Parapsicologia RJ - Geraldo dos Santos Sarti

SÍNTESE CONCEITUAL DE PSI - GAMMA E PSICOCINESE E

A 2a LEI DA PARAPSICOLOGIA

 

Geraldo Sarti - ABRAP - IPPP

Junho/2009

Toda revolução sucede uma crise.
O medo da crise impede a revolução.
Às vezes a crise existe mas o medo não nos deixa enxergá-la.
Neste caso, não haverá revolução nenhuma.

 

ESTUDO DEDICADO À MEMÓRIA DO PARAPSICÓLOGO INCENTIVADOR E AMIGO,

PROFESSOR OCTÁVIO MELCHÍADES ULYSSÉA, FUNDADOR E REITOR

DAS FACULDADES "ESPÍRITA" DO PARANÁ - UNIBEM, EM PLENO CUMPRIMENTO À SUA NOBRE E

ÁRDUA MISSÃO DE EDUCAR.

1 - PSICOCINESE

Definitivamente nosso pensamento está separado do objeto da sua representação. (2a Lei da Parapsicologia).  A relação existente entre ambos, isto é, entre o pensamento que significa o objeto e o objeto em si, eu chamei de LINK.

O LINK não é uma relação física entre as duas formas de apresentação da realidade, a mental e a material.  Poderia ser chamado alternativamente de conexão informacional - quântica (Horta Santos), de paralelismo psicofísico (Freud), de concomitância dependente (Jackson), de realidade dobrada (Bohm), de interação iota (Ronaldo Dantas), de sistema compósito (Everett) etc...

No estudo das funções da onda das partículas livres do espectro contínuo de energia positiva, que não interajam com potenciais reais, admiti serem elas a expressão mais pura dos elementos mentais, os PSICONS - ONDAS, geométricos e espaço - temporais, com suas relações de velocidade mais rápidas que a luz (velocidade de fase) na Física Quântica Relativista (hiperdimensão, que não é o chamado quadriespaço de Minkowsky).

Como Saussure, passei a aceitar que o Link admite além de

1) - sua realização objetal como matéria, também sua expressão em termos de

2) - objeto significado (signo ou significação).

Tanto em 1) quanto em 2) produzir-se-ia uma rotação de -90º no pensamento (função de onda PSICON), já que, simplificadamente, este LINK de - 90º seria o retorno à matéria.

Isto, embora ocorra sempre potencialmente, só é permitido manifestar-se, de forma clara, sem danos à personalidade de quem o faz, pelo agente PSi confiável, ou por simulações provocadas dos fenômenos paranormais.

Suponho eu que para a própria integridade do EGO, para pessoas e para a existência de animais, plantas e objetos, cada vez em menor intensidade respectivamente, exista uma resistência ao LINK.

Deve ser salientado que tanto o PSICON como a função de onda livre, isto é, a mente, viaja a velocidades maiores que a da luz.

Os PSICONS são um vácuo em que os pensamentos ou mentes tornam-se indistintas, a não ser por suas velocidades ou frequências.  Pessoas e seres não se diferenciam ao nível do pensamento que é sempre um vazio de sintaxe.  Eles se diferenciam pelos seus sistemas nervosos, por seus códigos, transmissão e evolução genéticos, por suas localizações espaço - temporais ou por seus desenvolvimentos físicos, ainda que sociais, para os seres mais evoluídos, todos estes aspectos exclusivamente materiais.  Resumidamente, a diferença entre os seres é material e não mental.  Assim como o próprio Einstein deu um salto das equações de Lorentz para a expressão da energia da matéria, assim como Cavendish, à semelhança de Coulomb, mediu a constante gravitacional de Newton que se repetia a cada tomada comparativa de pesos diferentes, também Saussure encontrou que a significação ou signo é a relação, em termos de informação e de comunicação, entre o pensamento e o objeto.

Devo dizer que na teoria psicônica do pensamento não há estado misto entre PSICON E MATÉRIA ou, de outra forma, a significação ou o signo não está associado a qualquer função de onda real.  Lembro, todavia, que a própria função de onda PSICON, complexa quando expandida em séries de Taylor, incorpora uma fase real (cos) plana e uma fase imaginária (sen) também plana.  Neste sentido, a significação seria o próprio PSICON (o leitor poderá proceder a esta transformação (de Moivre) com conhecimentos mínimos de matemática).

Feitas estas duas ressalvas, ao se verificar que materialmente a sintaxe se opõe à entropia, fato reconhecido por todos e que é necessário para que o objeto exista materialmente, encontra-se uma segunda conexão, que anteriormente coloquei como 1), ou LINK: entre o pensamento e objeto como massa e não como sintaxe.

É a PSICOCINESE.  Com a noção de partícula livre, se supusermos uma ação psicocinética sobre certa massa, chegaremos às equações de energia de Einstein e Dirac (Partículas e antipartículas), sem uso de qualquer outro artifício a não ser a PSICOCINESE.  Do ponto de vista quântico, a linearização do PSICON - ONDA para PSICON - PARTÍCULA, através da aplicação da comutação infringindo as incertezas de Heinberg, ou, do ponto de vista relativístico, a mera constatação do salto de Lorentz a Einstein ou mesmo a aplicação de um necessário operador de criação de matéria, trazem uma explicação, de maneira geral, à PSICOCINESE.  Tem-se assim o que se chama de PSICOCINESE com enfoque quântico relativístico.

É claro que estas características teóricas são muito abstratas e gerais e além de perfeitamente sujeitas a críticas, são de difícil aplicação a casos específicos.  Mas este é um defeito geral das teorias.

Finalmente, assim como há, nesta teoria, uma resistência à significação, há também uma resistência à PSICOCINESE.  Caso não atuasse tal resistência, (que chamei RHO enquanto a resistência à significação chamo de PHi desde 1979), em particular o sistema nervoso, iriam disparar em movimentos aparentemente aleatórios e descompensados, como estados excitados de recrutamento elétrico (epilepsia grande mal), ou POLTERGEIST, no caso de uma "externalização" epilética ou mesmo pela ação pura do vácuo semântico sobre os objetos (caos) sem o correspondente equilíbrio sintático.  Pode ser que a epilepsia seja oriunda da PSICOCINESE para o caso de sensível suspensão elétrica das barreiras resistivas do sistema nervoso à PSICOCINESE potencial.  (Conceito original de Rosa Borges, equivalente à total anulação do LINK pela resistência RHO, devido à ausência de matéria: pode ser chamado anti – morte).  Os fenômenos deste tipo foram estudados por Ronaldo Dantas que, entretanto estava supondo apurar uma ação eferente do sistema nervoso sobre os objetos, hipótese diferente da aqui colocada mas que deve ser considerada.  Horta Santos, antes de mais nada, admitia que a PSICOCINESE era também informacional, aproximando-se bastante da teoria dupla dos PSI CANS e das resistências à informação e à psicocinese separadamente (para efeitos didáticos) que foi aqui descrita em termos gerais.


2 - TELEPATIA

Outro fato a se considerar é que o pensamento em algo, por ser diferente deste algo, caso este seja material (ou mesmo imaterial até um certo nível de percepção, como as emoções, a vontade etc...) não tem nenhuma das características daquilo que é representado: massa, tempo, radiação, luz, eletricidade, odor, som, sensação etc...

Parece coisa de criança mas a nossa comunicação com o ambiente é feita na suposição de que estamos sendo corretos e que estamos espelhando o próprio objeto da atenção.  Por conseguinte, nas comunicações físicas que só se ligam ao pensamento pela via não sensorial, a comunicação semântica não é a palavra, escrita, falada, gravada, não é a imagem física de uma fotografia, nem uma onda sonora, não é o símbolo, o idioma, a língua ou o gesto feitos.  "Paralelamente" a estas comunicações sintático - significantes, as comunicações intelectivas são semânticas e não possuem nenhuma característica daquilo que é comunicado

A este fenômeno de comunicação e de informação dá-se o nome de TELEPATIA e está claramente relacionado à resistência PHi à significação da sintaxe que organiza fisicamente a matéria e que também adequa-se a ser o substrato anti - entrópico do pensamento.

Formações mentais e seus agregados, constelações, ou arquétipos são e foram estudados por Jung e psicólogos profundos, já ao nível das significações que como visto ficam implícitas no próprio PSICON.  Freud e Lacan construíram o Herói arquetípico do ponto de vista edípico.  Tais formações intelectuais são claramente transmitidas sem meio material estando além do espaço, do tempo e da massa, como supõe Freud especificamente para seu inconsciente (individual e potencialmente fálico e edípico).  Devemos nos lembrar todavia que fases anteriores ao nascimento não foram estudadas por Freud mas podem ser perfeitamente reveladas em casos de hipnose e nas chamadas Terapias de Vidas Passadas - TVP.

O conhecimento do feto dá-se por via extrassensória, fugindo completamente da psicanálise, embora isto não signifique que a psicanálise não pressuponha esta via telepática como vimos neste item, logo acima.


3 - PRECOGNIÇÃO E CLARIVIDÊNCIA

Vimos que a transmissão intelectual independe do meio material da comunicação, caso da TELEPATIA.  Dito de outra forma, é uma transmissão sem sinal físico, mas que mantém igualmente uma relação de LINK com o meio sensorial. Esta idéia em si pode ser estendida ao "tempo", que então, por ser imaginário, "caminha" para frente, caso da PRECOGNIÇÃO ou para trás, RETROCOGNIÇÃO, ou simplesmente reflete, na dependência das condições do sistema nervoso, o fato "presente": a SIMULOGNIÇÃO ou CLARIVIDÊNCIA.  Deve ser notado que o que se move para frente, materialmente, para o "futuro" são os registros evolutivos da evolução entrópica, mesmo após a morte, seja termodinâmica ou estatística (probabilística), variando apenas a concepção de fechamento ou abertura, ou amplitude, de sistema.  A tendência entrópica irreversível dos sistemas fechados, ou a tendência temporal material das estruturas internas dos sistemas de evoluírem para estados de maior probabilidade é uma característica que pode definir a direção do tempo da matéria.  Mas o PSICON (pensamento) viola tal princípio material e informa a matéria sintaticamente.  Sendo assim, por ser imaginário o tempo do pensamento e por criar a informação sintática de Sanssure, como já visto no item 1 - PSICOCINESE, torna perfeitamente viável a PRECOGNIÇÃO e a CLARIVIDÊNCIA.  A distinção entre ambas fica sendo apenas uma junção da capacidade de definição, ou do poder de resolução temporal dos sistemas nervosos.  Igualmente ao que acontece com a TELEPATIA, a percepção do futuro precisa ser dificultada por uma reação variável, no caso a função PHi, evitando assim que a projeção do porvir interfira nas atividades humanas do cotidiano e possa criar pressões insustentáveis sobre o aparelho nervoso, como uma hipermnésia do futuro.

Para o tempo mental exclusivamente, por ser imaginário e antientrópico, torna sem sentido qualquer referência quanto à direção.  Há violação explícita das noções relativistas de passado e futuro absolutos descritas erradamente na teoria como "cone de luz de Einstein" (na teoria não é um cone de luz: é uma pirâmide de luz, errada).

A teoria do estado quântico relativo de Everett e seu consequente universo de mundos paralelos, pela ausência de colapso do vetor de estado e existência de sistemas mistos observador - sistema, resolve a questão do livre arbítrio e do destino.  Mas a teoria dos PSICONS implícita o multiuniverso em sua abordagem hiperdimensional, apenas admitindo que as funções de onda ortogonais estão defasadas de 90º e que podem ser expressas por universos tridimensionais contemplados entre as velocidades nula e da luz para cada dimensão.

Confesso, entretanto, não ter feito ainda uma síntese matemática entre a Teoria de Everett e a dos PSICONS.


4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

O leitor desta pretensa síntese poderá estranhar o fato de que tanto o escritor como o leitor estão utilizando os meios materiais nesta nossa comunicação.

Na minha concepção parapsicológica, estes meios são vitais aos seres.  São barreiras parciais ao LINK.  Mas, a significação do objeto pensado e a suposição de que aquilo que é pensado é igual ao pensamento dele não são essenciais para a existência material tridimensional.  Esta "crença" tem o mesmo movimento da significação.  Mas é uma premissa, uma admissão a priori que não tem respaldo físico.  Debaixo de tal crença o que necessariamente deverá haver é um movimento contrário, resistente ao movimento da significação, ao LINK.

Se não fossem tais "filtros", o pensamento iria diluir-se no objeto representado com evidente prejuízo por exemplo, à integridade do EGO.  Os seres passariam a ser robôs caóticos, sem pensamento, pois este estaria chapado à realidade, a ações exclusivamente mecânicas, automáticas, reflexas e entrópicas, que não justificariam a própria auto-nomeação.

Finalmente, devo acrescentar ser cômodo ao ser humano acreditar, ter vontade que seu pensamento seja a realidade.  Isto configura uma alienação por reificação, generalizada.  Embora eu saiba disso com clareza total, sou obrigado (a não ser em situações em que ocorre o fenômeno PSi) a resistir ao LINK.

Mas, admito que tal crença seja é bem-vinda sob certo ponto de vista, assim como qualquer crença em que repousa a fé.  Contudo, sua superficialidade pode, por outro lado, originar problemas sérios por equívoco, quando é usada como máscara substitutiva da situação que ocorre de fato como necessária à permanência do ser.  Talvez, por isso, o descaso quase absoluto das pessoas e a incredulidade dos céticos com relação aos fenômenos paranormais, não acho que só por conveniência mas também por vício no status quo.  Haveria, se o fato aqui apresentado fosse do domínio geral, perda subjetiva do poder de opinar por si.      Entretanto, no lado benéfico, as pessoas iriam transformar-se nos pequeninos grãos de areia que compõem o todo coletivo mesmo porque, futuramente, as forças potenciais do fenômeno paranormal, vencido o impacto inicial do seu reconhecimento, serão capazes de produzir uma sociedade muito mais equalitária, desfrutando de poderes hoje só utilizados muito timidamente e em escala muito reduzida.