PROFESSOR OCTÁVIO MELCHÍADES ULYSSÉA, FUNDADOR E REITOR
DAS FACULDADES "ESPÍRITA" DO PARANÁ - UNIBEM, EM PLENO
CUMPRIMENTO À SUA NOBRE E
ÁRDUA MISSÃO DE EDUCAR.
1 - PSICOCINESE
Definitivamente
nosso pensamento está separado do objeto da sua representação. (2a
Lei da Parapsicologia). A relação existente entre ambos, isto é, entre o
pensamento que significa o objeto e o objeto em si, eu chamei de LINK.
O LINK não é uma relação física entre as duas formas de
apresentação da realidade, a mental e a material.
Poderia ser chamado alternativamente de conexão
informacional - quântica (Horta Santos), de paralelismo
psicofísico (Freud), de concomitância dependente
(Jackson), de realidade dobrada (Bohm), de interação iota
(Ronaldo Dantas), de sistema compósito (Everett) etc...
No estudo das funções da onda das partículas livres do
espectro contínuo de energia positiva, que não interajam
com potenciais reais, admiti serem elas a expressão mais
pura dos elementos mentais, os PSICONS - ONDAS,
geométricos e espaço - temporais, com suas relações de
velocidade mais rápidas que a luz (velocidade de fase)
na Física Quântica Relativista (hiperdimensão, que não é
o chamado quadriespaço de Minkowsky).
Como Saussure, passei a aceitar que o Link admite além
de
1) - sua realização objetal como matéria, também sua
expressão em termos de
2) - objeto significado (signo ou significação).
Tanto em 1) quanto em 2) produzir-se-ia uma rotação de
-90º no pensamento (função de onda PSICON), já que, simplificadamente, este LINK de - 90º seria
o
retorno à matéria.
Isto, embora ocorra sempre potencialmente, só é
permitido manifestar-se, de forma clara, sem danos à
personalidade de quem o faz, pelo agente PSi confiável,
ou por simulações provocadas dos fenômenos paranormais.
Suponho eu que para a própria integridade do EGO, para
pessoas e para a existência de animais,
plantas e objetos, cada vez em menor intensidade
respectivamente, exista uma resistência ao LINK.
Deve ser salientado que tanto o PSICON como a função de
onda livre, isto é, a mente, viaja a velocidades maiores
que a da luz.
Os PSICONS são um vácuo em que os pensamentos ou mentes
tornam-se indistintas, a não ser por suas velocidades ou
frequências. Pessoas e seres não se diferenciam ao
nível do pensamento que é sempre um vazio de sintaxe.
Eles se diferenciam pelos seus sistemas nervosos, por
seus códigos, transmissão e evolução genéticos, por suas
localizações espaço - temporais ou por seus
desenvolvimentos físicos, ainda que sociais, para os
seres mais evoluídos, todos estes aspectos
exclusivamente materiais. Resumidamente, a
diferença entre os seres é material e não mental.
Assim como o próprio Einstein deu um salto das equações
de Lorentz para a expressão da energia da matéria, assim
como Cavendish, à semelhança de Coulomb, mediu a
constante gravitacional de Newton que se repetia a cada
tomada comparativa de pesos diferentes, também Saussure
encontrou que a significação ou signo é a relação, em
termos de informação e de comunicação, entre o
pensamento e o objeto.
Devo dizer que na teoria psicônica do pensamento não há
estado misto entre PSICON E MATÉRIA ou, de outra forma,
a significação ou o signo não está associado a qualquer
função de onda real. Lembro, todavia, que a própria
função de onda PSICON, complexa quando expandida em séries de
Taylor, incorpora uma fase real (cos) plana e uma fase
imaginária (sen) também plana. Neste sentido, a significação
seria o próprio PSICON (o leitor poderá proceder a esta
transformação (de Moivre) com conhecimentos mínimos de
matemática).
Feitas estas duas ressalvas, ao se verificar que
materialmente a sintaxe se opõe à entropia, fato
reconhecido por todos e que é necessário para que o
objeto exista materialmente, encontra-se uma segunda
conexão, que anteriormente coloquei como 1), ou LINK:
entre o pensamento e objeto como massa e não como
sintaxe.
É a PSICOCINESE. Com a noção de partícula livre,
se supusermos uma ação psicocinética sobre certa massa,
chegaremos às equações de energia de Einstein e Dirac
(Partículas e antipartículas), sem uso de qualquer outro
artifício a não ser a PSICOCINESE. Do ponto de
vista quântico, a linearização do PSICON - ONDA para
PSICON - PARTÍCULA, através da aplicação da comutação
infringindo as incertezas de Heinberg, ou, do ponto de
vista relativístico, a mera constatação do salto de
Lorentz a Einstein ou mesmo a aplicação de um necessário
operador de criação de matéria, trazem uma explicação,
de maneira geral, à PSICOCINESE. Tem-se assim o
que se chama de PSICOCINESE com enfoque quântico
relativístico.
É claro que estas características teóricas são muito
abstratas e gerais e além de perfeitamente sujeitas a
críticas, são de difícil aplicação a casos específicos.
Mas este é um defeito geral das teorias.
Finalmente, assim como há, nesta teoria, uma resistência
à significação, há também uma resistência à PSICOCINESE.
Caso não atuasse tal resistência, (que chamei RHO
enquanto a resistência à significação chamo de PHi desde
1979), em particular o sistema nervoso,
iriam disparar em movimentos aparentemente aleatórios e
descompensados,
como estados excitados de recrutamento elétrico
(epilepsia grande mal), ou POLTERGEIST, no caso de uma
"externalização" epilética ou mesmo pela ação pura do
vácuo semântico sobre os objetos (caos) sem o
correspondente equilíbrio sintático. Pode ser que a epilepsia seja
oriunda da PSICOCINESE para o caso de sensível suspensão elétrica
das barreiras resistivas do sistema nervoso à
PSICOCINESE potencial. (Conceito original de Rosa
Borges, equivalente à total anulação do LINK pela
resistência RHO, devido à ausência de matéria: pode ser
chamado anti – morte). Os fenômenos deste tipo
foram estudados por Ronaldo Dantas que, entretanto
estava supondo apurar uma ação eferente do sistema
nervoso sobre os objetos, hipótese diferente da aqui
colocada mas que deve ser considerada. Horta
Santos, antes de mais nada, admitia que a PSICOCINESE
era também informacional, aproximando-se bastante da
teoria dupla dos PSI CANS e das resistências à informação e
à psicocinese separadamente (para efeitos didáticos) que foi aqui descrita em
termos gerais.
2 - TELEPATIA
Outro fato a se considerar é que o pensamento em algo,
por ser diferente deste algo, caso este seja material
(ou mesmo imaterial até um certo nível de percepção, como
as emoções, a vontade etc...) não tem nenhuma das
características daquilo que é representado: massa,
tempo, radiação, luz, eletricidade, odor, som, sensação etc...
Parece coisa de criança mas a nossa comunicação com o
ambiente é feita na suposição de que estamos sendo
corretos e que estamos espelhando o próprio objeto da
atenção. Por conseguinte, nas comunicações físicas
que só se ligam ao pensamento pela via não sensorial, a comunicação semântica não é a palavra, escrita,
falada, gravada, não é a imagem física de uma
fotografia, nem uma onda sonora, não é o símbolo, o
idioma, a língua ou o gesto feitos.
"Paralelamente" a estas comunicações sintático
- significantes, as
comunicações intelectivas são semânticas e não possuem
nenhuma característica daquilo que é comunicado
A este fenômeno de comunicação e de informação dá-se o
nome de TELEPATIA e está claramente relacionado à
resistência PHi à significação da sintaxe que organiza
fisicamente a matéria e que também adequa-se a ser o
substrato anti - entrópico do pensamento.
Formações mentais e seus agregados, constelações, ou
arquétipos são e foram estudados por Jung e psicólogos
profundos, já ao nível das significações que como visto
ficam implícitas no próprio PSICON. Freud e Lacan
construíram o Herói arquetípico do ponto de vista
edípico. Tais formações intelectuais são
claramente transmitidas sem meio material estando além
do espaço, do tempo e da massa, como supõe Freud
especificamente para seu inconsciente (individual e
potencialmente fálico e edípico). Devemos nos
lembrar todavia que fases anteriores ao nascimento não
foram estudadas por Freud mas podem ser perfeitamente
reveladas em casos de hipnose e nas chamadas Terapias de
Vidas Passadas - TVP.
O conhecimento do feto dá-se por via extrassensória,
fugindo completamente da psicanálise, embora isto não
signifique que a psicanálise não pressuponha esta via
telepática como vimos neste item, logo acima.
3 - PRECOGNIÇÃO E CLARIVIDÊNCIA
Vimos que a transmissão intelectual independe do meio
material da comunicação, caso da TELEPATIA. Dito
de outra forma, é uma transmissão sem sinal físico, mas
que mantém igualmente uma relação de LINK com o meio
sensorial. Esta idéia em si pode ser estendida ao "tempo",
que então, por ser imaginário, "caminha" para frente,
caso da PRECOGNIÇÃO ou para trás, RETROCOGNIÇÃO, ou
simplesmente reflete, na dependência das condições do
sistema nervoso, o fato "presente": a SIMULOGNIÇÃO ou
CLARIVIDÊNCIA. Deve ser notado que o que se move
para frente, materialmente, para o "futuro" são os
registros evolutivos da evolução entrópica, mesmo após a
morte, seja termodinâmica ou estatística (probabilística),
variando apenas a concepção de fechamento ou abertura,
ou amplitude, de sistema. A tendência entrópica
irreversível dos sistemas fechados, ou a tendência
temporal material das estruturas internas dos sistemas
de evoluírem para estados de maior probabilidade é uma
característica que pode definir a direção do tempo da
matéria. Mas o PSICON (pensamento) viola tal
princípio material e informa a matéria sintaticamente.
Sendo assim, por ser imaginário o tempo do pensamento e
por criar a informação sintática de Sanssure, como já
visto no item 1 - PSICOCINESE, torna perfeitamente
viável a PRECOGNIÇÃO e a CLARIVIDÊNCIA. A
distinção entre ambas fica sendo apenas uma junção da
capacidade de definição, ou do poder de resolução
temporal dos sistemas nervosos. Igualmente ao que
acontece com a TELEPATIA, a percepção do futuro precisa
ser dificultada por uma reação variável, no caso a função
PHi, evitando assim que a projeção do porvir interfira
nas atividades humanas do cotidiano e possa criar
pressões insustentáveis sobre o aparelho nervoso, como
uma hipermnésia do futuro.
Para o tempo mental exclusivamente, por ser imaginário e
antientrópico, torna sem sentido qualquer referência
quanto à direção. Há violação explícita das noções
relativistas de passado e futuro absolutos descritas
erradamente na teoria como "cone de luz de Einstein" (na
teoria não é um cone de luz: é uma pirâmide de luz, errada).
A teoria do estado quântico relativo de Everett e seu
consequente universo de mundos paralelos, pela ausência
de colapso do vetor de estado e existência de sistemas
mistos observador - sistema, resolve a questão do livre
arbítrio e do destino. Mas a teoria dos PSICONS
implícita o multiuniverso em sua abordagem
hiperdimensional, apenas admitindo que as funções de
onda ortogonais estão defasadas de 90º e que podem ser
expressas por universos tridimensionais contemplados entre as
velocidades nula e da luz para cada dimensão.
Confesso, entretanto, não ter feito ainda uma síntese
matemática entre a Teoria de Everett e a dos PSICONS.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
O leitor desta pretensa síntese poderá estranhar o fato
de que tanto o escritor como o leitor estão utilizando
os meios materiais nesta nossa comunicação.
Na minha concepção parapsicológica, estes meios são
vitais aos seres. São barreiras parciais ao LINK.
Mas, a significação do objeto pensado e a suposição
de que aquilo que é pensado é igual ao pensamento dele
não são essenciais para a existência material
tridimensional. Esta "crença" tem o mesmo
movimento da significação. Mas é uma premissa, uma
admissão a priori que não tem respaldo físico.
Debaixo de tal crença o que necessariamente deverá haver
é um movimento contrário, resistente ao movimento da
significação, ao LINK.
Se não fossem tais "filtros", o pensamento iria diluir-se
no objeto representado com evidente prejuízo por
exemplo, à integridade do EGO. Os seres passariam
a ser robôs caóticos, sem pensamento, pois este estaria
chapado à realidade, a ações exclusivamente
mecânicas, automáticas, reflexas e entrópicas, que não
justificariam a própria auto-nomeação.
Finalmente, devo acrescentar ser cômodo ao ser humano
acreditar, ter vontade que seu pensamento seja a
realidade. Isto configura uma alienação por
reificação, generalizada. Embora eu saiba disso
com clareza total, sou obrigado (a não ser em situações
em que ocorre o fenômeno PSi) a resistir ao LINK.
Mas, admito que tal crença seja é bem-vinda sob certo ponto de vista,
assim como qualquer crença em que repousa a fé.
Contudo, sua superficialidade pode, por outro lado,
originar problemas sérios por equívoco, quando é usada
como máscara substitutiva da situação que ocorre de fato
como necessária à permanência do ser. Talvez, por
isso, o descaso quase absoluto das pessoas e a
incredulidade dos céticos com relação aos fenômenos
paranormais, não acho que só por conveniência mas também
por vício no status quo. Haveria, se o fato aqui
apresentado fosse do domínio geral, perda subjetiva do poder de
opinar por si.
Entretanto, no lado benéfico, as pessoas iriam transformar-se nos
pequeninos grãos de areia que compõem o todo coletivo
mesmo porque, futuramente, as forças potenciais do
fenômeno paranormal, vencido o impacto inicial do seu
reconhecimento, serão capazes de produzir uma sociedade
muito mais equalitária, desfrutando de poderes hoje só
utilizados muito timidamente e em escala muito reduzida.