Eu nunca fui uma criança normal.
Utilizei esta frase em meu livro Esperança Sem Fim
para tentar explicar a minha visão do mundo e das coisas
que eu via quando garoto.
Para que todos compreendam o conteúdo deste texto decidi
compartilhar uma história que aconteceu comigo há muito
tempo.
Quando criança por volta de quatro anos de idade houve
uma noite que resolvi ir até o portão de minha casa, na
época eu morava em uma casa com um quintal bem grande,
só sei que nunca tinha ido lá à noite, quando me
aproximei do bendito portão, vi algo se mover, como
estava muito escuro não pude ver direito, movido pela
curiosidade voltei a andar só que agora vagarosamente e
chegando bem pertinho, surpresa! Era uma
borboleta, mas podia acreditar em meus olhos, acontece
que não se tratava de uma borboleta normal e sim de uma
borboleta gigantesca como eu nunca havia visto, tentei
pegá-la, mas nesse mesmo momento ela voou me dando o
maior susto.
Aquele episódio ficou marcado em mim e ao mesmo tempo
ensinou-me que havia muitas coisas no mundo que eu
desconhecia.
Após um tempo minha vovó me disse que eu vira uma
borboleta bruxa, assim que as pessoas da minha cidade as
chamavam.
Contei esta estória, pois, através dela pude me preparar
para o que viria por ai.
Dizem que as crianças por estarem intimamente ligadas à
natureza e pelo estado de pureza em que vivem podem
perceber e até ver coisas que nos adultos não podemos.
Tenho certeza disso, pois, inúmeras vezes pude
presenciar eventos incompreensíveis ou simplesmente
bizarros.
Em uma dessas vezes me lembro de estar brincando de
esconde-esconde com meu primo e uns amigos, chegou minha
vez de me esconder e eu resolvi me esconder em um
corredorzinho que guardava bicicletas.
Corri o mais rápido que pude e fui entrando no corredor
quando olhei para frente e meus pés travaram.
Havia algo ali, não sei dizer exatamente o que era, mas,
parecia irradiar luz, eu queria sair dali, mas minhas
pernas não me obedeciam.
Sempre tive um instinto de sobrevivência muito grande e
naquela situação comecei a pensar muito rápido, olhei
para o chão e me apavorei em ver que aquela coisa não
tinha pernas, ela tava flutuando.
Não sei de onde retirei forças só me lembro de recuperar
os movimentos das pernas a sair correndo e gritando.
Com medo de ninguém acreditar em mim nunca contei as
coisas que via quando era criança mais agora depois de
encontrar pessoas que viram coisas semelhantes não me
sinto tão anormal.
Hoje em dia não mais vejo estas coisas porém nunca perdi
minha intuição, consigo sentir situações boas ou ruins
que irão ocorrer comigo ou com alguém que eu amo além de
também sentir a presença de alguém que tenha a intenção
de se aproximar de mim bem antes dela chegar em mim.