Parapsicologia RJ - Geraldo dos Santos Sarti

Entrevista 2007 bilíngue de Geraldo Sarti para Lucas Mutti.

TCC sobre Ouija

Interview with the physicist and mechanical engineer Geraldo Sarti, pioneer of the psiconic theory, graduated by Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Brazil, with masters in Physics from the Instituto Militar de Engenharia (IME- RJ), Brazil.

1.   O que é a teoria psicônica?

GERALDO: A teoria psicônica é de natureza psicofísica e matemática, diferente da teoria espírita (Kardec) e da teoria da sincronicidade (Jung), sendo uma extrapolação da expressão ESP (Rhine).  Ela tenta expressar, descrever, explicar e solucionar, de forma integrada nos psicons, os fenômenos PSI em suas várias manifestações, entendendo-se por PSI aqueles fenômenos “psicológicos” que insistem em, aparentemente, violar as leis conhecidas como as de causa-efeito e de conservação de quantidades física como energia e massa e de aumento da entropia em sistemas fechados.

2.   Quais são as propriedades da partícula-onda psicon e como a própria viaja no espaço-tempo?

GERALDO: O psicon, enquanto onda é plana e perfeita isto é não interage energeticamente com potências ou partículas físicas.  Suas interações com o mundo físico são da ordem da informação semântica, dito de outra forma, relaciona-se com objetos ou situações dos universos fundamentais e físicos como se estes fossem sujeitos a interferências exclusivamente psicológicas, conceituais.

Como onda plana e perfeita, ele possui quantidade de movimento e freqüência perfeitamente definidos e constantes, justamente por não interagir com o mundo material. Movendo-se livremente e não se deformando.  Os psicons-ondas não são apropriados para expressar partículas reais, mas sim psicons-partículas de massa em movimento imaginária matemática.

Em contrapartida, como funções de ondas planas e perfeitas têm a propriedade de ocupar todo o espaço-tempo.  Pontualmente, eu diria que a probabilidade de um psicon-partícula ser encontrado em qualquer lugar específico do espaço-tempo é máxima (100%).  Neste caso cada psicon forma um vácuo, vazio de qualquer energia, massa ou campo (à exceção possivelmente do campo gravitacional).

Como as ondas psicônicas não se deformam, elas não formam pacotes com partículas reais mais ou menos localizadas e sim absolutamente não localizadas.  A incerteza espaço-temporal é, portanto infinita e a única partícula que pode representar é mesmo um psicon-partícula imaginário-matemática que se move, naturalmente a velocidades supralumínicas.  Repetindo, posso dizer que um psicon-onda é um vácuo não sintático e que o psicon-particula, a ele associado conduz as informações / semânticas.

O aparente paradoxo poderá ser solucionado ao considerar-se que um psicon-onda só tem velocidade de fase, não de grupo (não há pacotes), velocidade esta que propaga a probabilidade semântica (velocidade da corrente de probabilidade), nesse caso passível de indeterminação

3.   Teoricamente falando, táquions e psicons viajam a velocidade acima da velocidade da luz.  O que os torna diferente ao tentar resolver o paradoxo Einstein-Podoslky-Rosen? 

GERALDO: Não possuindo funções de onda explicitadas, os táquions não se aplicam à comutação de operadores conjugados, ao contrário dos psicons, mas, a diferença, básica entre ambos é que o táquion não carrega informação, enquanto os psicons carregam.

4.   Como o psicon explica o fenômeno poltergeist?

GERALDO: O poltergeist (RSPK) é um fenômeno razoavelmente complexo.  Nele estão envolvidos: teleportações, combustão, levitação, entortamento de metais, movimentos aleatórios de vários tipos, piscar de lâmpadas, várias manifestações elétricas e magnéticas espontânea, etc.

Tem sido observada a presença de um epicentro, em geral um adolescente ou pré-adolescente, com características de conflito sintomático de neurose precoce.  Admite-se assim que ele descarregue sua neurose sobre o ambiente que o cerca.   Aplicar-se o psicon, por exemplo, nos seguintes casos:

    • Teleportação: como solução das equações de perturbação quântica de Schrödinger, ou por aproximação a zero, do operador potencial perturbador, a medida que as dimensões físicas do sistema aumentam (aplicação macrofísica da teoria das perturbações).

    • Levitação e movimentos antigravidade: como formador de singularidades  pesadas por auto-aniquilamento do vácuo.  Nesse caso há encurvamento geodésico do espaço-tempo local.

    • Entortamento de metais (PKMB): como elemento informacional do plasma metálico com retorno antientrópico dos elétrons as bandas iônicas de origem e conseqüentes plastificação e alteração da resistividade do ex-metal.

    • Fenômenos elétricos e magnéticos (PKEM): prevalecendo sobre as normais constantes dielétricas do ar, com geração espontânea de campos vetoriais elétricos e magnéticos. 

5.   Como o senhor desenvolveu a teoria psicônica?

GERALDO: Meu interesse pela parapsicologia surgiu quando eu era criança, antes que lesse ou falasse, devido acontecimentos estranhos que ocorrem com todas as crianças.  Tais acontecimentos foram cessando mas meu interesse permaneceu.  Estudando Jung e Rhine, achei que poderia fazer uma síntese entre eles mas me deparei com dificuldades matemáticas, que minha formação acadêmica pôde contornar razoavelmente.  Movido mas por interesse filosófico e intuitivo imaginei que o sacrossanto Einstein pudesse ter sido parcial na sua interpretação da natureza limitando-a a velocidade da luz.  Com isso, há vinte e cinco anos esbocei uma teoria que chamei de Teoria Psicônica, nela observando a flagrante violação às leis psicofísicas vigentes.

Meu último livro, embora compacto, dá uma idéia que acho boa sobre os psicons e suas aplicações aos fenômenos PSI.

6.   Existe qualquer experiência por trás da teoria psicônica ou é somente um modelo teórico para solucionar o paradoxo Einstein-Podoslky-Rosen?

GERALDO: As experiências dos paranormais relatadas em todo mundo estão por trás da teoria.

Tentamos eu e o Dr.Horta Santos, também físico, algumas experiências em laboratório, porém foram infrutíferas com o sujeito experimentado.  A pesquisa teórica tem sido realmente minha principal fonte mas o retorno constante à experimentação e ao controle humanos é imprescindível embora a própria fenomenologia seja rica em descrições literárias de outros pesquisadores de campo e de laboratório.

Respondendo a segunda pergunta, a solução do paradoxo Einstein-Podolsky-Rosen não é o único elemento central da teoria, mesmo que muito importante para seu entendimento.

7.   No livro do senhor Psicons – Do Real ao Imaginário, Capítulo 10 p.44 o senhor menciona a relação do psicon com o consciente.  Esse consciente é o mesmo definido por Freud, Jung, ou Lacan?

GERALDO: Basicamente a teoria dos psicons tenta descrever os fenômenos PSI através de partículas imaginárias e ondas planas.  Tais psicons configuram as informações semânticas, conceituais, elemento  fundamental às nossas percepções e nossos entendimentos da vida cotidiana material, que nos permitem sobreviver frente à infinda quantidade de informações sintáticas a que aparentemente está sujeito ao nosso sistema nervoso.

 Estudos das atividades elétricas cerebrais revelam que reduções dos padrões freqüências eletrográficos vêm acompanhadas de experiências culminante e coletivas posteriormente relatadas pelos  sujeitos    dos experimentos.  Aqui, tratamos da manutenção de um  “inconsciente” coletivo (Jung) ou de um conhecimento extra-sensorial (Rhine) que foi mantido embora não percebido durante sua vivencia.  Nas   suas hipóteses de um inconsciente substantivo individual.  Freud admite um terceiro inconsciente, presente na prática psicanalítica que influencia  as relações entre o paciente e o analista através  do conhecimento mútuo  e inefável dos conteúdos afetivos de um sobre o outro.

Lacan, por outro lado, deu sua visão da mentes freudianas, adequando a teoria psicanalítica à psicose tornando-a extremamente verbal, mas sem alterar essencialmente o que havia sido proposto por Freud, em termos de neurose.

8.   Como os psicons têm 100% de presença no espaço-tempo isso não violaria o Princípio da Incerteza de Heisenberg de forma que a sua posição e velocidade seriam calculáveis?

GERALDO: Efetivamente os psicons violariam o princípio da incerteza com a introdução de uma função de onda psicônica.  Como ondas, tem 100% de probabilidade de encontrar-se em qualquer ponto do espaço-tempo.  Entretanto, por serem imaginárias, ao violarem o princípio da incerteza quando observados como partículas, não poderiam ser medidos.  Porém, posição e massa x velocidade podem ser calculadas pelos psicons-ondas dos observadores pois são as expressões do pensamento zerando a equação de comutação e atendendo simultaneamente ao princípio de completude de Einstein.

9.   O senhor acredita que os psicons possam resolver o mistério da Tábua Ouija?

      GERALDO: A tábua Ouija deveria ser analisada em partes:

    • Telepatia ou link-mente-mente (teoria psicônica)

    • Psicocinese ou link-mente-matéria (teoria psicônica)

    • Teleportação “especial”, pois direcionada por conteúdos anteriores dos sujeitos em estado de vigília alfa.  (Aparentemente não se aplica a teoria psicônica.)

    • Simulcognição confusa ou aleatória, isto é, as respostas do copo, tanto em relação ao presente como ao passado e futuro não expressam, ao que eu saiba, nenhuma forma coerente de resposta, embora pareça, como já dito em telepatia, possível de um domínio informacional inteligente.

Appendix D

Interview with the physicist and mechanical engineer Geraldo Sarti, pioneer of the psiconic theory, graduated by Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Brazil, with masters in Physics from the Instituto Militar de Engenharia (IME-RJ), Brazil.

1.    What is the psiconic theory?

GERALDO: Different from the spiritual theory (Kardec) and the synchronicity (Jung) the psiconic theory is of mathematical and psycho physical nature, a continuation of the ESP (Rhine). It tries to explain,  describe, and solve the PSI phenomena in all of its manifestations, which  violate the laws known as cause-effect from the conservation of physical quantities such as mass and energy and the increase of entropy in closed  systems.

2.   What are the properties of the particle-wave psicon and how does it travel in space-time?

GERALDO: As a wave the psicon is perfectly plane not interacting energetically with any physical particle. Its interaction with the physical world is from semantic information.

As a perfect plane wave, it has a definite and constant momentum and frequency, as it does not interact with objects. It may move freely and it does not deform. The psicon-wave is not used to express real particles but only the psicon-particle of imaginary mathematical mass in motion.

As psicon-wave it may be found in all space-time, having a probability of 100% to be found. In this situation, each psicon forms a vacuum, which lacks energy, mass or field (with exception of the gravitational). It is possible to imagine

The uncertainty space-time is infinite and the only particle that may represent is on psicon-particle mathematically imaginary, with speed greater than light.

3.   Theoretically speaking both takions and psicons travel at a speed greater than light. What make them different while solving the Einstein-Podoslky-Rosen Paradox?

GERALDO: As the takions do not have explicitly wave functions, they are not applicable to the commutation of conjugate operator, different from the psicons. Their difference is that the takions do not carry information while the psicons carry.

4.    How the psicon does explain poltergeist phenomena?

GERALDO: The poltergeist (RSPK) is a reasonable complex phenomenon. During a poltergeist, it is observed the presence of an epicenter, normally an adolescent or pre-adolescent, with psychological problems. The psicons are applicable on the following situations:

  • Teleportation: solution of the equations of Schrödinger quantum perturbations, or by approaching zeros the potential operator, as the physical dimensions increase (macro physical application).

  • Anti-gravity: is broken the relationship inertia/gravity ending the vacuum. In this case there is the geodesic curving of space-time.

  • Metal Bending (PKMB): informational element of the metallic plasma with anti-entropy of electrons and ionic bands, changing the capacity of resisting of the ex-metal.

  • Electrical phenomena (PKEM): occur over the dielectrically constants of air, with spontaneous generation of vectorial electrical and magnetic fields.

5.      How did you develop the psiconic theory?

GERALDO: My interest in parapsychology developed when I was young, before reading or speaking, thanks to the strange things that usually  happen with young children. Such things, as naturally stopped but my interest increased. While studying Jung and Rhine, I thought I could synthesize their ideas, but thanks to mathematics I could answer these interactions. From my interest in philosophy and the intuitive I've imagined that Einstein was partial in his interpretation, limiting his interpretation to the speed of light. Twenty-five years ago I've started the psiconic theory, where it violated the psychophysical laws. My last book, although short, explains the psiconic theory and its applications to the PSI phenomena. 

6.   is there any experiment behind the psiconic theory or it is just a theoretical model of how it answers the Einstein-Podoslky-Rosen Paradox?

GERALDO: The paranormals experiences are behind the pscionic theory.  With the help of Dr. Horta Santos, also a physicist, a series of unsuccessful experiences were done. The theoretical research is my active field although regarding experimentation and human controls is not    so hard to find. Answering the second question, the Einstein-Podolsky-Rosen Paradox is not the central element of the psiconic theory, although it is extremely important for the theoretical understanding.

7.   In your book Psicons – Do Real ao Imaginário, Chapter 10 p. 44 you mention the relation of the psicon and conscious. Is this conscious the same defined by Freud, Jung or Lacan?

GERALDO: The psiconic theory tries to describe the PSI phenomena by the use of imaginary particles and plane waves. Such psicons configure this semantic and conceptual information, vital to our perceptions and our understanding, permitting us to deal with the infinite number of syntactic information, which is linked with our nervous system.

Studies of the electrical activities in the brain reveal that the reduction of  the electrographic frequency is a consequence of the experience lived  by  the one’s that face the experiments. This reasoning is the same used by Jung, in his collective unconscious or and extra-sensorial knowledge (Rhine). According to Freud is admitted a third type of unconscious, normally  found in the interaction between a patient and an annalist during  a psychoanalytic session.

 Lacan, in the other hand, gave his vision of the Freudians minds, using the psychoanalytic theory into psychoses, verbalizing it, but not change  the idea proposed by Freud.

8.   As the psicons have a 100% presence on space-time would this violate the Heisenberg Uncertainty Principle, as its position and velocity would be practical to calculate?

GERALDO: As waves the psicons have 100% of chances to be   located in space-time, violating Heisenberg’s Uncertainty Principle.  But as they are imaginary, once violating Heisenberg’s Uncertainty Principle,  when observed as a particle they could not be measured.  But, as position and mass x velocity may be calculated by the psicon-waves of the observer as they are expressions of thought equaling to zero the commutate equation and following Einstein’s principle. 

9.   Do you believe the psiconic theory may answer the mysteries behind the Ouija Board?

GERALDO: The Ouija Board should be analyzed in parts:

            a) Telepathy or link-mind-mind (psiconic theory)

            b) Psycho kinesis or link-mind-matter (psiconic theory)

            c) Special teleportation directed by the participants of the session.  (Apparently the psiconic theory is not applicable)

d) Confused or at random simulcognition, meaning that the answer of the palette or cup in relation to the present, past or future do not express, according to my knowledge, a coherent answer although it seems, as stated in telepathy, caused by an intelligent informational domain.