PROCESSOS DE
FORMAÇÃO E FACILITAÇÕES DE PSI
OU
INIBIDORES DOS FATORES DE REDUÇÃO DO LINK
G. S. SARTI
(ABRAP - IPPP)
Prefácio
Este estudo é uma reedição, revista e atualizada, de
dois capítulos do nosso livro “Parapsicologia e
Psicofísica”, editado em 1980 pela WZ.
Atualmente, no Brasil, um considerável avanço no terreno
das teorias em Parapsicologia fez-nos agregar os
conceitos de link e de seus fatores de redução, mais
especificamente fi, rô, pi e tau, de sorte que aquilo
que vínhamos descrevendo há vinte anos pode ser
perfeitamente interpretado sob a óptica deste novo
setting teórico. Recomendamos especialmente o livro de
Ronaldo Dantas Lins Filgueira, “Curas por Meios
Paranormais – Realidade ou Fantasia?”, editado pelo
Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas –
IPPP, em 1995, no que concerne à perfeita definição das
citadas funções psíquicas atuantes no fenômeno
paranormal.
O
texto a seguir é apenas um apanhado dos processos de
formação e das técnicas facilitadoras do surgimento dos
fenômenos paranormais. Outrossim, definitivamente,
desencorajamos e desaconselhamos o leitor a tentar
utilizá-las sem o devido acompanhamento de
parapsicólogos de reconhecida idoneidade, exatamente por
serem, algumas de tais experiências, capazes de, sem
controle, promover desequilíbrio nas instâncias
profundas da psique, podendo levar a conseqüências
deletérias para o sujeito.
Podem ser distinguidas formas fundamentais de
experiências paranormais
À
exceção dos fenômenos mediúnicos que não estão
enquadrados na classificação estatístico-psicológica, os
demais podem ser reduzidos a coincidências e cognições.
Seus processos de formação, conforme estudos realizados
pelo autor, estão relacionados a seguir:
Por drogas alucinógenas
Por experiência surreal/automática
Por transe mediúnico
Por experiência transcendental/transpessoal
Por observação de fatos irrelevantes
Por condições laboratoriais
Por sonho
Por reificação
Por redução-ponto e ampliação-contínuo
Por transe hipnótico
Por coma
Por privação sensorial
Por morte iminente
Por megabrain
Tal
classificação, além de incompleta, não é estanque. As
formas de manifestação não serão estudadas isoladamente.
Aliás bastariam para isso os títulos das classes, quase
auto-explicativos.
Por drogas
alucinógenas
A
experiência alucinógena dá-se pela ingestão de produtos
tóxicos que alteram os níveis normais dos neurotransmissores. Tal tipo de experiência altera a
perceptividade e cria, mesmo sem elicitação externa, um
desencadear de processos mnêmicos ou provenientes da
consciência objetal. No primeiro caso a função phi tende
a se anular. Ocorre daí um aparente paradoxo. Embora a
filtragem seja pré-sensorial, sua deleção do processo
perceptivo cria condições para que fatos irrelevantes
sejam senorializados. Isto é, o aniquilamento de uma
função extra-sensorial gera uma sensorialidade
exacerbada que por sua vez produzirá um fenômeno
paranormal. É o que foi popularizado chamar-se de
percepção de realidades não comuns (Castañeda). O LSD,
cuja fórmula molecular é algo semelhante à da
serotonina, produz a perda das noções comuns de espaço e
tempo. O espaço assume a proporção de um sólido. Os
circuitos nervosos especializados se interpenetram
funcionalmente, com conotações dadas ao estímulo
diversas daquelas que comumente seriam dadas.
O
“status” sensorial é caótico embora o campo perceptivo
seja definido.
Nesse caos perceptual ocorrem criptoscopias,
hiperestesias e relações invulgares.
Há
visão de processos obscurecidos por barreiras,
aglutinação de expectativas à situação presente e
sensibilidades extraordinárias não lingüísticas, tal
como telepatia. Tais fenômenos referem-se ao mundo
exterior do experimentador. Porém mesmo em repouso de
estímulos, a mente vagueia por campos dela próprios, por
abaixamento do nível mental ou coerção de energias
psíquicas. Muitas vezes há formação de símbolos numinosos com a visão de entidades superiores e de
processos internos. O self torna-se fluido ocorrendo
fusão entre os mundos exterior e interior. Dependendo
das condições psicológicas do experimentador, os efeitos
serão agradáveis ou não (Huxley).
Por experiência surreal/automática.
O
efeito alucinógeno pode ser alcançado também por
experiência surreal. Nela o indivíduo expressa
características sombreadas de sua personalidade, sem
perda da consciência, mas ao sabor do automatismo
psíquico. No processo de energização dos signos
pré-conscientes a realidade é distorcida entrando em
choque com o princípio que rege o ego. Configura-se uma
situação similar à do quadro esquizofrênico. A expressão
automática faz com que a perceptividade incida sobre
aspectos que pouco têm a ver com o foco normal da
atenção (Camus).
Além
das alucinações impostas à realidade, o experimentador
surreal estabelece vínculos novos proporcionados pelos
seus sentidos. É observada uma regressão sincrética da
percepção e da expressão, assumindo os fatos abstratos
conotações concretas e sendo denotados pelos artifícios
emanados dos confrontos id-ego-superego. A contigüidade,
a justaposição, o simbologismo e a hipostasia são
básicos na experiência surreal. Tais processos
regressivos, muitas vezes acompanhados de
características primevas e míticas, induzem à hipótese
de uma regressão psicológica em fundamentos
neural-filogenéticos (Haeckel), de tal maneira que
porções onomatopaicas, não lingüísticas, localizadas em
áreas sócio-primitivas do sistema nervoso seriam sede
para a telepatia. Entretanto, por
amplicação-contínuo verificaremos que a descoberta dá-se
por conexões em áreas conscientes, o que também nos faz
suspeitar de outra sede não lingüística porém
evolutivamente posterior ao centro frontal da fala e
possivelmente localizada em hemisfério oposto. Como as
duas hipóteses são contraditórias e como o efeito é
aparentemente o mesmo da fenomenologia paranormal,
especialmente a telepática, é de se presumir que um
sistema nervoso paralelo ou alguma glândula ou chakra
sejam sede da ativação telepática.
Por transe mediúnico.
Já o
transe mediúnico apóia-se na disposição histeróide do
aparelho.
Características marcantes dos processos conversivos-regressivos tais como o ambidestrismo, a
convulsão e a xenoglossia acompanhados de partição ou
duplicação de personalidade são espiriticamente
interpretados como manifestações de almas desencarnadas.
Do ponto de vista interpretativo o espiritismo é ainda
uma bem sucedida hipótese em paranormalidade. As teorias
psicopatológicas explicativas da paranormalidade do
transe são meras formalidades médicas. Não chegam a
envolver a natureza dos fenômenos processados a não ser
quando psicopatologistas de base analítica se preocupam
com o transe e sua fenomenologia e, ao lado do traço
histeróide, encontram significados individuais
profundos. Fenômenos mais extraordinários como o
teleporte, a materialização-desmaterialização (Aksakof)
e a bilocação ou ubiqüidade fogem amplamente do
tratamento psicológico e psiquiátrico mas não
parapsicologia. Cumpre aqui assinalar que os fenômenos
psicopatológicos, os espíritas e os parapsicológicos
podem ocorrer simultaneamente, sem que isso vá implicar
na condição de que sejam uma única manifestação. Sendo
assim é absolutamente indispensável estabelecer-se uma
distinção entre campos de atuação teóricos. Isso
proporcionará a condição de entendimento mútuo e, ao
invés de enfraquecer as partes teóricas envolvidas,
possibilitará o fortalecimento de cada uma delas já que
bases sólidas e inter-faces poderão ser solucionadas.
Por experiência transcendental/transpessoal.
A
experiência transpessoal com seu correlato
transcendental é tecnicamente produzida pela regressão
hipnótica.
O
transcendentalismo fundamenta-se na procura interior das
raízes do ser. Os substratos básicos da existência vão
sendo vivenciados pelo indivíduo inicialmente na fase
fetal, sem quaisquer vestígios do ego, e posteriormente
na fase pré-uterina. Mais conhecidos como estados
alterados da consciência, os estágios transpessoais
proporcionam experiências culminantes. A direção dos
processos transpessoais, seja por regressão hipnótica ou
auto-sugestiva, dá-se segundo uma determinada
cartografia geral da vida psicológica. Tal cartografia é
topologicamente dividida em regiões pessoais, internas e
regiões transpessoais, externas (Ring). A vigília, o
pré-consciente, a psicodinâmica e a consciência
ontogenética são os estados possíveis da cartografia
pessoal. As regiões transpessoais são os inconscientes
transindividual, filogenético, extraterrestre e o vácuo.
A
experiência culminante é substitutiva ora do fenômeno
espírita, principalmente na região filogenética, ora do
fenômeno psicopatológico no âmbito do transpessoal, como
um todo e ora do parapsicológico, quando sua tradução se
dá por coincidências e cognições múltiplas. A principal
crítica à cartografia transpessoal é ser ela uma supersimplificação calcada na experiência regressiva e
linearmente direcionada.
A
par disso, no vácuo o sujeito identifica-se ao nada, tal
como em alguns estados esquizofrênicos (O’Brien) e
pós-analíticos dados pela ab-reação primal (Janov). Na
verdade não há qualquer correlação entre o mundo físico
e as consciências culminantes (Maslow) razão porque a
descrição transpessoal situa-se algo desvinculada da
complexidade parapsicológica. A evolução para se
encontrar tal correlato é dada pela fórmula Zen
transcendental, segundo a qual não há uma separação
nítida entre a mente e o cosmos, concluindo-se que sob
tal prisma o estado alterado da consciência nada mais é
que o reencontro do ser com suas raízes materiais.
Por observação de fatos irrelevantes.
A
observação de fatos irrelevantes, inevitável na
experiência alucinógena, pode ser provocada pelo
experimentador (Kammerer). Ele observa que existe uma
relação transversal (Schopenhauer) ou acausal (Jung)
entre múltiplos fatos de um momento. A relação
transversal é primacial na interpretação existencial da
natureza. Pode-se dizer que duas cadeias causais
distintas são sistemática e estatisticamente
correlacionadas a ponto de um observador suposto não
participante, ver-se compelido a emprestar-lhes
conteúdos psicológicos pessoais.
A teoria da sincronidade eleva a noção de
coincidência significativa à categoria de lei universal.
Sua base é a característica psicóidea da matéria,
transversal a qualquer experiência energética causal do
qual são substratos o espaço e o tempo. A hipótese de
Jung aproxima-se do I Ching no qual os processos causais
são meras mutações de uma estrutura circular universal,
indistintos pensamento e matéria.
Assim, perdidas as noções de energia, espaço e tempo,
indispensáveis ao discurso causalista na explicação do
movimento, o que resta é uma estrutura de ordem
dialética (Yang-Ying). Em Zen, o filósofo ao observar-se
intimamente está concomitantemente examinando o cosmos,
enquanto a processuística causalista é substituída
pelos embates de valências opostas.
Por condições laboratoriais.
As
experiências laboratoriais são rígidas o bastante para
revelar apenas os aspectos estatísticos da
fenomenologia. Em contrapartida, as condições
espontâneas revelam sobremaneira os aspectos
psicológicos.
Possivelmente os processos em laboratório fundamentam-se
no arquétipo das situações impossíveis (Jung). Tal
arquétipo é o sustentáculo de um abaixamento do nível
mental, abaixamento esse verificável nas condições de
espontaneidade mesmo na ausência do citado arquétipo. O
que acontece entretanto é que, até o momento em que haja
a possibilidade de abaixamento do nível mental, a
experiência espontânea não ocorre e, como os vínculos
gnosiológicos inexistem capazes de provocar tal
abaixamento, o limiar do ego decresce por influência
favorável do tipo transversal.
Assim anterior ao fenômeno do conhecimento ocorre uma
relação acausal entre percipiente e objeto.
Outra alternativa é que, postulada a permanência de
semelhantes relações, certas condições de ordem
neurofisiológica permitem sua captação e interpretação
psicológicas. Nesse caso o substrato psicológico é
dramático porque a atenção é despertada, tratando-se o
fenômeno de pura coincidência com base na relação
transversal. No âmbito laboratorial o fenômeno provocado
é pobre quando comparado ao espontâneo, e isso se deve
muito ao fato de que o interesse do experimentador se
focaliza essencialmente sobre os aspectos estatísticos.
Mesmo que ocorram fenômenos atípicos estes seriam
reduzidos pela abordagem científica. O que é primordial
na experiência provocada em laboratório é que é
intentado algum controle da manifestação paranormal,
além da sua identificação estatística. Porém, falhas
conceituais, principalmente em relação aos procedimentos
com alvos, como na clarividência, deixam a desejar.
Quando o experimentador estabelece um alvo para o percipiente, grande parte do conceito de clarividência e
telepatia se esvai e fica valendo, principalmente, a
capacidade dedutiva e diferenciadora do sujeito em
relação ao alvo já proposto. Conte-se ainda que os
juízes de prova nesse caso desempenham um papel
altamente subjetivo na avaliação dos resultados. A par
desses problemas, excluindo-se a hiperestesia, ainda é
inegável o valor das manifestações controladas por
propiciarem estudos analítico, sistemático, empírico e
matemático.
·
Por sonho.
Na
manifestação onírica do sonhador, devem ser considerados
os conteúdos latente e manifesto. A precognição
dramática dá-se a maioria das vezes através do material
explícito. A análise do conteúdo pode no entanto revelar
significados psicológicos profundos. Em tal caso, o
manifesto, relacionado ao mundo exterior, e portanto
contendo implicações de ordem físico-lógica, liga-se ao
latente por uma relação que leva em conta momentos
infantis, frustrações, desejos e fases. A manifestação
por sonho coletivo nos dá uma aproximação da filosofia
Zen pois que aspectos não perceptíveis do mundo social
deixam-se transparecer. O sonho induzido (Désoille) é
mais complexo em função da presença do diretor quando
então o conteúdo fica de certa forma vinculado às
próprias expectativas transmitidas pelo psicólogo. A
condição de sonho, como acompanhada de movimentos
oculares rápidos e intensa atividade occipital demonstra
que precognição e clarividência tendem a surgir
concomitantemente. Entretanto, o sonho não prospectivo
da análise de Freud torna a interpretação
parapsicológica dificultada em ser realizada porque, tal
tipo de análise, remetendo ao passado e abstraindo os
arquétipos como tais, não possibilita o estudo da
precognição, podendo surgir apenas fenômenos
retrocognitivos. Muito pouco se sabe das relações entre
o sonho e a paranormalidade, embora o abaixamento do
nível mental por relaxação do ego consciente proporcione
as melhores condições para a ocorrência do fenômeno
parapsicológico. Até que ponto a manifestação é de
origem extra-sensorial dependerá bastante da escola do
analista. Poderíamos arriscar que, por serem presente e
passado construções humanas dadas pela facilidade de
abordagem racional, no caso de um modelo de
tempo fechado, as noções de sucessão dão-se apenas do
ponto de vista em que se coloca o analista em relação
aos eventos. A regressão hipnótica pode significar então
um avanço desde que sejam rompidos os tradicionais laços
absolutistas e que sejam consideradas as teorias
relacionais.
Tal
assertiva porém não chega a atingir o cerne do problema
por tratar-se de uma perspectiva especulativa com base
exclusivamente convencionalista.
Por reificação
A
reificação consiste na assunção de que o modelo é a
realidade. Quando o experimentador passa a atuar
conscientemente conforme constructos preestabelecidos,
há uma alteração em sua ordem psicológica natural com a
racionalidade exercendo um desequilíbrio sobre a
afetividade. A ascendência hierárquica provocada do ego
sobre o id estabelece de imediato um processo de
reatividade afetiva intensa.
Não
há nesse processo uma acomodação paulatina e a pressão
antinatural e estereotipada da consciência e da
racionalidade nada mais fazem que ultra catetizar as
pulsões primitivas reprimidas. As manifestações
psicocinéticas são usualmente relacionadas junto com
exacerbações de processo afetivo como o ódio,
característico da invasão que sofre o sistema
inconsciente de forças provenientes desde seu exterior.
Resulta em PK uma modificação da geometria do espaço e o
afluir de conteúdos esplitados e incoerentes, cuja única
ligação se estabelece com a natureza da energética
psíquica.
A
formação paranormal por ação reificante é bastante
perigosa porque a contrapressão sobre o id é
inicialmente insidiosa mesmo que o experimentador
pretenda manter o controle da situação. Assim, o
irromper é repentino e os relacionamentos com o mundo
exterior sensível tornam-se quebrados, passando o
experimentador a experienciar conteúdos alucinatórios
significativos para o parapsicólogo.
A
experiência surreal difere da reificante por não haver
nela catexe e contratexe mas apenas desprendimento de
resistências conscientes.
Por redução – ponto e ampliação-contínuo.
Freudianamente, aproximam-se muito da
condensação e do deslocamento.
O
fenômeno parapsicológico pode ser formado na topodinâmica da redução ao ponto e da ampliação ao
contínuo.
Entendemos por redução ao ponto e ampliação ao contínuo
duas formas de comportamento psicológico incluídas no
processo de mecanismo de defesa. Ambos os comportamentos
têm por finalidade a supressão dos significados
desagradáveis que possam habitar o campo da consciência.
A psicologia
topológica (Lewin) considera que as situações do espaço
vital do indivíduo são desestruturadas ou quando
representáveis por pontos ou quando representáveis por
regiões fechadas uniconexas. Significa isto a
inexistência de sub-regiões ou estruturas dentro da
região considerada como ponto ou como contínuo.
A
finalidade supressora da região psicológica continente
de um significado desagradável é alcançada quando
esta região é transformada em ponto pela contração da
sua fronteira. As diferenciações porventura existentes
na sua estrutura deverão ser necessariamente suprimidas
antes da contração, o que só pode ocorrer se as
estruturas locomoverem-se para o exterior da fronteira
até confundir-se com a própria fronteira em contração,
porque a existência de estruturas diferenciadas e
articuladas em uma região qualquer significa resistência
à contração da fronteira.
Por
um princípio de economia envolvido no mecanismo de
defesa mais vale que a energia coberta por significados
negativos seja dissipada para apenas um significado, daí
o deslocamento das sub-regiões para o exterior antes
mesmo que a contração se faça por completo. Ocorre então
um contínuo, vazio de elementos estruturantes, mas ainda
mantendo uma energia negativamente valenciada em função
do significado que é da própria região fechada e vazia.
Finalizando o processo de contração, fica mantida uma
alta concentração, um ponto, impenetrável por outras
regiões do espaço vital do indivíduo. O significado
perdeu-se e conseqüentemente a valorização negativa da
energia ao qual estava associado também. O ponto é então
o sumidouro do problema mas vagueia no espaço
psicológico até ser absorvido por outro significado ou,
melhor dizendo, por um signo que ele, ponto energético
neutro, transformará em significado.
Acontece em psicopatologia que certos indivíduos mantêm
uma disposição constitucional a preencher seus campos da
consciência de signos potencialmente negativos e que energizados transformam-se em significados desagradáveis
que precisarão ser eliminados através de mecanismos de
defesa. As manifestações depressivas são exemplos bem
evidentes de um continuado processo de supressão de
significados com características depressivas. É
observável a intermitência de estados disfóricos e a
tendência potencial ao nutrimento de idéias de
autodestruição. Na esquizofrenia, em suas várias formas
manifestas, todo o campo da consciência reduz-se a um
ponto altamente energizado, de tal maneira que a parte
dessa energia deve extravasar sobre o soma, eg, a
hebefrenia e a catatonia, e associar-se a signos
destituídos de valor aparente como as repetições,
imitações e hábitos vãos, tornando incoerentes e
automáticas as descrições verbais.
Ressalvamos que tais processos manifestam-se ao nível da
consciência, como tem sido descrito por esquizofrênicos
nas fases iniciais da doença, isto é, sem perda da
consciência mas apenas com alteração dela. Certamente a
fonte reguladora do mecanismo de defesa é de ordem
constitucional e inconsciente tanto quanto as
disposições esquizóides, e pode ocorrer sob o prisma
psicodinâmico, que os conteúdos afetivos profundos
aflorem entre o automatismo verbal e a estereotipia do
comportamento, por estarem, aquelas sim, sobrecarregadas
pela energia que abandonou algum significado consciente.
Relembremos que as sociedades mais opressoras política e
socialmente ressentem-se de uma grande estatística de
esquizofrênicos justamente porque repletas de signos
potencialmente desgastantes da integridade pessoal.
Associados aos fatores disposicionais, com maior
probabilidade surgirá a doença.
O
ponto de vista psicanalítico para a esquizofrenia é de
que as energias objetais transferem-se ao nível
inconsciente ligadas ao significado disposicional
desagradável, permanecendo no plano consciente uma
atividade puramente verbal destituída do seu
sentido original. Assim,
psicodinamicamente a esquizofrenia é explicada porque as
energias objetais ligam-se ao sentido disposicionalmente
e inconsciente, permanecendo a atividade verbal livre do
sentido original. Ainda assim, embora a repressão se
manifeste, uma atividade residual permanece consciente,
de tal forma que a expressão verbal ainda pode se
utilizar de signos contíguos verbalizáveis, cada vez
mais distantes da realidade objetal. É como se se
desenvolvesse uma contraenergia repressora na parte
verbal, dissociando esta última do conteúdo
inconsciente, de forma que a repressão do significado
não sofre solução de continuidade, principalmente quando
a doença é irreversível. Além disso, tal processo é
virtual em psicanálise porque, a partir de certo estado
de doença, as energias provenientes do soma e do
ambiente não chegam a encontrar signos conscientes reais
passíveis de integração ao conteúdo reprimido. O
afastamento cada vez mais flagrante entre os níveis do
inconsciente objetal reprimido e do consciente verbal
fluido caracterizam a doença. Observamos que
topologicamente a energia consciente sintetizou-se em um
ponto de livre locomoção no espaço da consciência, e que
psicodinamicamente este ponto energético, fixou-se no
aspecto disposicional ou infantil (Freud), desagradável
e não resolvido, possivelmente facilitado por fortes
pressões externas, vinculando-se então ao conteúdo
genético, inconsciente. Nesse caso é que um dispositivo
alucinatório delirante de falha no mecanismo de defesa
pode deixar aparecerem os conteúdos inconscientes sob a
forma de descargas energéticas por entre os maneirismos
e abstrações do esquizofrênico. Os conteúdos irrompidos,
relacionados à situação inconsciente sob a forma de
inovações perceptuais, se devidamente compreendidos e
analisados, poderão indicar a presença de um fenômeno
parapsicológico. Tomemos um exemplo vindo de Jung,
extraído de Nise da Silveira. Antes porém daremos um
aspecto diferencial entre a psicanálise de Freud e a
psicologia analítica de Jung. Este psicanalista suíço,
discípulo dissidente de Freud, descobriu a existência de
um inconsciente coletivo tão atuante nos indivíduos
quanto o inconsciente individual freudiano. A existência
dessa forma de inconsciente permite que certos conteúdos
afetivos comuns à humanidade se façam manifestos de
maneiras invariantes independentemente do período
histórico, da geografia ou dos indivíduos considerados.
Tais conteúdos coletivos surgem através de condutas
padronizadas chamadas arquétipos. Tais padrões de
conduta ou arquétipos são possivelmente transmitidos às
gerações por uma forma não biológica de atavismo, desde
que são calcados em mitos e fábulas de povos antigos e
certamente originários de atos operantes do homem sobre
a natureza e sobre si próprio. O termo atavismo tomado
em sentido não biológico, embora careça de substrato
científico é por nós utilizado na medida em que a
hereditariedade do conhecimento e da cultura e a
modificação lamarckista do código genético são hipóteses
pouco aceitas, a despeito de lacunas na cibernética do
ARN e da insatisfatoriedade da teoria darwiniana no
entendimento de certas adaptações específicas ao meio
ambiente. O exemplo a que nos referimos respeita a um
fato ocorrido em 1906, quando Jung trabalhava no
hospício de Burgholzli, Zurich. Um esquizofrênico
paranóide que olhava para o sol, piscava e balançava a
cabeça, disse a Jung que se ele o imitasse “o pênis do
sol mover-se-ia também e este movimento era a origem do
vento”. Em 1910 em meio a antigos manuscritos gregos de
visionários de Mithra, Jung leu: “... e também será
visto o chamado tubo, origem do vento predominante.
Ver-se-á no disco do sol algo parecido a um tubo,
suspenso. E na direção das regiões do ocidente é como se
soprasse um vento de leste infinito. Mas se outro vento
prevalecer na direção das regiões do ocidente, ver-se-á
da mesma maneira o tubo voltar-se para aquela direção”.
Acrescente-se que o doente não possuía cultura antiga e
que os manuscritos só foram revelados após sua
alucinação. Portanto ele não poderia ter retirado aquela
passagem do seu inconsciente pessoal, restando daí por
simples oposição à coincidência parapsicológica, a
manifestação arquetípica de seu inconsciente coletivo.
Em oposição à redução ao ponto apresentamos a seguir a
ampliação ao contínuo. Como antes dito, as topologias do
ponto e do contínuo são idênticas porque ambas se
referem a situações psicológicas completamente
desestruturadas. Entretanto os processos de mecanismo de
defesa são diferentes para os dois casos. No primeiro,
como visto, a fronteira da região negativa contraía-se
de tal forma que o significado deixava de existir para o
sujeito, restando apenas um ponto de alta densidade
energética, livre para manifestar-se no campo da
consciência ou do soma (ou considerava-se
psicodinamicamente que o significado era reprimido
ocasionando liberações somáticas de energia).
Consideramos no entanto a ampliação ao contínuo uma
disposição não psicopatogênica de mecanismo de defesa.
Processa-se no campo da consciência voluntária e
exclusivamente e não parece encontrar correlato na ótica
freudiana. O estado alienado e abstrato do
esquizofrênico é seu oposto sintomático, porque o
indivíduo realiza uma intensa atividade cortical,
sublimadora ou compensadora, podendo ser o caso, no
sentido de retirar o significado negativamente (ou
filosoficamente negativado) valenciado através da
dissipação da energia para signos vizinhos ou
longínquos. Assim a atuação do mecanismo de defesa de
ampliação ao contínuo não se dá pela contração do
significado negativo mas pela dissipação de sua energia
para outros significados. Conseqüentemente, retirada a
energia, o significado deixa de existir, restando apenas
um signo vazio delimitado por novas regiões que se
estruturaram e cujas fronteiras lhe darão o lugar no
campo psicológico do indivíduo. Certamente é esse o
resultado de um bem sucedido tratamento psicoterápico
porque daquele pesado valor só restará uma lembrança
inócua. O princípio dialético de relacionamento de
subestruturas vizinhas dar-se-á de maneira mais pujante
do que vinha sendo feita antes da elaboração desse
mecanismo de defesa. Ocorre entretanto que uma possível
tendência neurótica particular poderá eventualmente
conduzir o processo à uma aceleração mantida constante
pela propensão à paranóia e ao narcisismo. Nesses casos
as perspectivas psicóticas oriundas de problemáticas
paralelas ao fenômeno em questão poderão ser
prognosticadas e evitadas. Desse processo costuma
resultar a aparição de descobertas, invenções e criações
aparentemente extemporâneas e ageográficas incrivelmente
precursoras e clarividentes. Pouca ênfase tem sido dada
nos estudos em parapsicologia a esse tipo de fenômeno
proveniente de ampliação ao contínuo pela dissipação de
energia estruturante de uma região consciente negativa.
Embora pareça tratar-se de uma conseqüência natural da
atividade intelectiva de indivíduos intelectualmente
dotados, a grande maioria dos casos é que a simples
especulação intelectual desses indivíduos não conduz a
resultados positivos. Uma simples experiência nos faria
compreender o que dizemos. Se conseguíssemos agrupar
organizadamente uma equipe de cientistas dotados de
elevados QI no sentido de elaborar as teorias da
relatividade de Einstein, possuindo aqueles cientistas
em grupo o mesmo nível de conhecimento do físico alemão,
a atividade intelectual por eles despendida seria
superior à desenvolvida por Einstein, mas certamente
eles não alcançariam os mesmo resultados revolucionários
e corretos, ainda que assim o desejassem com vigor. O
que dizemos, independentemente da possível refutação da
indutividade da citada hipotética experiência, caso ela
fosse passível de realização, é que muitos processos
conscientes utilizados na criação e na solução de
problemas objetivos, que podemos aqui cognominar
insights, ou intuições reveladoras, ainda que complexas,
são de natureza qualitativa. De alguma forma as energias
liberadas no mecanismo de ampliação fixam-se em áreas
até então inexploradas pela atividade intelectual do
indivíduo originando, aí sim, em função do potencial do
sujeito, resultados mais ou menos lógicos ou complexos,
mas, de qualquer maneira surpreendentemente de acordo
com a realidade mensurável. O elemento que possibilita o
acordo da idéia consciente a uma realidade objetivável
dá mostras de sua existência, nesses casos, de forma
bastante clara. Enquanto os demais processos lógicos
dependem de uma aprendizagem inicial para se manifestar,
tanto a intuição quanto o insight são fenômenos
sintéticos e imediatos. Naturalmente que há condições
facilitadoras, estas no escopo do estudo
parapsicológico. Porém, no âmbito da compreensão, estes
são fenômenos conceituais, por definição
auto-explicativos e que expressam unicamente uma relação
de acordo entre a idéia e o fato, aparentemente
anti-analisável, sendo daí identificados pelos seus
efeitos e não por suas estruturas processuais próprias
ou por suas naturezas.
O
de grande interesse para a parapsicologia seria a
resposta de como e porque mesmo as cadeias lógicas
conhecidas relacionadas as aprendizado e à memória, elas
próprias estão de acordo com uma aparente lógica da
natureza. Na ampliação ao contínuo essa dependência em
relação ao aprendizado deixa de existir e então o
fenômeno poderia ser apressadamente “explicado” como uma
solução de continuidade ocorrida no processo lógico do
pensamento, sendo daí interpretado por pura oposição. O
que faz com que a energia dissipada na quebra do
processo lógico encadeado do pensamento se disponha na
forma de um significado representativo adequado à
realidade comum é entretanto transcendente daquilo que
faz com que a própria cadeia lógica apareça
naturalmente. O acordo da idéia e do fato ocorre a todo
momento e é um fenômeno do qual depende estritamente a
vida. Assim, por uma questão de adaptação, a geração
desse acordo pode ser inicialmente considerada como
repousando na eleição humana dos processos que permitem
a manutenção da espécie; portanto esses processos podem
ser inferidos pela comparação com aqueles que a
dificultem em relação a fatos conhecidos. Embora o
núcleo de tal acordo não seja atingido por semelhante
explicação, que é apenas um modelo, o preponderante é
que o acordo por ampliação ao contínuo não se dá por
inferências especulativas, mas unicamente por
verificação, independendo da necessidade da adaptação
pois que esta só ocorre após a constatação do fato
procedido. Em outros termos, no caso em pauta a
necessidade de fenômeno não é conhecida no momento e no
local em que ele ocorre.
A
análise do processo energético da ampliação ao contínuo
nos mostra entretanto que o signo preexistia antes de
ser energizado, em uma forma de inconsciência não
reprimida.
Observamos neste ponto a complementação do formalismo psicoanalítico exposto na redução ao ponto. Se acima já
havia sido traçada a oposição dos movimentos
topológicos, fica aqui bastante evidente a relação da
contraposição entre os processos psicodinâmicos,
libertário da ampliação e repressivo da redução. E, por
extensão, formulamos aqui a hipótese de uma consciência
coletiva nos moldes do desconhecimento não proveniente
por censura mas por desativação.
Como anteriormente descrito, pode ocorrer uma
deterioração paranóica do processo de ampliação do campo
consciente, fazendo com que as estruturas desse campo se interrelacionem em uma forma especial de eqüipartição
energética do ego através de ação disposicional. Tal
eqüipartição dirige-se para o fortalecimento extremo do
ego, às expensas das demais estruturas que, esvaziadas
de seu conteúdo primitivo, passam a estabelecer
interrelações aleatórias do ponto de vista do
observador, sendo o comando dessas interrelações
pertencente “à visão de si mesmo”. Pelas características
descritas, o ego se torna caótico e ocorrem as
conhecidas formações de sistemas e engrenagens
centralizadas no Eu. As formações dessas múltiplas e
aleatórias relações entre os signos foram minuciosamente
averiguadas por Kammerer, conforme citado por Jung,
terminando por conduzi-lo a uma fase maníaca e fazendo-o
penetrar na loucura.
Embora as relações entre os signos sejam
estatisticamente comprováveis como possíveis,
dentro de restritos níveis de significância, e embora
tais conexões sejam absurdas do prisma da causalidade, o
paranóico consegue introduzir uma lógica improvável
causal com elevada participação de uma grandeza
delirante. Kammerer e Schopenhauer sugeriram que
transversalmente às cadeias causais de eventos aparecem
leis de serialidade conectivas entre eventos de cadeias
causais distintas. A lei de serialidade como propõe
Kammerer é a que efetivamente dá consistência ao
universo de fatos causalmente determinados.
Assim, eventos simultâneos ou contíguos de cadeias
causais de origens diversas se relacionam por uma lei de
natureza não determinística. O efeito do processo paranóide na ampliação ao contínuo faz emergir, de uma
forma significante para o observador, fenômenos que de
outra forma permaneceriam despercebidos mesmo que
correlacionados no espaço e no tempo, tais como a
simulcognição e a clarividência.
Por transe hipnótico
Estado basicamente trofotrófico em que o sujeito
estabelece um canal único de comunicação com o
hipnotizador. Reduzida a extensão do campo do ego
consciente, o indivíduo é sugestionado pelo agente, em
geral por via auditiva, a vivenciar experiências
viscerais, motoras, sensoriais e de desempenho de papel
(Lins).
Particularmente diferente do sono, tanto no eletroencefalograma quanto no eletrooculomiograma, o
potencial vígil permanece energizado porém consumido
pela sugestão e pelo apagamento proprioceptivo e
exteroceptivo e da crítica do Ego..
Abandonado por Freud por não permitir trabalho de perlaboração, ainda assim os conteúdos podem ser
interpretados psicanaliticamente e propiciar tratamentos
psicoterápicos.
A
indução sugestiva do hipnólogo favorece a hipermnésia ou
a paramnésia mas é muito interessante a progressão da
memória para verificar-se até que ponto ocorrem ou não
precognições e clarividências.
A
hipnose à distância, chamada sugestão telepática, sem
indução vocal e feita pela primeira vez, sem
condicionamentos, pode ser tentada com indivíduos
particularmente sensíveis.
A
hipnose também pode proporcionar interessantes
experimentos de visão remota, considerando-se sempre na
significância estatística o homeomorfismo topológico dos
alvos, de que trata Lins.
Por coma.
No
coma a consciência sofre uma elevação do nível de
tolerância aos impulsos exteroceptivos. O comatoso
mantém precárias condições fisiológicas porque os
centros do sistema nervoso, simpático ou parassimpático,
tendem a não dominar os processos viscerais.
Com
o apagamento da consciência, o paciente, incrivelmente,
pode viver as chamadas experiências fora do corpo
(OOBE), que são relatados em muitos casos.
No
caso de anestesia geral o resultado é muito similar e o desvinculamento sensorial total tornaria impossível
qualquer percepção do exterior. Mas, muitas vezes,
parece ocorrer um desacoplamento entre a mente e o
cérebro e o paciente pode ver-se deitado na cama,
observar detalhes criptoscópicos e ouvir conversas,
fatos que são relatados a posteriori do coma e que são
confirmados pela equipe que assistia o paciente.
O
retorno do coma em geral é tomado pelo comatoso como
experiência dramática, próxima do renascer de uma morte
e apropriada para reestruturação do Eu. O coma, nessas
condições, é utilizado como terapia (insulinoterapia -
cura de Sakel), em pacientes drogadictos.
Por privação sensorial – Ganzfeld
Nesse caso, similar à hipnose (Ey) nos seus aspectos
neuropsicológicos, o sujeito não estabelece
transferência com nenhum interlocutor. O Eu fica
submerso cumulativamente com o decorrer do tempo,
primeiro com o pré-consciente imagético, que podemos
chamar de 1ª fase para, em uma 2ª fase do experimento,
vivenciar eclosões da natureza do recalcado. Conteúdos
muito profundos afloram em seguida, estabelecendo-se um
estado confusional em que não ocorre mais a distinção
entre o conteúdo psíquico e as realidades exteriores
vividas na evolução humana. Esse estágio muito profundo
remete o sujeito a experiências que não podem ser
interpretadas psicanaliticamente e que revelam uma
estreita correlação emotiva com o inconsciente coletivo
da psicologia profunda. Abaixado o nível sensorial, o
processo de elicitação deixando de ocorrer, os conteúdos
manifestos irrompem de forma caótica, sem organização. A
eclosão de tais conteúdos podem conduzir o sujeito a
alucinações, mantendo-se um estado que deve ser
interrompido com evitação de problemas secundários de
ordem cardíaca.
A
privação sensorial pode ser indicativa de que o ser
humano contém em sua base psíquica as raízes da formação
biológica e mesmo do universo físico sendo, nesse caso,
um experimento inefável.
Por experiência de morte iminente
(NDE)
Foram estudadas as NDE por muitos parapsicólogos dos USA
como Kubler-Ross, Haraldson, Schmeidler, Osis e
principalmente Moody, daí serem também conhecidas como
experiências moodyanas. Uma interpretação bastante boa
da semelhança de relatos de pacientes que passaram pela
morte clínica e “retornaram” é de que eles teriam em
comum o nascimento, no pólo oposto da morte. A descrição
de suas vivências, retirados os aspectos adquiridos e
personalísticos na sua estruturação vital, revelou
passagem por túnel à semelhança do parto e de suas
possíveis influências de grande repercussão para a
psique do sujeito que não teria outra escolha senão
optar pelo trauma do nascimento (Abraham), embora
contestado por Jung.
Foi
verificado que a precognição ocorre muitas vezes nas
descrições verbais dos clinicamente mortos. Esse aspecto
tem sido particularmente estudado por via estatística,
revelando-se potencialmente promissora.
Como ficou mantida a atividade cortical, a consciência
passa por uma alteração, possivelmente traumática do
ponto de vista psicológico e não se sabe se no momento
da inconsciência da morte ocorreria uma repressão do
tipo transpessoal e conforme a psicologia profunda
(coincidências significativas).
Por megabrain
Técnica recentemente introduzida no Brasil, o megabrain
é o contrário da privação sensorial. São estimuladas, estroboscopicamente e não, as regiões auditiva e visual
do córtex cerebral, de forma bilateral, podendo-se
chegar a quatro elicitações diferentes, duas em cada
hemisfério. Inicialmente o paciente fica atento,
procurando relacionar as ordens auditivas à
interpretação das imagens. O processo vai atingindo um
clímax quando as ordens ouvidas não mais se relacionam
às imagens diferenciadas binoculares.
Como se pode depreender, megabrain é marcantemente ergotrófica e desorganiza o funcionamento eferente do
hipotálamo do cerebelo e do sistema límbico.
Espasmos involuntários, sudorese, descontrole
esfincteriano e tremores são uma conseqüência motora e
secretora natural e que pode ser mais ou menos
rapidamente alcançada dependendo do ritmo ou da
intensidade das estimulações.
O
sujeito, que antes mantinha razoável controle sensorial
e motor, passa a sofrer de um recrutamento difuso do
córtex, não excitando-se mais com as variações do
ambiente em que se encontra, conforme descrito, para
posteriormente adentrar em uma forma de convulsão tônico-clônica ou mioclônica.
É
bem provável que megabrain desencadeie uma infatigável
reverberação elétrica sensorial entre estruturas
vizinhas do sistema nervoso central tal como em grande
mal de estado de mal epiléptico. O coma convulsivo
ocorre se o processo não for interrompido e o complexo
de pontas deve aparecer em todos os traçados EEG na fase
paroxística.
Maiores estudos sobre megabrain fazem-se necessários
para verificar-se se da eficácia do método na
externalização psicocinética.
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