelo tra le caratteristiche di voce parlata e di
voce cantata, con enfase nella produzione di frequenza
fondamentale e intonazione di voce. Si
identificano, cosi, i fattori fisici, psichici e
parapsicologici che alterano la produzione della
trascomunicazione strumentale. Finalmente, in base
a tutto il contenuto analizzato, sono proposte alcune
idee com il tentativo di comprendere il perché della
grande frequenza di voci paranormali melodiose.
Parole-chiave:
trascomunicazione, voce paranormale, voce melodiosa,
principio trasformativo.
RESUMO
Neste trabalho, traçaremos inicialmente algumas
considerações sobre o conceito de fenômeno psi, de voz
paranormal e transcomunicação instrumental. Abordamos
em seguido os possíveis processos de produção das
mesmas, que deve ser por ressonância estocástica e a
produção de voz sintética
obtida pelo mecanismo da combinação de freqüências.
Fazemos, então, um paralelo entre as características da
voz falada e da voz cantada, com ênfase na produção da
freqüência fundamental e entoação da voz. Buscamos
identificar os fatores físicos, psíquicos e
parapsicológicos que distorcem a produção da
transcomunicação instrumental. Finalmente, com base em
todo conteúdo analisado, propomos algumas causas para
tentar compreender o porque da grande freqüência de
vozes paranormais melodiosas.
Palavras-chave: transcomunicação, voz paranormal, voz
melodiosa, princípio transformativo
1. EXPLICITAÇÃO DO
PROBLEMA
Para compreendermos o
conceito de vozes paranormais, é necessário definirmos
fenômeno paranormal. Valter da Rosa Borges e Ivo
Cyro Caruso (1986: 257), denominam de psi ou paranormal
a todo o fenômeno que, tendo o homem como elemento
deflagrador, apresenta as seguintes características:
a) uma modalidade de conhecimento que uma
pessoa demonstra de fatos físicos e/ou psíquicos,
relativos ao passado, presente ou futuro, sem a
utilização (aparente) dos sentidos e da razão, assim
como de habilidades que não resultem de prévio
aprendizado.
b) uma ação física que uma pessoa exerce
sobre seres vivos e a matéria em geral, sem a utilização
de qualquer extensão ou instrumento de natureza
material.
Por sua vez,
transcomunicação é uma palavra formada por “trans”,
de origem latina, que significa “através de”, “para além
de”, e pela palavra “comunicação”; derivada do latim “communicatione”,
significando o ato ou efeito de emitir,
transmitir ou receber mensagens. Portanto,
etimologicamente, transcomunicação significa a
transmissão de uma mensagem para além dos meios
convencionais. O acréscimo do termo instrumental
significa que este ato é feito através de um elemento
intermediário, um instrumento; em particular, este
instrumento é um aparelho eletrônico. Desta forma,
tecnicamente, transcomunicação instrumental é a
recepção, transmissão ou emissão de mensagens de
natureza psi através de aparelhagem eletrônica. A
professora Sônia Rinaldi (2000: 7) afirma que o físico e
engenheiro alemão Ernst Senkowski foi o criador deste
termo, na década de 80.
Segundo Clóvis Nunes
(1998: 41), na transcomunicação instrumental podem ser
transmitidas imagens (transimagens) ou sons (transons).
Estes sons comumente são de vozes humanas, podendo seu
registro se dá por gravadores, computadores ou outro
meio eletrônico, sendo denominados de vozes paranormais.
Quanto à musicalidade,
as vozes eletrônicas paranormais podem se expressar sob
as formas melodiosas e não melodiosa, ou seja, cantada
ou falada. Temos observado, e outros transcomunicadores
antes de nós, que uma boa parte das vozes paranormais é
cantada, não havendo, até o momento, uma justificativa
razoável para isto. Nosso objetivo, neste trabalho, é
buscar
subsídios que
possam nos esclarecer sobre a razão desta ocorrência.
Sônia Rinaldi (2000: 93) faz comentários sobre este
fato que transcrevemos a seguir: “Em sua imensa maioria
os contatos têm uma entonação, ou mesmo, uma
musicalidade marcante e especial. Os comunicantes nunca
falam como nós falaríamos. Uma de nossas associadas
Rose Cassiano (SP), conhecedora de música, chegou a
desenvolver um estudo sobre o tema. Tomamos 50 casos de
vozes paranormais e comparo-as com frases idênticas
gravadas por humanos.” .
A pesquisadora conseguiu
verificar que as gravações paranormais diferiam em sua
grande totalidade da mensagem falada, sendo carregada de
uma musicalidade que comumente não utilizamos em nossas
conversações diárias.
2. COMO SE EFETUA A
PRODUÇÃO DAS VOZES PARANORMAIS
2.1. Ressonância Estocástica
Este efeito bastante conhecido da
eletrônica, conforme Newton Braga (2006: 12-16),
consiste em que “se existir num sinal uma informação
(som) cuja intensidade esteja abaixo do nível de
sensibilidade dos nossos ouvidos ou de um equipamento
registrador, a adição de um ruído de fundo (ruído
branco) pode reforçar esse sinal levando-o a um nível
que possa ser ouvido ou registrado”, conforme as figuras
1 e 2.

Figura 1 – Sinal
subliminar

Figura 2 – Sinal mais ruído
Os principais tipos de
ruído são o branco, cujo espectro se mantém constante,
independentemente da frequência, com a amplitude numa
ampla faixa de freqüência, conforme a figura 3, e o
ruído rosa, em que a amplitude do sinal diminui com a
frequência, conforme figura 4.

Figura 3 - RUÍDO BRANCO

Figura 4 - RUÍDO ROSA
O professor Newton Braga
acrescenta, ainda, que no caso das experiências do
estoniano Friedrich Jüergenson, o ruído de fundo foi o
barulho produzido pelo vento e pelas folhas das árvores
(ruído branco).
A hipótese seria que a
voz paranormal consistiria em um tipo de infra-som
(freqüência inferior a 20 Hz, não audível pelo ser
humano), que passaria para a zona do audível através de
sua captação por aparelhagem eletrônica, com o uso de um
substrato sonoro de fundo, que na prática da
transcomunicação instrumental clássica é feita com o
ruído branco ou outro mais adequado como uma bolha de
vozes humanas ou grupos de fonemas.
2.2. Sintetização da Voz
O Dr. Pistori (2004: 12), afirma que
a voz é o meio de comunicação primário entre as pessoas.
Progressos significativos têm sido feitos na área de
síntese de voz, que nada mais é que a geração automática
de sinais de áudio que simulam a fala. Os
sintetizadores mais recentes têm uma alta
inteligibilidade, e a naturalidade e qualidade da voz,
se ainda não estão perfeitas, satisfazem os mais
variados tipos de aplicação.
Os procedimentos de
síntese de voz são divididos em duas etapas: A primeira
é a análise do texto, comumente chamada de síntese de
baixo nível, em que a cadeia de entrada é transcrita em
alguma forma de representação fonética ou outra
representação linguística. A segunda consiste na
geração dos sinais de áudio, usualmente chamada de
síntese de alto nível.
2.2.1. Métodos de síntese de voz
Os sintetizadores podem
ser classificados, quanto à metodologia empregada, em
três grupos:
a) Síntese por concatenação: Em que usamos
arquivos de som pré-gravados, contendo as palavras ou
sentenças inteiras. Esse método garante alta
naturalidade e qualidade de voz, mas limita-se ao poder
do dicionário de palavras. Sistemas que utilizam este
método trabalham com uma base de arquivos de som
pré-gravada, em que cada arquivo é comumente associado a
um fonema. Os sons dos arquivos vão sendo concatenados
conforme os fonemas são gerados a partir da cadeia de
entrada, comumente um texto já em formato digital. Esta
é a abordagem que atinge a maior naturalidade e
inteligibilidade do som, porém utilizando um maior
espaço de memória.
b) Modelo vocal: Baseia-se no modelo do
aparelho vocal humano. Mantendo um conjunto de regras
que simulam a língua, os lábios e as cordas vocais, o
sistema imita a voz humana ao produzir ressonância e
articulação. Esse tipo de síntese se mostra muito
complexo, sendo pouco utilizado atualmente.
c) Combinação de freqüência: Segundo
Castro (2004: 17-18), fundamenta-se em sistema de
combinação freqüências que resulta em uma expressão
vocal determinada . a entrada é processada por um
conjunto de ressonadores onde cada um gera a saída
equivalente a um som vocal. No final a saída gerada por
todos os ressonadores é somada, produzindo um fonema. A
disposição dos ressonadores na estrutura de
processamento pode variar a cada sintetizador de voz.
Esse método algumas vezes é chamado de formant
synthesis porque ele modela apenas a fonte de som e
as freqüências formadoras.
3. DIFERENÇA ENTRE VOZ
FALADA E VOZ CANTADA
Antes do processo de
combinação, os parâmetros descritos foram testados
separadamente a fim de se determinar seus desempenhos
individuais. As regras apresentadas a seguir foram
estabelecidas após a realização de testes de otimização,
que consistiram numa análise cuidadosa dos valores
assumidos pelos parâmetros, de modo que se pudessem
escolher os limiares entre voz e música que resultassem
nos melhores resultados. Cerca de 30% dos sinais
presentes na base de dados apresentada foram
aleatoriamente escolhidos para esta etapa. Esses sinais
foram excluídos dos testes finais de forma que os
principais parâmetros que diferenciam a voz falada da
cantada são os descritos a seguir.
3.1. Proporção de Freqüências Fundamentais
Elevadas
O MIDI (Musical Instrument Digital
Interface) é um formato de representação de música e não
um formato de áudio. Um arquivo MIDI armazena
informações sobre cada nota e/ou instrumento, e a partir
dessas informações, um sintetizador reproduz os sons.
Por isso, um arquivo MIDI geralmente produzirá um
arquivo muito menor do que a mesma música em Wave ou
qualquer outro formato.
Identificou-se que se a
proporção de valores MIDI iguais ou maiores que 100
superar 0,1%, o sinal será considerado voz; caso
contrário, será considerado música. Alcançou-se uma
precisão de 94,0% para sinais de voz e 93,6% para sinais
de música. Estes resultados são muito bons, visto que
foram obtidos usando-se apenas uma variável.
3.2. Prevalência da Freqüência
Fundamental Principal
Se o pico dominante do
histograma concentra mais de 18,5% das ocorrências, o
sinal é classificado como voz; caso contrário é
classificado como música. A precisão alcançada por este
parâmetro foi de 79% para voz e 76% para música. Este
parâmetro produziu resultados relativamente pobres
quando considerado individualmente; entretanto, ele
provê informações importantes quando combinado com os
demais.
3.3. Variabilidade da Freqüência
Se seu valor é menor que
5,24, o sinal é classificado como voz; caso contrário, é
classificado como música. A precisão obtida por este
parâmetro foi de 84,7% para voz e música. Como no caso
do parâmetro anterior, a variabilidade da freqüência
individualmente não é muito útil, mas fornece
informações valiosas quando combinada com os outros
parâmetros.
Conforme Jayme Garcia
Arnal Barbedo e Amaury Lopes (2007: 296-298), “A análise
do desempenho individual revela que o primeiro parâmetro
sozinho, possui precisão suficiente para várias
aplicações. Porém, foi observado que a combinação dos
três parâmetros leva a melhores resultados. Antes da
combinação, os parâmetros foram escalados de tal maneira
que eles assumem somente valores entre –1 e 1. Quanto
mais negativo é seu valor, maior é a probabilidade de
que o sinal correspondente seja voz. De maneira
equivalente, quanto mais positivo é o valor, maior é a
probabilidade de que o sinal seja música. Após vários
testes, uma, combinação aritmética simples entre os
parâmetros foi escolhida, porque produz bons resultados
com uma insignificante complexidade computacional
associada: comb
= 1/7 (5.A+
B+C),
onde A, B e C são os parâmetros
apresentados anteriormente. A classificação final é
dada pela seguinte regra: se comb é negativo ou
zero, o sinal é classificado como voz; do contrário, é
classificado como música.”
3.4. Entoação da Voz
Ademais, temos que a
entoação é um fenômeno prosódico da voz humana que
possui três aspectos que lhe caracterizam: a freqüência
do fundamental, a variação da curva melódica e a
variação da curva da intensidade. A duração – extensão
dos sons no tempo – é também um fator determinante na
análise da entoação.
“A primeira diferença
significativa observada na vogal final de certas
palavras é que na voz cantada a sua duração é muito
longa.”
Na voz
cantada, a sua altura sofre oscilações em grande parte
de sua realização, ora chegando a níveis altos de mais
de 200 Hz, ora chegando a níveis médios de
aproximadamente 160 Hz. Na sua parte final, o nível de
altura eleva-se para mais de 200 Hz, que é um nível
considerado muito alto. Já na voz falada, o nível de
altura permanece baixo, com 88 Hz, do início ao fim de
sua realização.
A
intensidade dessa vogal possui, na voz cantada, um nível
médio de aproximadamente 35 dB, em grande parte de sua
realização, decrescendo em sua parte final para menos de
30 dB. Na voz falada, sua intensidade permanece em
níveis baixos, menos de 20 dB, durante toda sua
realização.
Essas vogais
átonas finais, na voz cantada, caracterizam-se, pois,
por uma variação gradual, observada tanto em sua
freqüência, como em sua intensidade, variação essa,
sensivelmente percebida, devido à longa duração da
vogal.
“Conforme
André Carlos (2008), ao contrário do que ocorre na voz
cantada, as vogais átonas finais, na voz falada, são
produzidas com curta duração, com uma visível queda no
nível da intensidade e um decréscimo constante da
freqüência do fundamental, que atinge um baixo nível de
altura no fim de sua realização.”
4. FATORES QUE
DISTORCEM A VOZ PARANORMAL
4.1. Função de Apelo
Conforme o professor
Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (1985: 1473) a voz é
uma modalidade de som, portanto, tem todas as
características do mesmo. Aurélio Buarque de Holanda
define a voz humana como sendo "um som ou um conjunto de
sons emitidos pelo aparelho fonador".
Em sua tese de mestrado,
o engenheiro Malcon Anderson Tafner (1996: 12), comenta
que em 1934, KARL BÜHLER, um pesquisador alemão que
conduziu um dos primeiros estudos científicos sobre a
audição vocal, comentava em seu livro Sprachtheorie
("Teoria da Fala") que qualquer emissão humana - falada,
cantada ou até mesmo uma simples exclamação - apresenta
3 funções.
1
- Função de
representação - a voz comunica alguma coisa, ou
seja, seu uso está relacionado ao conteúdo da
mensagem verbal.
2
- Função de expressão
- a voz revela alguma coisa do falante, como sua
idade, seu nível sócio-econômico-cultural, seu
estado emocional, etc.
3
- Função de Apelo - a
voz deseja e provoca uma reação no ouvinte, o que
significa que existe sempre uma intenção,
freqüentemente inconsciente, no tipo de voz que se
utiliza no discurso.
A música provoca no ouvinte um
sentimento que extrapola o racional e envolve o
emocional. Além de se prestar mais atenção a um
conteúdo musicado, este é de melhor fixação e evocação.
Estes fatores, de alguma forma inconsciente, parecem
facilitar a deflagração da voz paranormal na modalidade
cantada.
4.2. Distorção Eletromagnética
A nossa voz sofre uma distorção
quando gravada por causa do processo de gravação. Ou
seja, na hora de traduzir a voz para ondas elétricas
(que vão ser gravadas), há uma perda de qualidade, de
precisão, da sua voz.
A fita
cassete é uma fita magnética, formada geralmente
por óxidos de ferro. Numa
fita virgem, a película de óxido não é polarizada. Numa
gravação, o gravador converte os sinais sonoros em
sinais eletromagnéticos, que são "impressos" na fita,
através de polarização de seus eletroímãs. Durante a
reprodução, ocorre o contrário: os sinais
eletromagnéticos são convertidos em ondas sonoras.
Durante este processo, pode-se perder a qualidade dos
sinais sonoros, devido a interferências
eletromagnéticas, que desorientam a película de óxido de
ferro. Por isso, se você deixar uma fita perto de
televisão, ou qualquer outro aparelho eletrônico, a fita
"estraga".
Para a gravação, os itens mais
importantes são o isolamento e tratamento acústico do
estúdio, e os microfones, (para o caso de gravação de
voz, e de instrumentos acústicos), os instrumentos
elétricos, eletrônicos, e os acessórios eletrônicos, não
dependem de tratamento acústico do ambiente se forem
gravados diretamente, mas devem ser sempre de boa
qualidade.
A nossa voz sofre uma
distorção quando gravada por causa do processo de
gravação. Ou seja, na hora de traduzir a voz para ondas
elétricas (que vão ser gravadas), há uma perda de
qualidade, de precisão, da sua voz. E é por isso que
percebemos certa modulação na voz gravada.
No caso da voz
paranormal todas estas distorções estão presentes o que
faz com que a voz original se encontre deformada,
modificada, degenerada, apresentando modificações como
alongamento de seu comprimento o que acarreta aumento da
duração e entonação melodiosa.
4.3. Princípio Transformativo e
Degeneração da Massa
O Princípio
Transformativo da mente
foi identificado por nós no ano de 1989, consistindo no
seguinte: As imagens perceptuais da mente são
transformadas do objeto percebido. Para que este
processo ocorra, a mente utiliza o efeituador
transformativo que apresenta um componente geral e um
específico. Esse é comum a todas as mentes, elaborando
sintática (forma) e semanticamente (conteúdo) o material
percebido, resultando respectivamente nos arquétipos e
nas transformações topológicas.
Como conciliar o aspecto
sintático do efeituador transformativo com a
constatação, feita anteriormente, que a mente “capta”
informação de natureza semântica e não sintática.
Verificamos que:
”Determinada forma, no seu trajeto do objeto de
percepção até à mente, bem como, sua elaboração
intrínseca por esta, parece sofrer um desvio estrutural
que preserva as propriedades topológicas como conexão e
compacidade e altera outras como a distância.
Supondo que os fenômenos
de Psi-gama ocorrem como homeomorfismo entre espaços
topológicos, figuras topologicamente idênticas poderiam
ser percebidas como a mesma figura, resultando em erro
na avaliação estatística.
Especificamente temos
que as cinco figuras do baralho Zener, numa abordagem
topológica, são apenas três: o círculo é idêntico ao
quadrado e a cruz é idêntica à estrela. Assim,
experimentos considerados como de baixo índice de
acertos, poderão ter, na realidade, um alto índice de
êxitos.
“Para evitar este erro,
o professor Ronaldo Dantas Lins (2000: 259-261) propõe
um baralho constituído por figuras topologicamente
distintas, como por exemplo, onda, cruz, coroa circular
(circulo), interrogação e o símbolo do infinito ou o
número oito”.
A questão em apreço
poderá ser respondida da seguinte maneira: A informação
apreendida é de natureza semântica submetendo-se a
alterações do efeituador transformativo, recebendo
posteriormente a roupagem sintática do sistema de sinais
da mente, situada na extremidade induzida. Este sistema
de sinais corresponde mas não, obrigatoriamente,
equivale ao existente na mente situada na extremidade
indutora. Verificamos, assim, que a transformação
topológica percebida na forma não é direta mas
conseqüência da elaboração semântica da informação.
O componente específico
do efeituador transformativo é particular para cada
projeção holográfica, conseqüência de suas experiências
externas e internas. Apresenta também um aspecto
semântico (tendência para apreender melhor determinados
conteúdos, ressonante com a memória e perfil psíquico do
agente) e um aspecto sintático (preferência por
determinada forma ou imagem).
Além da estrutura
arquetípica, o espaço e o tempo são elementos do aspecto
semântico do componente geral do efeituador
transformativo.
Em suma temos:

O desvio da forma no
processo psigâmico produzirá uma menor ou maior
deformação da imagem alvo. Pretendemos obter uma
representação a mais fiel possível da imagem a ser
apreendida. Na prática o Agente Psi confiável tem um
mínimo de erro, ou mesmo nenhum.
O professor Geraldo
Sarti, em seus trabalhos “O Princípio Transformativo da
Mente: – Desvio da Forma e Degeneração da Massa” e
“Ganzfield e Psi”, estende este Princípio aos fenômenos
de psi kapa ao postular a existência de um “operador de
massa a+ que é uma mudança na transformação
da geometria em massa”, propondo ainda que “a+
é genérico e m0 pode ser qualquer (SARTI),
com qualquer forma (RONALDO DANTAS)”, implicando em
degeneração da massa. Sarti chama a isto de
“Resistência ao Link mente - matéria, um fator implícito
que impede a significação sintática do pensamento sob
pena de provocar a indistinguibilidade entre o objeto
representado e a representação mental dele”.
Ao longo de seu
raciocínio, o Dr. Sarti (2009) argui que
“estruturalmente, o desvio da forma é concomitante à
degeneração da massa (e da energia)” e “o pensamento
projeta tanto a matéria como sua forma”.
Esta proposta do Dr.
Sarti é perfeitamente aplicável a transcomunicação
instrumental (TCI), acarretando a deformação,
degeneração do material sobre o qual se opera a
gravação, produzindo transformações topológicas.
Lembramos que a voz cantada é uma transformada
topológica da voz falada.
5. PROPOSTA DE MODELO
PARA A OBTENÇÃO DAS VOZES PARANORMAIS MELODIOSAS
Após estas
considerações, propomos que as vozes paranormais
apresentam-se na maioria das vezes na forma melodiosa,
cantada, devido aos seguintes fatores:
1 – A voz paranormal
consistiria em uma voz sintética produzida pelo
mecanismo da combinação de freqüências. Provavelmente é
produzida com uma certa velocidade v é
reproduzida pelos nossos aparelhos com uma velocidade
menor, o que dá a sensação de uma certa melodiosidade
2 – Prevalência e maior
proporção da freqüência fundamental em decorrência do
princípio do menor dispêndio de energia visto que se
efetua em função de números inteiros; isto provoca na
mensagem um caráter de musicalidade.
3 – A
função de apelo, produzida pelo psiquismo inconsciente,
provoca uma reação emocional e uma maior atenção
no receptor e no emissor. A forma poética presta-se
melhor a isto, apresentando seu máximo de eficácia na
modalidade cantada.
4 – As inúmeras etapas de transformações
para se efetuar a gravação e para ouvi-la, provocam
distorções que se acumulam (interfaces onda sonora/onda
eletromagnética, sinal analógico / sinal digital e a
reversão de todo este processo para poder finalmente se
ouvir a voz gravada). Uma das conseqüências de todos
estes processos é a degeneração da onda, provocando um
aumento de seu comprimento e de sua duração, acarretando
uma entonação musicada.
5 – O psiquismo transforma os conteúdos
apreendidos paranormalmente bem como atua sobre o mundo
físico, conforme o princípio transformativo da mente
(RONALDO) estendido a atuação sobre a matéria (SARTI).
Em nosso entender esta transformação que provoca a
degeneração da massa também é topológica. Compreendemos
que ao atuar sobre os mecanismos eletrônicos, o
psiquismo atua transformando suas unidades moleculares,
atômicas ou intraatômicas de forma a preserva as
propriedades topológicas. O aumento na duração das
sílabas bem como a abundância da freqüência fundamental
são transformações topológicas e estas modificações
provocam a percepção de uma voz melodiosa, cantada.
6. CONCLUSÃO
Devido a sua natureza interdisciplinar o estudo da
Parapsicologia requer um conhecimento abrangente e
diversificado de várias partes do conhecimento humano; a
arte, e em particular a música, está inserida neste
conjunto, tendo merecido aqui um tratamento mais
particularizado. De tudo o que foi analisado neste
trabalho, podemos concluir que fatores de natureza
mecânica, eletromagnética, psicológica e parapsicológica
atuam em conjunto de forma sinérgica, no sentido de
provocar modificações na voz gravada produzindo sua
musicalidade.
Desta forma, são inúmeros os parâmetros envolvidos na
produção desta modalidade de fenômeno paranormal e
apresentamos aqui apenas algumas pistas que poderão
propiciar, no futuro, um melhor aprofundamento e
compreensão dos mecanismos em questão e, nesta busca
deverão surgir muitas indagações.
Devemos refletir sobre as hipóteses existentes e
verificar ou não suas viabilidades, analisando os
aspectos prós e contra de cada uma, bem como, procurar
melhores modelos.
REFERÊNCIAS
ANDRÉ, Carlos.
Variação da Curva Entoacional na Voz Cantada e na Voz
Falada.
http://www.filologia.org.br/viicnlf/anais/caderno07-20.html.
Recuperado em 21 de ago. de 2009.
BARBEDO, Jayme Garcia
Arnal; LOPES. Amaury. (2007).
Discriminador Voz/Música
Baseado na Estimação de Múltiplas Freqüências
Fundamentais.
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