A movimentação de corpos sob a ação de campos gravitacionais pode ser
interpretada como provocada por uma alteração da geometria do espaço - tempo.
Genericamente, o espaço livre de forças é uma forma quadrática expressa em
coordenadas espaço - temporais retangulares por:
,
a nova geometria, devida a Riemann, é uma função tensorial:
,
acima, gik é o tensor métrico. Nesta
expressão o tensor métrico é dado por coeficientes
obtidos pela variação do elemento de comprimento em
relação às coordenadas generalizadas d xi.
O elemento de comprimento
é:
,
fazendo:
,
onde
são vetores unitários, obtemos:
,
o elemento de arco, ao quadrado, será obviamente,
excluídos os d x respectivos:




,
ou simplificando:
,
onde:
,
observe-se que apenas se gik = 1 para i
= k e 0 para i ≠ k, o intervalo métrico ds2
se torna não riemanniano e conforme a geometria aplicada
na TRE desenvolvida no capítulo "Tempo e Causa".
Ainda, a variação da geometria do espaço - tempo
determinando inicialmente a sua métrica vai, por
dedução, implicar na compreensão das propriedades
físicas do universo. Porém, a distribuição de
matéria é o elemento original da alteração espaço -
temporal, excluída a ação gravitacional. Não sendo
a força gravitacional utilizável como elemento ordenador
dos movimentos, a ordem estabelecida e observada é dada
pela integração do intervalo métrico segundo leis do
cálculo variacional que o transformam em acontecimentos
- trajetória maximais do espaço - tempo, chamados
geodésicas e equivalentes no espaço plano às retas, e
surgentes como elemento natural no desenvolvimento da
teoria.
A aplicação desta teoria da relatividade geral objetiva
fenômenos no âmbito gravitacional, suposta certa
distribuição de matéria.
A equação geodésica do movimento no campo gravitacional
é dado pela integração estacionária do intervalo métrico
cuja condição é:
.
Em outros termos, se os pontos inicial e final da
trajetória são mantidos fixos, qualquer variação da
curva deixará de ser uma extremal.
Tomando a convenção da soma de Einstein, a expressão do
intervalo se toma:
ds2 = gik
dxi dxk
Fazendo a derivação variacional obteremos:
2ds
xj são arbitrários
obtemos:
.
O 2o e o 3o membros
podem ser escritos:

.
Os dois últimos termos podem ter seus sufixos iek
substituídos por m tal que:
.
Substituindo tais simplificações na equação principal
teremos:

.
Do cálculo tensorial podemos multiplicar a expressão
logo acima por gjt:

.
Acima, [ik,j] é conhecido símbolo de Christoffel.
Utilizando outro símbolo de Christoffel ter-se-á:
.
É encontrada assim a equação da geodésica que descreve o
movimento de corpos no espaço - tempo gravitacional.
Verificamos que a aceleração:
,
logo:
,
equivale à uma força agindo sobre a partícula, com o
tensor métrico sendo o potencial do campo.
Se o tensor métrico é mantido constante, os símbolos de
Christoffel se anulam de maneira que a aceleração se
anula o que significa um retorno à TRE. Diz-se
então que nesse caso o espaço - tempo deixa de ser curvo
para ser plano, podendo o movimento ser equiparado
segundo uma trajetória reta da linha de universo.
Isto pode ser matematicamente realizado e fisicamente
pode ser aplicado para pequenas regiões do universo.
Fenômenos psicocinético aproxima-se do campo
gravitacional para pequenas regiões do universo
fortemente curvas. A analogia que fizemos com o
campo gravitacional deriva do fato de que para esse
campo não foi descoberta uma partícula portadora da
interação. Ao suposto gráviton, de massa e carga
nulas o Spin 2, poderia passar a corresponder o psicon.
Da mesma forma que a "ação à distância" do campo
gravitacional não é minimizada pela introdução de
barreiras entre os corpos atraentes e processa-se
instantaneamente pela ausência de partícula descritiva,
também um campo psicônico se apresenta com idênticas
características.
Tendo em vista que o conceito de força na
geometrodinâmica da TRG é supérfluo e substituível
exclusivamente pela passagem da geometria euclidiana
para a geometria curva de Riemann, a adimensionalidade
dos efeitos, acelerações, da equação diferencial
geodésica nos permite abstrairmos de seu conceito como
fundamental para a descrição dos fenômenos cinéticos
(deve ser ressaltada a diferença constatável entre os
dos campos; o campo psicônico não sofre aparentemente a
redução coulombiana que ocorre nos campos
gravitacionais).
A geometria de Riemann se aplica aos fenômenos afetivos
por exteriorização sobre corpos mássicos sem
interferência de partículas intermediárias que
envolveriam a possibilidade de distorção de efeitos.
Chamamos portanto "exteriorização" à súbita eliminação
da aproximada planidade das pequenas regiões do espaço -
tempo, tendo em vista a presença de forte carga afetiva
nas proximidades, analogamente à tremenda densificação
da matéria (Black Hole). Assim, com a modificação
da geometria euclidiana para riemanniana, objetos em
repouso passam a descrever movimentos parabólicos.
No caso, embora a geometria de Euclides preste-se
igualmente à descrição de acelerações sob influência de
campo de forças, , parecendo ser daí episternicamente
diferente da geometrodinâmica, o fato é que na
interpretação da psicocinese a questão se passa aquém do
ponto de vista filosófico e queda na concretude da
natureza do fenômeno em si. Aliás, é matéria de
discussão, conforme Russel, se realmente a TRG nos
oferece um ponto de apoio mais adequado para interpretar
a natureza ou se trata apenas de um derivativo
epistemológico da teoria newtoniana.
Observamos que por ser a geometria euclidiana uma
aproximação da riemanniana, a TRG também não se aplica
(ver "Tempo e Causa") aos fenômenos parapsicológicos do
conhecimento.
Finalmente, a TRG nos oferece uma oportunidade para
especulação em torno da mecânica telepática. A
característica da sugestão mental por TP envolve
provavelmente a noção de campo psicônico (Carington) já
citada, com a vantagem de que a interação telepática
dá-se sobre "matérias" de mesma natureza quais sejam as
dos âmbitos puramente psicológico ou neuronal. O
possível "campo psicônico" utilizado analogamente ao
campo gravitacional para se obter uma teoria através da
qual seja considerado como elemento fundamental do
fenômeno psicocinético apresenta nesse último caso
justamente tal dificuldade essencial: a consideração de
que o psicon pudesse se apresentar ora material, ora
psicológico, ao invés do gráviton, unicamente material.
De qualquer forma, a partícula da interação
eletromagnética, o fóton, da TRE, movimentando-se a
velocidade finita é também considerada ora
corpuscular, ora ondulatória, mesmo na ausência de meios
de propagação, encontrando assim o psicon um correlato
dual na ciência reconhecida.
BIBLIOGRAFIA
Eddington, A. S. - The Mathematical Theory of Relativity
- Chelsea - 1975.
Einstein, Albert - The Meaning of Relativity - Princeton
- 1954.
Russell, Bertrand - análise da Matéria - Sahar - 1978.