OBE,
DES-CULPA E A "RESSEXUALIZAÇÃO"
DO DR. FERNANDO SALVINO
VÔO
ANTIGRAVIDADE E LEVITAÇÃO
Geraldo Sarti
(IPPP - ABRAP - IPRJ - NIAC)
Dezembro de 2010
1 - O PARANORMAL
O paranormal é um conceito
biológico, um indivíduo como Cristo, Chico Xavier etc., materialização heróica
de um estágio evolutivo que acompanha a permanente evolução de mente no sentido
da perfeição e da dessexualização: sublimação ou desinvestimento libidinal no
corpo, ausência de culpabilidade, ultrapassagem do núcleo da mágoa e percepção
do Outro não mais como objeto do desejo. Nos estágios mais avançados da
paranormalidade não há desejo algum e a consciência é exclusivamente não
sensorial. Nesta circunstância, a paranormalidade deixa de existir centrada no
EGO e avança para o infinito do qual ele próprio origina-se. Penetra o
"indivíduo" na hiperdimensão mental e, por momentos, ou definitivamente (a
chamada "morte”), viaja além de si próprio, recebendo informações de mentes em
níveis hierarquicamente “menos” decoerentes, ou “mais” coerentes, e cujo limite
superior é o todo hiperdimensional. Universos dentro de Universos.
2 - OOBE
OBE, ou "Out of the body
experience", similar à fase Delta do sono, com 0,5 hertz e grande amplitude de
onda padrão eletrográfica, é uma forma de autoscopia, heautoscopia ou visão do
próprio corpo; acrescente-se todavia que, em verdadeira e quase plena OBE, a
mente agrega-se quase completamente à mente universal, em uma vivência
tipicamente transindividual, em que parece haver uma escolha entre sair
completamente do corpo e misturar-se ao todo ou retornar à experiência sensória.
É bem possível que, mesmo em OBE,
como função do nível de desmaterialização, mental, o "indivíduo existencial"
deixe de existir ou volte a existir como entidade separada dos demais seres,
oscilando mais ou menos rapidamente entre estes dois extremos.
Outras experiências fora do
corpo, além do sono Delta, da OBE, e da sublimação, são as experiências
arquetípicas (Jung), as experiências culminantes (Maslow) e a própria vivência
alucinatória da esquizofrenia e delusória da paranóia. Nos estágios avançados,
dos tipos esquizóide e paranóide, a perda de contato com a realidade é
visivelmente acentuada. O EGO, ou difunde-se ou retrocede ao narcisismo
primário. Na esquizofrenia, a tendência é a difusão no conjunto e a “percepção”
extra-sensorial e, na paranóia, é a projeção narcísica no próprio EU central que
passa a realizar auto-referência dos sistemas fantásticos que são raptados além
do real. Conforme predominem a difusão ou a centralização do EU, o indivíduo
será psicologicamente rotulado como "doente esquizofrênico ou paranóico",
quando, em verdade, trata-se de um estágio evoluído da sua mente. A óptica
material do fenômeno, típica da neurologia e da psiquiatria, é um fator
importante na expectativa do paranormal, tornando-a notadamente negativa social
e particularmente. Claramente, esta generalização material atinge seu alvo e
torna o "doente" desarmônico entre suas experiências imaginárias (matemáticas) e
inconscientes e a vida da realidade.
Em outros termos, a cosmovisão
esquizofrênica e paranóica impede o retorno das aproximações do todo ao
desenvolvimento material diário. Deve ser salientado que a experiência ciclóide
ou depressiva aproxima-se da angústia da existência e revela fundamentalmente o
questionamento culposo, no homem, ou invejoso ( ciúme ) e fantasticamente
destrutivo, na mulher, fruto de experiências sensoriais nas quais intervêm
predominantemente o herói paterno na culpa masculina ou o mesmo herói, objeto
interditado à filha, do amor materno, na mulher. Formas mistas, esquizofrenia
paranóide, e mesmo transtornos afetivos bipolares maníaco-depressivos, são
identificadas clinicamente. Nos casos da angústia depressiva e da melancolia, a
agressão básica ao EU é um fenômeno conseqüente ou reativo de associação à perda
e ao luto pela fuga do Herói e não atinge, a princípio, o contato com o real.
Prevalecem as experiências psicossomáticas viscerais, sensações de mal-estar
interno profundo, com localização visceral da perda , desânimo vital,
autodesvalorização e melancolia.
3 - PSICONS
Têm-se, com certeza, nosso
pensamento e nossa percepção, como axiomas matemáticos. Porém, basicamente, o
pensamento é imaterial e abstrato. Física e matematicamente é expresso como a
atividade ondulatória, situada em outras dimensões espaciais, que cria e
influencia a matéria, seus aspectos e movimentos circunstanciais,
interdimensionais como a própria vida e as impressões sensoriais que nela
ocorrem. O tempo do PSICON, ou da mente, é imaginário (inexistente), como na
Relatividade Restrita e na Lógica, e não é limitado nem pelo valor nem pela
direção nem pelo sentido. Sem a conotação de tempo real, a mente progride e
retrocede , indistintamente.O que confere à mente o sentido de passado e futuro
é apenas a realidade material criada pela própria mente.Assim, o tempo mental
,ou Psicônico, é um “cone” abrangente de toda a Realidade.
À medida que o PSICON se torna
mais amplo e abrangente, a realidade por ele formada agrega maior número de
elementos formadores. Pode-se imaginar perfeitamente que, estando além das
dimensões conhecidas, o pensamento espalha-se como o infinito de onde se pode
retirar qualquer número de componentes. Tem-se, entretanto, que a simples soma
dos elementos não interfere ou não influencia o infinito.
Psicologicamente o PSICON seria o
"significante primeiro de Lacan", aquele que tudo vai significar, isto é, o
próprio Inconsciente.
É interessante observar que, ao
nível individual, o Inconsciente ou PSICON é o significante que vai assumir toda
a vida de cada ente humano. Assim, passa pelas costumeiras restrições e
vicissitudes freudianas de repressão culposa e edípica. No plano coletivo, é o
Inconsciente Coletivo de Jung e ganha autonomia em suas variações arquetípicas,
tais como as do SELF, da Grande Mãe, do Velho Sábio, do Trickster, dos UFOS(?)
e do próprio Herói com a culpa ancestral individualizada em Édipo. A Mulher, o
feminino, enquanto conceito, é exatamente a falta de culpa primária, edípica, o
lack ou inexistência ( conforme Lacan ), o buraco de onde surgem os seres.A
culpa na Mulher vincula-se ao ciúme do amor do pai, o Herói impedido pela mãe,
mãe que se torna alvo de fantasias e objeto do ciúme da filha .A disputa pelo
amor do Herói e o ciúme são a tônica feminina. A culpa é secundária ao ciúme e
não é sexual, como no homem. Não é edípica. Esta disputa é dual, é um duelo
feminino.
A experiência OBE, por exemplo, é
inicialmente a transgressão à culpa individual e fuga da individualidade. A
biologia do PSICON o faz ter comportamentos vitais e individuais em que
prevalece, ou não, o sexo culpado. Matéria inorgânica, partículas, ADN, vírus e
entes intermediários, progridem ao nível da proteína e a organismos vivos,
vegetais , peixes, animais, bebês..., tudo com definição paralela à evolução
individual de um só indivíduo. O Superego, como coletivização da Culpa, não
existe no nível destes entes e seres “inferiores” e sem culpa, assim como não
existe no bebê e na criança até certa idade. A comunicação entre eles é
instantânea e telepática, como é entre gêmeos idênticos, entre filho e mãe,
entre cão e dono, estados de Bell, e paranormais (em geral). Não há porque haver
culpa em seres que estão além de qualquer referência ao seu EGO.
O Superego freudiano projeta-se
em sexo e culpa no Real. O Inconsciente Coletivo e telepático de Jung não
projeta o Real e não é iludido por Ele. O SELF, o símbolo coletivo de EU, é o
principal conceito formulado pelo Inconsciente Coletivo, e é sobre ele que é
exercida a repressão culposa do sexo biológico de Freud.O SELF, em si mesmo, não
tem culpa. Neste sentido, psíquico, é o gerador básico do comportamento social
do indivíduo na presença ou não de Édipo, sendo central dos demais arquétipos.
A experiência OBE, com sua
desmaterialização intrínseca, é assim uma experiência assexual e a reentrada ou
retorno ao Real é equiparável à chamada "Ressexualização", termo cunhado pelo
Dr. Fernando Salvino, colaborador deste site, e que exprime literal e
expressivamente o técnico e psicanalítico "Reinvestimento Libidinal" do retorno
à vida objetal da realidade do paciente após predominante afastamento dela e
prevalência da atividade mental.
Fica claro que a visão
autoscópica é ainda um ponto em que o indivíduo mantém seu EGO. Na cosmovisão,
tão bem descrita pelo Dr. Fernando Salvino, a perda de identidade atinge grau
mais elevado e as informações hiperdimensionais coletivas são vividas como
entrada no vácuo ou no infinito Psicônico. A "ressexualização" objetal é
difícil e então a comunidade de especialistas prefere considerá-la e tratá-la
como "doentia", o que, inevitavelmente progride ao próprio indivíduo, por
exemplo, como auto-referência negativa que assume "toda a culpa".É o poder da
opinião pública refletindo-se sobre o ser.
Os movimentos históricos e
sensoriais do indivíduo, carregados de mágoa e culpa, irão definir a
manifestação esquizóide, paranóide, ciclóide ou mista e as diversas formas de
sua "ressexualização" no objeto. Os indivíduos em sua "normalidade" sensória
mantêm a estrutura apenas neurótica, que impede sua progressão individual a
estágios mentais hierarquicamente mais evoluídos de "desinvestimento libidinal".
A neurose, como empecilho ao
pleno descolamento evolucionário da realidade, é a fixação do EU em objetos
(Fobias), no corpo (histerias e conversões, possivelmente também epileptiformes,
por fixação em processos elétricos localizados no cérebro) e nas situações
objetais (manias e compulsões obsessivas). O estado de normalidade, em vista da
estrutura neurótica do ser humano, é a fixação padrão em atividades consideradas
normais tais como profissão, esporte, estudo, lazer, conquistas, fama,
acumulação de dinheiro e capital etc...
Considerando-se estas definições
do estatuto evolutivo do ser humano e as dadas no item anterior, OBE, podemos
colocar em esquema as seguintes situações de movimentos mentais,do nível padrão
a estágios de progressiva evolução, de baixo para cima no esquema:

O agente destas manifestações
egóicas é o próprio Inconsciente.Trata-se da passagem de uma a outra dimensão,
tendo como expressões conceituais o Ego e as percepções sensoriais da realidade
(epifenomênica ou secundária) pelo sujeito biológico nela inscrito. O conceito
de EU é o SELF, o si-mesmo, com suas representações circulares como o Universo,
simétrico e esférico, a Mandala de Jung, manifestação do arquétipo SELF
4 - PSICONS 2 e 4 - DIMENSIONAIS,
EU E OBJETO
Admite-se que a matéria e os
objetos criados pela mente antrópica sejam o intermediário entre os PSICONS da
2ª e da 4ª dimensões.
Assim, nossa 3ª dimensão material
é a mente da 2ª dimensão material (puros reflexos e sombras) assim como nossa 4ª
dimensão e, talvez, as superiores, é a mente da 3ª dimensão material. Todas
estas gradações dimensionais são perfeitamente descritas matematicamente pela
Teoria dos Psicons.
O EU centrado na matéria passa a
ser apenas o elemento intermediário entre a mente da 2ª dimensão e a mente da 3ª
dimensão (a nossa mente). A semelhança com reflexos e sombras são
analogicamente significativas. Matematicamente, não haverá a 3ª dimensão
material sem a 4ª dimensão. As dimensões só podem crescer em número
quantitativo.
Assim como Freud não emprestava
importância maior ao EGO centrado na matéria, tornando-o apenas o intermediário
entre o ID, meramente sensorial e o SUPEREGO, social e coletivo, introjetado na
psique, também nesta perspectiva de hierarquia multidimensional psicônica, a 3ª
dimensão material, a vida material, e a mente centrada no cérebro / matéria, o
mesmo que EGO freudiano, sensorialmente iludido, é apenas uma transição
hierarquizada entre a 2ª e a 4ª dimensões. Como diz o Dr. Fernando Salvino, “ eu
sempre existo, antes de nascer e depois de morrer”
O uso apenas da teoria quântica -
ondulatória indica este resultado.
Quando a associamos à
Relatividade Restrita , detectamos que seu fundamento criador são as super ondas
psicônicas, autoexplicativas e que unicamente são o que são como geradoras e
modificadoras também da matéria da 3ª dimensão.
A vida individual e os demais
conceitos biológicos, repetem a evolução interdimensional das mentes e é
estritamente necessária na transposição do EGO centrado no objeto. Assim, a
vida material inicia-se na 2ª dimensão mental (3ª dimensão material) e evolui
para a 3ª dimensão mental (4ª dimensão imaginária e infinita), até o infinito
representativo da substituição ou transformação psicológica da repressão
sexual máxima para a sublimação dessexualizada e a dissolução completa do EU no
vácuo de matéria (o todo mental).
A única divergência com a tese
espírita é que nesta, ainda são supostos indivíduos, os espíritos. Na teoria
psicônica, os espíritos seriam produções mentais paranormais sob dissociação e
sob a ilusão da percepção sensorial.
Deve-se colocar que, cada mudança
de coordenada espacial em torno do tempo associada a qualquer rotação do plano
espaço - tempo conduz a um universo, possivelmente além do mental e antrópico,
de uma série infinita de dimensões infinitas que culmina na unidade 1. Este é o
resultado encontrado com uso da Relatividade Restrita, da Física Quântica e da
Teoria dos Psicons. A princípio, a Relatividade Geral poderia ser o instrumento
multidimensional e geométrico descritivo deste universo, basicamente por aceitar
velocidades hiperlumínicas. Esta Relatividade pressupõe conhecimento da
geometria curva do espaço de Riemann e inserção de tempo e de massa nesta
geometria curva , com velocidade qualquer a ser escolhida. A Relatividade
Geral é usada para descrever a chamada “ Gravitação” e os macrofenômenos
cosmológicos e astronômicos.
5 - EMOÇÕES DO DR. FERNANDO
SALVINO EM VÔO ANTI-GRAVITACIONAL
O Dr. Fernando Salvino relata
vivamente suas intensíssimas emoções no momento em que se encontra fora do
corpo. Sensações de liberdade e de felicidade acompanham estas emoções e talvez
sejam elas próprias. Este fato, de certa forma, contrariou minhas
expectativas. Eu esperava seu relato "frio".Devo dizer, entretanto, a
concordância das emoções do Dr. Fernando Salvino com a afetividade das situações
arquetípicas e dos arquétipos do Inconsciente Coletivo do Jung.
Pensando um pouco mais pude
concluir que o Dr. Fernando Salvino, ainda jovem, mas com imenso saber(Saber),
que lhe permite o aproveitamento de sua experiência OBE inicial e controle das
experiências posteriores, em razão da sua juventude e vivenciando cosmovisões,
teria sua experiência transcendental ainda com "EGO centrado no objeto". Melhor
seria dizer, entretanto, "com EGO centrado na emoção que a percepção sensorial
do objeto lhe dá". Fica óbvio que o controle exercido por seu EGO não é
catatimicamente desfeito pela emoção, o que mostra sua plena capacidade de
mantê-lo, o EGO, na sua "ressexualização do retorno", sem dificuldade ou
dissociação da personalidade. Em outros termos, seu Saber confere-lhe a
intuição de que ainda não é chegada a hora de afastar-se completamente da
realidade. Felizmente, pois apenas assim ele pode ajudar, individualmente, os
irmãos, em processos de cura física e psíquica. O grande projeto do Dr.
Fernando Salvino, o PROJECIOTRON, é sua tentativa maior de socializar, pela
indução tecnológica da projeção astral, o bem-estar e a cura efetuados na
clínica parapsicológica..
6 - CONCLUSÃO
Na teoria dos Psicons, a emoção
parece ser, em última análise, o fator que é o "LINK psicológico" entre a mente
e a matéria. Psicologicamente, este link deixaria de existir, gradativa ou
subitamente, quando a noção de EGO também desaparecesse. O desejo emocional
acompanhado de culpa, e que liga a 4ª à 3ª dimensões, transforma-se em elementos
sempre mais ao nível da consciência pura, da mente destituída de desejo
emocional, ou seja, PSI - CONS, no limite tendente ao máximo, com resistência
infinita e matéria tridimensional zero.
Inversamente, os PSI-CONS, como
os grafa expressivamente o Dr. Fernando Salvino, coerentes como a luz do LASER,
poderiam deixar de projetar-se na 3ª dimensão material e de individualizarem-se,
permanecendo simplesmente matemáticos imaginários.
Fica a questão: acaso ou escolha,
e em que nível de decoerência os PSI-CONS criam a Realidade?? E, qual o porquê
do colapso do vetor global do estado de superposição coerente e de sua
simbologia substitutiva ( por associação)??
As respostas poderão estar
contidas na assertiva de que sem o desejo não há o Real. A Realidade e o
Desejo, nem que seja a busca feita pelo significante para expressar e criar um
significado, caminham juntos. Che vuoi ? ,é a pergunta chave de Lacan.
A alternativa binária indica que
a escolha positiva pelo Real significa a existência como a concebemos enquanto a
permanência no vácuo psicônico, quântico ou etéreo significaria uma ou várias
formas de existência não antrópica, não antropológica, sem possibilidade de ser
conceituada por nossa lógica de conceitos.
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