São estatisticamente indistinguíveis a conexão acausal e
o fenômeno Psi.
INTRODUÇÃO
Como
pesquisador em Parapsicologia estou fazendo pesquisas
psíquicas que possam relacionar endorfina, insight e
fenômeno Psi, desde outubro de 2007.
Em
fins de dezembro de 2007 surgiram, com três pessoas do
meu relacionamento, um tipo de evento que se repetiu
sete vezes em curto espaço de tempo: a conhecida
“transmissão de pensamentos”. Saliento que ocorreram em
locais e momentos diferentes e que as três pessoas não
estavam próximas, não havendo comunicação entre elas
sobre os conteúdos das “transmissões”; deram-se quase
instantaneamente e de tal forma que não foram
aparentemente percebidos por mim e por elas, a não ser
pelo seu significado. Algumas vezes estavam distantes
demais. Bem, poderiam ter ocorrido as “trilhas
psíquicas”, dos parapsicólogos Valter da Rosa Borges e
Ivo Cyro Caruso, expressão designativa de uma repetição
inconsciente de hábitos comuns às pessoas que convivem.
Poderia também ter ocorrido uma hiperestesia indireta do
pensamento, isto é, hipótese da emissão de som de baixa
freqüência devida a meu próprio estado de alerta,
quimicamente reestruturado pela própria pesquisa que
vinha sendo feita (com retirada da pimozida). Em
qualquer uma das duas hipóteses, alguns sinais de pouca
intensidade, fossem eles visuais ou sonoros, teriam sido
captados subliminarmente. Nós podemos imaginar que se
tais sinais fossem tão fracos que se aproximassem de
zero ou mesmo que não existissem materialmente teríamos
aí um fenômeno de difícil explicação pela lógica:
telepatia.
PARAPSICOLOGIA - LINHAS GERAIS
Psicanálise
Freud tentou no seu projeto (de uma psicologia para
neurologistas), uma passagem da neurologia para a
psicologia, terminando por erigir o termos Inconsciente
(substantivo) como fundamento básico da conduta psíquica
do ser humano. Com isso, surgiu a psicanálise com muitos
adeptos mas seus resultados práticos são altamente
duvidosos. As sessões psicanalíticas demoram tanto que
Lacan, um prócer no assunto, a qualificou de
intermináveis, além de pouco acessíveis ao bolso dos
analisandos. Por estes e outros motivos a psicanálise
não foi operacionalizada materialmente, sendo apenas
objeto de especulação. Seu âmbito é individual. No
Brasil há centenas de psicanalistas.
Psicologia Analítica (Profunda)
Logo
em seguida ao desenvolvimento de Freud, Jung, seu
discípulo, encontrou nos sonhos, na mitologia e na
prática clínica, um inconsciente coletivo, uma
generalização do inconsciente freudiano, e desenvolveu a
Psicologia Analítica ou Profunda, uma derivação ampla da
Psicanálise, com conceitos próprios e inovadores. Sua
psicologia usou os arquétipos do inconsciente coletivo e
não teve outra solução senão desembocar sua psicologia
arquetipal (profunda) no estudo das coincidências
significativas, criando o conceito de sincronicidade e
utilizando-se também das verificações e legislações
anteriores de Kammerer sobre coincidências com ou sem
importância. Jung criou as “formas psicóideas”, para
nomear o mistério que cercava sua Teoria da
Sincronicidade, fato que ele mesmo assumiu (Mysterium
Tremendum). Tentou formalizar a sincronicidade através
de um gráfico, com a ajuda do físico Pauli. O gráfico
não poderia ser operacionalizado concretamente e a
Psicologia Analítica ainda é um mistério, bem como sua
conseqüência natural, a tese da sincronicidade, usada
para explicar as conexões sem causa existentes, no
universo psíquico. A teoria da Sincronicidade é
geral tanto quanto o inconsciente coletivo, ao contrário
do inconsciente psicanalítico individual.
No
Brasil, Carlos Byington, após a morte de Nise da
Silveira, é a proeminência nos assuntos junguianos.
Psicologia Transpessoal
Criada por Tart (1960) pode ser derivada da Psicologia
Profunda ou Analítica de Jung; estuda os relatos dos
indivíduos em estados alterados de consciência e suas
reações neurológicas.
Procura uma forma de sistematização comparativa dos
estados transindividuais dos sujeitos sob experimentação
(ou em estados ampliados de consciência) validando
sobremaneira a Parapsicologia no que tange aos processos
psiconeurológicos dos sujeitos. Sua aplicação envolve
riscos pois atua em instâncias da mente humana ainda não
tocadas, durante os estados culminantes que vão desde a
privação sensorial à alucinação. É um substrato valioso
para o estudo parapsicológico experimental embora sua
proposição final não seja a concretização física e
material da parapsicologia. No Brasil, atualmente (não
esquecendo outros pesquisadores) Sônia Regina Britto
Pereira do Grupo Zênite é a mais notável conhecedora,
agregando – a explicitamente à Psicologia Profunda e à
Parapsicologia.
Espiritismo
Criado por Kardec (por volta de 1939) e no Brasil, do
domínio público, oscilando entre a religião e o fenômeno
mas, até então impossibilitado de ser utilizado
materialmente, apesar dos fenômenos mediúnicos serem
vários e repetidos, principalmente no Brasil. Seus
sucedâneos e similares seguem o mesmo rumo.
Parapsicologia
Rhine é o pai da parapsicologia (1944). Ele dividiu os
fenômenos Psi em duas categorias: os de percepção
extra-sensorial (mente-mente e mente-matéria) e os de
psicocinese (mente-matéria, mente-cérebro). Os primeiros
envolviam a informação e o segundo, a energia. Excluindo
os sinais fracos, as trilhas psíquicas e as possíveis
hiperestesias, assim como outros elementos que pudessem
tornar inválidas as pesquisas puras, tentou comprovar
estatisticamente que o fenômeno parapsicológico existia
e poderia ser identificado, e que estava centrado nos
sujeitos Psi, os paranormais, hoje chamados agentes Psi
confiáveis.
Sua
finalidade, portanto, não era a de estabelecer uma
teoria formal que pudesse ser operacionalizada
materialmente. Seus experimentos, apesar de relegados
pela oficialidade científica, não sofrem críticas quanto
aos métodos e resultados, a não ser de natureza
emocional já que os fenômenos Psi parecem violar
qualquer lógica físico-matemática aceitável.
TEORIAS PARAPSICOLÓGICAS NO BRASIL
No
Brasil atualmente o Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas é a instituição que domina a maioria das
investigações parapsicológicas.
MGP
(Modelo Geral da Parapsicologia)
Ivo
Cyro Caruso e Valter da Rosa Borges, ambos do IPPP,
fizeram o MGP, Modelo Geral da Parapsicologia,
utilizando procedimentos metodológicos que podem
proporcionar um substancioso enriquecimento da pesquisa.
Não
tiveram seus autores a preocupação de formalizar uma
teoria explicativa dos fenômenos, mas sim, com
finalidade essencialmente epistemológica. É pois
matemática e abstrata e adstrita ao fenômeno.
Teoria Psicofísica (Psicons)
Psicons, termo, creio eu, criado por Whately Carington,
seriam partículas mentais.
O
termo, e sua propriedade, foi aproveitada em 1980 no meu
primeiro livro e Posteriormente formalizei uma teoria
corpúsculo-ondulatória que fosse ao mesmo tempo lógica e
que pudesse ser entendida e utilizada do ponto de vista
prático, ou para geração limpa de energia ou para
transmissão imediata da comunicação entre os seres
humanos. Cientistas indianos tentaram transmitir,
durante o desenvolvimento da teoria psicônica, sinais
mais velozes que a luz mas sua tentativa foi
infrutífera. Outros cientistas americanos e italianos
propuseram, também durante a elaboração da teoria, os
táquions, mais velozes que a luz (supralumínicos),
entidades reais que poderiam interagir fisicamente com a
matéria mas que ainda não foram detectados, o que era
proposto por seus idealizadores (Feinberg e Goldoni).O
fato é que a TEORIA PSICOFÍSICA dos PSICONS observa que
metade do universo espaço-temporal é imaginário e
ultrapassa a velocidade da luz.
Essa
metade do universo é chamada Spacelike e quase não é
aventada pelos físicos, pois a matéria nela contida
seria imaginário-matemática (teoria matemática
complexa). E, por princípio, violaria o postulado de
Einstein de que a matéria não pode mover-se além da
velocidade da luz (velocidade máxima entre causa e
efeito).
Os
matemáticos desenvolveram a matemática das funções
complexas, onde sua imaginação científica acaba
tornando-se ininteligível para a grande maioria dos
mortais, como eu, embora aproveitamentos indiretos,
muitos poucos, possam servir à Física. Espero que também
à Parapsicologia.
Os
Psicons, ao contrário das citadas tentativas
infrutíferas indianas, da possibilidade de táquions
reais e da Física em geral, são diretamente obtidos das
equações de Lorentz-Einstein e verificadas na prática
antes por Michelson e Morley e posteriormente por vários
outros físicos experimentais. Os Psicons têm a mesma
expressão mássica da relatividade, só que
imaginário-matemática e supra-luminica (Essas duas
condições são qualitativamente compensatórias entre si). Os Psicons podem aparecer nas “transmissões de
pensamento”. (Telepatias) relatadas no início ou nos
experimentos de Rhine verdadeiras coincidências de alta
significância estatística ou com Jung e sua
sincronicidade de puro significado e sem causa física
(unicidade).
Os
Psicons também violam a lei de causa e efeito, mas são
formalmente lógicas, trafegam e conduzem-se sem qualquer
sinal de causa que esteja associado a uma partícula real
e preenchem a metade desprezada do Universo (parte
mental do Universo). (Vácuo) Esta formalização inicial e
seus desenvolvimentos permitiriam gerar energia do
pensamento, completamente limpa, a custo zero e
possibilitaria verdadeira transformação nas comunicações
(sinais mais rápidos que a luz), além de nos ajudar a
entender as relações (link) mente-cérebro, mente-mente e
mente-matéria. Parece-me que toda Sociedade Humana será
beneficiada caso os psicons puderem ser aproveitados
pelos cientistas de outras áreas. Mas eles terão que
aceitar a Parapsicologia de uma ou de outra forma.
Porém, se apenas entendida ou aceita a Teoria
Psicofísica dos Psicons, com a Parapsicologia, poderá
abrir ainda assim perspectivas e compreensões
completamente revolucionárias nas relações entre os
indivíduos, as sociedades e os povos.
Domínio Informacional (DI):
Em
síntese, Horta Santos, seu idealizador na ABRAP, divide
o universo em energia e informação. Sua teoria está
referenciada na Bibliografia (1998) desta comunicação e
pode ser palidamente resumida em algumas partes
principais que consegui extrair:
● Nos capítulos anteriores tentei esboçar a
concepção de uma informação universal não associada a
qualquer substrato material e presente, na sua
totalidade, em todos os pontos do real físico.
● Nessa concepção, essa informação seria
holográfica em relação ao espaço e também ao tempo.
● Reconheço, é claro, que admitir essa idéia
pode ser de grande dificuldade para as nossas mentes
moldadas pelos conceitos de espaço, tempo e matéria
impostos pelas ilusões sensoriais e consolidados pela
ciência dos séculos XVI a XIX.
● O que se está propondo é que não só a matéria
(aproximadamente localizada), como também a informação
(não localizada) provêm de uma mesma fonte não
substancial e, por si mesma, extra dimensional.
● Poderá ter ficado a impressão, nos últimos
capítulos desse livro, que conferi aos fatos paranormais
um relevo que eles não mereciam em face da sua pequena
inserção em nossa vida normal, de todos os dias. Mas o
realce que foi dado a esses eventos, relativamente
raros, resulta da sua enorme potencialidade como
caminhos de prospecção para se chegar a um conceito
muito mais vasto das relações do Homem com o mundo e a
uma teoria mais abrangente sobre a natureza da alma e da
matéria.
● Mas, de modo nenhum, excluo as enormes
potencialidades práticas que podem advir de um
conhecimento mais elaborado das interações
parapsicológicas e do seu controle. As curas psíquicas
em larga escala, a clarividência com finalidades de
pesquisa e de prospecção de informações escondidas às
remotas, o regresso à comunicação telepática – tão comum
nas sociedades primitivas – os contatos taquiônicos com
inteligências extraterrestres e, até quem sabe, o salto,
por teleportação, até locais remotos do Universo são
algumas das muitas possibilidades abertas. Muitos outros
milagres serão possíveis.
● Parece-me muito fértil a possibilidade
explanatória da hipótese, que proponho, do link
informacional-quântico no que se refere aos eventos
psicocinéticos.
● Deve-se entender que a informação de que se
está falando não é a mesma coisa que o conhecimento
consciente que se adquire quando os pais nos ensinam a
falar, quando se lê jornal, quando se vê televisão ou
quando se segue um curso de Engenharia, de Literatura ou
de Dança. Isso é só uma parcela infinitesimal da
informação total. Acima do conhecimento, em grande parte
simbólico e sintático, da superfície psicológica de cada
indivíduo, aparece o conjunto de todo o conhecimento
humano acumulado ao longo das eras.
● A consciência, a mente humana, é feita de
processos inseparáveis desta teia global. Somente
barreiras psicológicas, transitórias e mutáveis a
separam da totalidade informacional.
Apenas essas fronteiras permeáveis-filtros psicológicos
ró e fi, anteriormente citados lhe conferem
individualidade e sintonia com o real material e local.
Mas a permeabilidade das fronteiras simbólicas do ego
aumenta em certos estados alterados de consciência e o
acesso imediato à informação, holística e não-local,
pode ser então muito vasto.
● Assim, a informação necessária, no colapso da
função de onda, para a escolha de estados extremamente
pouco prováveis pode ser acessível às mentes
(individuais ou coletivas), por mais tremendamente vasta
que seja essa informação. Isso torna possíveis não só os
eventos paranormais correntes, com probabilidades de
estado desmesuradamente infinitesimais, com os
acontecimentos designados, ao longo da história, como
sobrenaturais ou milagrosos.
● A maioria das idéias novas que apresentei
neste livro são originais e nasceram, inicialmente, em
meditações solitárias nos cafés de Lisboa. Refinaram-se
mais tarde, no Brasil, em discussões e debates com os
meus amigos e camaradas da Associação Brasileira de
Parapsicologia, em especial com Geraldo Sarti, com o
casal Mario Amaral e Glória Lintz e também em palestras
e congressos.
● Ao longo de todos esses anos fui tendo
conhecimento de novas idéias na Física e na Psicologia e
verifiquei com grande satisfação que, as mais avançadas
convergiam, de um modo muito claro, com os conceitos que
eu vinha tentando expor. Em vez de me sentir um pregador
no deserto, soube assim que há um movimento de grande
magnitude no sentido da eclosão geral de um novo
paradigma que irá remodelar o pensamento humano e
transfigurar a estrutura da civilização. Foi bom
sentir-me acompanhado.
● Pribram, por exemplo, propõe que se adote a
idéia de ordem implicada (na expressão do físico David
Bohm), em vez do conceito, tão profundamente enraizado
no espírito humano, de causalidade (6). Esta ordem
implicada corresponderia à relação junguina de
sincronicidade que reflete as correlações universais,
independentes do espaço – tempo, entre os domínios –
mental e material.
● Outros físicos de renome, em livros e
trabalhos publicados, vêm corajosamente propondo
hipóteses pouco convencionais; David Bohm é um deles
(7). segundo Bohm, a matéria é capaz de reagir, tal como
a consciência, aos significados semânticos do pensamento
e da palavra. Nesta influência residiria o elo, o link,
entre as faces material e subjetiva do real, entre a
consciência e as coisas. Este é, precisamente, o tema de
grande parte do que escrevi sobre as psicocinésias,
muito antes de conhecer as idéias de Bohm.
● No Brasil, além das idéias que venho
desenvolvendo e das hipóteses de Geraldo Sarti, muito
convergentes com as minhas, também merecem ser citados
os trabalhos de Gilberto Guarino.
● Chegamos a um ponto em que, como diz Guarino
(Clarividência, Precognição, Espaço – Tempo e Domínio
Informacional Omnijacente, III Congresso
Nacional de Parapsicologia e Psicotrônica, Rio de
janeiro, Julho de 1982): “... o paranormal é o único
caminho aberto à ciência e, mais, (...) os cientistas,
quer queiram ou não, irão ter com ele, pois esta parece
ser a raiz de tudo o que é.
BIBLIOGRAFIA
Sarti Geraldo dos Santos – Parapsicologia e Psicofísica
– WZ – 1980.
Borges, Valter da Rosa e Caruso, Ivo Cyro –
Parapsicologia – Um Novo Modelo IPPP – 1986.
Sarti, Geraldo dos Santos – Tópicos Avançados em
Parapsicologia – EGUSA – 1987.
Sarti, Geraldo dos Santos – PSICONS – ABRAP – 1991.
Borges, Valter da Rosa – Manual de Parapsicologia – IPPP
– 1992.
Filgueira, Ronaldo Dantas Lins – Curas por Meios
Paranormais – IPPP/ASPEP – 1995.
Santos, JJ. Horta – O Tempo e a Mente – Nova Era – 1998.
Caruso, Ivo Cyro – A Parapsicologia e seus Problemas –
IPPP – 2002.