Parapsicologia RJ - Geraldo dos Santos Sarti

A Entropia de Shannon, a Informação de Wiener e os Psicons:
Dedução da Lei Neguentrópica do Vácuo Primordial

 

G. S.Sarti

(IPPP/ABRAP) – Outubro/2008

Não fosse a neguentropia
da mente, os objetos não existiriam

 

1 - EXPANSÃO DA ENTROPIA DE SHANNON

Chamemos a entropia, que dá a medida da organização (ou da "desordem") de um sistema qualquer em evolução, de S. Shannon, o pai da TEORIA MATEMÁTICA DA INFORMAÇÃO SINTÁTICA, definiu S como:

S = - Σ κ P l n P                           ( 1 )

Acima, k é a constante de Boltzmann, que faremos, aqui, igual a 1 e P é a probabilidade de um certo estado microscópico de distribuição de partículas em níveis energéticos, dentro de um sistema macroscópico considerado isolado do exterior.  Em verdade,

é o número total de estados microscópicos energéticos dentro do sistema macroscópico, no caso, isolado.  Então, está sendo considerado que os estados microscópicos todos possuem a mesma degeneração g i que o estado macroscópico.  A degeneração significa que para um mesmo estado energético existem g configurações de partículas, de forma que, nos casos microscópicos confrontando-se com o estado macroscópico do sistema, g1 = g2 = ......... gn ou, de outra forma, sendo Z o número de estados internos possível de um sistema com degeneração energética g i

 

,

qualquer estado individual terá a probabilidade

Nesse caso, a entropia como definida aplica-se também a bósons, que são as partículas que se distribuem segundo a estatística de Bose - Einstein em que não há limites para ocupação dos níveis energéticos disponíveis no interior do sistema.

Fazemos esta ressalva porque iremos, futuramente, usar a expressão da função de onda quântica de uma partícula livre ou onda - plana (PSICON).

Retornando à fórmula (1), se o estado interno do sistema isolado, uma cadeira, por exemplo, está em equilíbrio estatístico ou, o que é o mesmo, com todas as partículas ocupando seus níveis energéticos microscópicos internos sem que se vislumbrem possibilidades de mudança nesta configuração, então, nesse caso, por definição, qualquer transformação do sistema o conduzirá a um estado de mesma probabilidade, isto é, as transições de um sistema isolado em equilíbrio estatístico são reversíveis.

Pela equação em questão,

                   ( 2 ),

sendo d considerado uma variação tão pequena quanto se queira.

Em geral, se o Σ somatório tende ao infinito ter-se-ia um cancelamento

Entretanto, o termo entre parênteses não indicaria qualquer possibilidade de transição que expressasse a variação dS.

Preferimos pois expandir a expressão (2) de forma que:

ou

                        ( 3 ).

Deve ser salientado que nos microestados particulares, as partículas estão EM MOVIMENTO, considerando-se suas Energias E igual a K T ou sua energia média

sendo T a temperatura do sistema macroscópico.

É bastante intuitivo que, se as velocidades das partículas aumentarem, a temperatura T irá aumentar, ainda que imperceptivelmente, aumentando, em conseqüência, o valor de E.

Pode-se imaginar, ao invés de uma cadeira, nosso cérebro.  As variações energéticas ou de temperatura do nosso cérebro não são percebidas, mas entende-se estarmos excitados ou calmos se as partículas do nosso cérebro movimentarem-se a velocidades maiores ou menores.  Molecularmente, um sólido como um cérebro, seria referido em termos de vibrações moleculares em torno de 100 bilhões de pontos de equilíbrio, das vibrações maiores ou menores dos neurônios.  Mas, microscopicamente, o que se tem são partículas componentes dos neurônios e o cérebro transforma-se em macrossistema, como a cadeira, com Z estados energéticos microscópicos possíveis, todos em movimento.

Deve-se entender que a variável tempo deixa de existir porque as partículas só seriam perceptíveis em um momento que sempre já passou, seja qual for esse momento.            

Bem, voltando à expressão da reversibilidade (3), tudo faz crer que se (3) = 0 então d P = 0 para transformações reversíveis.  De outra maneira, P do estado 1 = P do estado 2.

Porém, admite-se, ao contrário, que se a transformação do sistema for irreversível,

P (estado 1) ≠ P (estado 2) tal que

d P ≠ 0.

Então

d S = - Σ d P (1 + l n P) ≠ 0

A 2ª lei da termodinâmica exige que para sistemas isolados, a entropia varie sempre para estados mais prováveis, de tal forma que

d S = - Σ d P (1 + l n P) > 0                  ( 4 )

Tem-se então como lei geral que qualquer evolução de um sistema isolado caminha para uma entropia crescente, quando ele não está em equilíbrio estatístico, isto é, d P ≠ 0 e pela 2ª Lei,

d P > 0                                                   ( 5 ).

Porém, embora isto ocorra, o termo entre parênteses da expressão (4) pode ser igual a zero, retornando-se assim ao que seria d S = 0, embora d P > 0.

Portanto, para um processo irreversível, quando l n P = - 1, a entropia não fica alterada:

d S = - Σ d P (0) = 0

Este termo entre parênteses acompanha a expansão feita na entropia de Shannon, ficando implícito, tal que pode-se formular outro princípio:

"TODO PROCESSO ENTRÓPICO ADMITE OUTRO PROCESSO NEGUENTRÓPICO QUE REVERTE A 2ª LEI DA TERMODINÂMICA"

Para esta condição, como

Ln P = - 1  ou alternativamente

e-1 = P                                      ( 6 )

Repetindo, um sistema isolado sob transformação irreversível estará sofrendo invariavelmente uma transformação reversível que anula a irreversibilidade.

Deve-se considerar que este fato matemático não é estatístico, mas estrutural, embora a probabilidade P apareça.  Pela transformação algébrica (6), este P é uma constante independente, mesmo que isso não faça sentido aparente.


2 - CONTRAÇÃO DA EQUAÇÃO QUÂNTICA DE CONTINUIDADE (RELATIVÍSTICA OU NÃO), APLICADA À FUNÇÃO DE ONDA PLANA (PSICON)

A partir da eliminação de potenciais reais na equação quântica não relativística de Schroedinger dependente do tempo, aplicada à ONDA PLANA (PSICON - ONDA)

ψ = exp i (K x - ω t),  sendo

 

 K =   2π ∕ λ
 λ  =  comprimento de onda da onda plana
 ω =  freqüência angular da onda plana
 x  =  espaço
 t   =  tempo
 ψ =  amplitude da onda plana
 i   =  

chega-se à equação seguinte:

( 7 )


Aqui,
 ħ =   h  ∕ 2π = constante de Dirac
 h  =  constante de Planck
 ψ* =  complexo conjugado de ψ
 m =  massa da partícula representada pela onda
 

divergência de um vetor qualquer que, em uma dimensão, pode-se escrever simplesmente
 

 ∂ =  Infinitésimo de variação parcial (diferencial)

A equação (7) pode ser interpretada como usualmente, em:

                   ( 8 ),

sendo P = densidade de probabilidade de encontrar-se uma partícula descrita por uma função de onda ψ e J = corrente de probabilidade, por analogia a quantidades não abstratas, extensas, como água, carga elétrica, massa etc...

A título de curiosidade, a densidade linear de probabilidade pode ser escrita como  .

Curiosamente, como a incerteza linear da partícula no caso de ψ é infinita porque Δpx = 0, incerteza do momento linear p na direção x e  Δ px Δx = ħ, então Δx =   e


Bem, comparando (7) e (8) tem-se:

 

Aplicando a onda plana (PSICON - ONDA)

ψ = exp i (K x - ω t),  resulta:

                            ( 9 )


Mas, para uma dimensão,
ħ K = px da onda.  Admitindo que  é também px da partícula associada então, de (9):

= velocidade de fase da onda.

Como sabemos de outros papers deste site, tal velocidade de fase é maior que a da luz.  Veremos, todavia, que, para nossa proposição, esse fato é irrelevante.  Com os resultados obtidos em (8) e (9) vem:

 

Como

e cancelando-se as primeiras diferenciais parciais vem:

                                  ( 10 )


3 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DE 1 e 2

Sem dúvida, (6) e (10) têm o mesmo valor -1.

Então, o logaritmo da probabilidade associada à reversão de um processo entrópico (neguentropia), na entropia de Shannon tem o mesmo valor que o da densidade de probabilidade linear que satisfaz a equação de continuidade quântica para ondas planas psicônicas, "movendo-se" a velocidades ultralumínicas.

Numericamente,  (ψ* ψ)  =  ln P = -1         ( 11 )

4 - IMPLICAÇÕES DA IGUALDADE (11) PARA O CONCEITO DE INFORMAÇÃO DE WIENER

Wiener, criador da Cibernética e da computação eletrônica, definiu a quantidade de informação I que pode ser obtida de um sistema qualquer como

I = - log2P

onde P é a probabilidade de uma medida qualquer definida no intervalo (a, b) dentro do espaço probabilístico unitário (0, 1), isto é:

Em (1), a igualdade numérica (6) que promove reversibilidade em sistemas irreversíveis, que é:

ln P = ­1,

pode ser escrita

- ln P = 1

A simples mudança de base de logaritmo traça a correspondência

ln P ↔ log2 P, de tal sorte que poderemos escrever:

- log2 P = 1, isto é,

I = 1.  Nesse caso, P = 0,5                ( 12 )

Em geral, o processo neguentrópico revela um ganho de informação ou de desequilíbrio do sistema, capaz de ser transformado em movimento.

Tem-se nesse caso, que:

I = 1 = 1 - 0 = 1 bit ____________ para a reversibilidade neguentrópica

Tem-se, sobre informação zero, isto é,

P = (0,1)  ⁄ (0,1) = 1,  informação 0, um ganho de 1 bit equivalente a P = ½  = 0,5, que é a menor quantidade possível de informação, como por exemplo, passar-se de um estado 0  a outro do tipo SIM - NÃO, como um potencial de ação do sistema nervoso ou uma magnetização ou não em anel eletrônico de um computador digital.  Serve também para escolher-se  EXISTE - NÃO EXISTE e sucessivamente.

É uma informação sintática.

4 - CONSIDERAÇÕES

Para um estado sem qualquer sintática, I = 0, absolutamente semântico como o vácuo psicônico, surge uma informação mínima constante e sintática que acompanha a neguentropia, através de uma onda plana (PSICON - ONDA) que assume um valor esdrúxulo.

Essa reversibilidade neguentrópica pode ser chamada "REALIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO", em processo totalmente abstrato, sem qualquer componente físico.

Quero salientar que ψ = e, onde θ = Kx - ωt é angular, refere-se a uma onda periódica com origem na transformação de Galileu  x' = x - v t  sob ação periódica (periodização), conforme nosso estudo neste site, intitulado

"CORRESPONDÊNCIAS QUÂNTICAS DAS EQUAÇÕES DE TRANSFORMAÇÃO DE LORENTZ - EINSTEIN PARA PARTÍCULAS LIVRES E PSICONS", de setembro /2008.

No citado estudo, concluímos das relações matemáticas

e

que, como visto,


ocorrem na 4ª dimensão espacial real,ou outras dimensões espaciais, dependendo do valor de v, a tempos imaginários, tal que, pela Teoria da Relatividade não corrigida multidimensionalmente,

Finalmente, estando envolvida a função de onda e na produção da 1ª informação sintática adimensional, eu aceito, como ponto chave, partindo dos pressupostos aqui desenvolvidos (Shannon, Wiener e PSICONS), que o PSICON, onda ou partícula, é responsável pela realização da informação sintática, material, embora tais partículas fujam das concepções estabelecidas sobre o limite de velocidades de Einstein e sejam, quanticamente associáveis ao vácuo semântico primordial do nosso pensamento, ocupando todo o espaço - tempo.  Em síntese, juntamente com  a emoção, seja ela expressa como vontade, fé ou Poder Transformativo da Mente, do Ronaldo Dantas Lins Filgueira, os PSICONS, imaginários semânticos, produziriam informação sintática real adimensional.


CONCLUSÃO

Pode-se dizer que a probabilidade de se encontrar um PSICON no espaço é de 1 bit, isto é,

 

que é a densidade linear de probabilidade.  Naturalmente,

só normalizável com uma função de Dirac que atinge o ∞ no ponto da partícula.

O PSICON ψ, movendo-se superluminalmente, adequa-se probabilisticamente a  um ganho de informação de 0 a 1 bit, pois:

I = 1 bit = ψ* ψ  e

I - 0 = 1 - 0 = 1 bit, identicamente à definição "pontual".

Estando associado à neguentropia em processos irreversíveis, ψ sugere implicitamente a abstração da própria informação semântica mas que poderá ser devidamente mensurada em termos adimensionais como acompanhando e compensando qualquer processo entrópico e qualquer variação energética de qualquer sistema, seja ele um astro, um gen, um cérebro, uma cadeira etc...

ESTE OBJETO EXISTE OU NÃO EXISTE?

INCLUSIVE EU, VOCÊ, O OUTRO etc..., com 50% de chance para uma resposta mental que dependeria da vontade agregada ao pensamento. (Poder transformativo da mente).