Parapsicologia RJ - Geraldo dos Santos Sarti

A IDENTIDADE DOS OBJETOS
OU

ENTROPIA ZERO DO UNIVERSO

 

Geraldo S.Sarti

(IPPP/ABRAP) – Novembro/2008

Dedicado a Alciléa Pereira de Souza,
meu braço direito (correspondente ao seu braço do coração)
duas vezes eleita a melhor enfermeira do Rio de Janeiro.

 

As configurações dinâmicas internas dos objetos são permanentes, embora os possamos identificá-los como estando isolados, e temos a plena certeza que eles existem.

Os movimentos internos aos objetos, em última análise dos núcleons que os compõem, fariam necessariamente que eles não fossem os mesmos objetos que percebemos sempre.  Em nosso pensamento, como eles não se constituem de partículas, nós os representamos com imagens ou palavras abstratas e eles podem ser plenamente identificados por suas características externas sensorialmente percebidas.

Tais objetos "reais", como os vemos, pela Física comportam-se entropicamente, isto é, tendem progressivamente a estados internos cada vez mais prováveis.  é o que diz a 2a lei de termodinâmica estatística.  Mesmo em equilíbrio estatístico, quando a entropia pode ser revertida, os núcleons continuam movimentando-se em suas posições de uma tal forma que a temperatura do objeto será maior do que zero, entendendo-se ser esta temperatura expressa em Kelvin, chamada temperatura absoluta e igual a - 273° Centígrados (Celsius).

A medição da temperatura, diferente de 0, denota, sensorialmente, que as partículas internas ao sistema objeto estão em movimento, esteja ele em equilíbrio estatístico ou não.

Em estudo anterior deste site, intitulado "A Entropia de Shannon, a Informação de Wiener e os Psicons: Dedução da Lei Neguentrópica do Vácuo Primordial" de outubro de 2008, concluímos a expressão

d S = -  κ d p Σ (lg P + 1) = 0,                          

mesmo para processos irreversíveis em que d p > 0.

Fazendo k = 1, a expressão anterior transforma-se em

d S = - d p ∑ (lg p + 1) = 0

Poder-se-á fazer

 

o que só ocorrerá se

,

para processos irreversíveis.  Nesse caso, para base 2, p = 0,5.  Da equação de informação, desprezada a base de logaritmos, e, da contração da equação quântica de continuidade, conforme aquele trabalho,

d S = d p  ∑ (I - 1) = 0   ou  

d S = d p ∑ (ψ* ψ -  1) = 0

Como o termo entre parênteses resulta igual a zero, excluímos o somatório ∑:

d S = d p  (ψ* ψ -  1) = 0

Integrando-se:

S =  p (ψ* ψ -  1) = 0

em que  p  é a probabilidade de um certo micro estado dinâmico,  S  a entropia do objeto percebido e ψ* ψ  a informação de 1 bit que possuímos do objeto.  Resulta pois que a entropia do objeto percebido será nula através da nossa representação embora esteja internamente configurado em uma probabilidade  p  a certa temperatura absoluta maior que zero.

Repetindo, e concluindo ao mesmo tempo, o Universo, se o pudermos pensar nele com esta palavra Universo, está a uma entropia 0 e sua existência só será assegurada pelo nosso pensamento expresso pela probabilidade unitária de encontrá-lo em qualquer ponto do espaço - tempo como:  ψ* ψ = 1

Como o leitor já deverá ter-se acostumado, ψ é a exponencial de i (k x - ω t), onda plana ou PSICON - ONDA.

Em resumo, a entropia nula de qualquer objeto que pudermos pensar é o resultado de dois "movimentos" opostos:  o do objeto percebido, sob constante dinâmica interna, e o da nossa representação dele, em permanente abstração por falta de elementos internos constituintes ou de partículas reais.  (Portanto, em contrapartida, imaginários).

NOTA:  Aconselho o leitor a ler "O Mundo como Vontade e Representação", de Schopenhauer, 1819, a tese de mestrado de Malaguti,  Fábio: "A Subjetividade e suas Relações com o Absoluto no Contexto da "Fenomenologia do Espírito",  de Hegel, (2005), no Site Domínio Público, os conceitos de movimento permanente e Logos, de Heráclito de Éfeso, o pai da Dialética 500 AC e o conceito de Universais de Platão, 400 AC.

 

Símbolos utilizados:

 S =  Entropia
 d =  Infinitésimo
 K =  Constante de Boltzmann
 ∑  =  Somatório
 p =  probabilidade
 I =  Informação sintática de uma onda plana (PSICON)
 ψ =  Amplitude da função de onda plana (PSICON)
 k =  Número de onda
 ω =  Freqüência angular
 x  =  Espaço
 t   =  Tempo
 lg  =  Logaritmo em uma base qualquer
 ψ*  Complexo conjugado de ψ