COMENTÁRIO SUPERFICIAL
DE UM PARAPSICÓLOGO AO COMENTARISTA
DE RÁDIO RICARDO BOECHAT
Geraldo Sarti
IPPP / ABRAP / IPRJ
Abril de 2010
A realidade é mental, conceitual.
Não é do meu hábito tecer comentários sobre pessoas
públicas, políticos, jornalistas, artistas populares
etc...
Todavia, há um indivíduo muito conhecido, apresentador e
comentarista de Rádio, Ricardo Boechat, que merece
atenção.
Boechat, às voltas com seu explícito materialismo, e
provavelmente próximo de algum anarquismo, deveria,
portanto, crer piamente que a solução dos problemas,
particularmente os brasileiros, pudesse ser delineada
internamente a eles mesmos. Mas, ele próprio,
pensando sobre eles, coloca-se como seu observador
mental. De passagem, ele sempre estará fora de
qualquer problema material, ele e todos nós. Caso
contrário, ele e nós - outros seríamos uma partícula
dentro de um sistema de partículas, movendo-nos
compelidos por forças físicas provenientes do ambiente
físico, o que positivamente é o que ele proclama mas que
não demonstra.
O Boechat esquece a imaterialidade da sua própria mente
criadora, cometendo este ledo e grave engano, grave por
ter ele acesso ao meio social de comunicação, no caso o
Rádio.
Inteligente, sensível e honesto consigo mesmo, o
Comentarista não se esvai em suas contundentes e
pertinentes críticas ao sistema, repetindo-as
incansavelmente, diversamente de outros comentaristas
“técnicos” ou comprometidos, menos imaginativos e menos
interessantes, no meu entender.
A difusão social de idéias digeríveis pela população,
que já as conhece de antemão, diga-se de passagem, pode
servir como pano de fundo jornalístico que acaba
mascarando qualquer discernimento sobre o que na verdade
está sendo veiculado, retro-alimentando positivamente o
erro ou a real intenção do emitente. Claro que não
é esta a intenção do Boechat. Ele crê mesmo no
materialismo. Um paradoxo. Usa a mente e a
nega. Nem dualista ele diz que é. Pode ser mesmo
que ele se julgue materialista em contrapartida ao
teísmo religioso.
Mas, materialismo ou idealismo não são só filosofias
diferentes. Os físicos modernos, as Psicologias
Lingüística e do “Inconsciente”, e a Parapsicologia
mostram claramente que o primeiro é ultrapassado e que o
segundo é o novo paradigma. Nós não devemos fugir
da “Culpa”, do “núcleo da mágoa” inevitável que nos
acompanhará até um certo ponto de transformação.
Cabe-nos enfrentá-la e vencê-la ou não. Porém, é
preciso reconhecê-la antes. Escondermo-nos no
materialismo ou no teísmo é apenas fugir dela.
Ainda mais que nós próprios sabemos que a matéria não
tem “Culpa”. A matéria pode até ser definida como
“um conceito sem culpa”.
Ao Boechat, talvez falte um clique, um insight, ou mesmo
uma experiência culminante. Ou, apenas, meditar.
Quando isto acontecer, ele mudará de crença. Será
notável para ele e para nós que gostamos dele.
Neste momento, cessará, mesmo, uma fonte de
retro-alimentação positiva e ter-se-á dado importante e
pacífico passo social.