RELATO Nº 1 DE VERA LEITE
"O CASO DAS FOTOS"
Vera Leite
Março de 2009
Um adeus em forma de coração? E o que
fico a pensar... porque, quase que todas as vezes que lavo o quintal e
justamente onde o falecido gostava de ficar sentado em sua cadeira de balanço,
olhando a rua e às vezes esperando os filhos chegarem, onde gostava também de
apreciar os beija-flores vim beber água, aparece um coração em forma d' água.
Esta parte custa a secar toda o quintal fica mais ali, aquele espaço, parecendo
um coração, fica por muitas horas.
Lembro-me agora
que no dia do sepultamento, a filha dele cantava uma música do Roberto Carlos
que diz:
"Já está
chegando a hora de ir, venho aqui me despedir e dizer, em qualquer lugar que eu
andar vou lembrar de você, só me resta agora dizer adeus, e depois o meu caminho
seguir, o meu coração aqui vou deixar, não ligue se acaso eu chorar mas agora,
adeus!"
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COMENTÁRIO
SUCINTO SOBRE "O CASO DAS FOTOS" DA VERA. - Sarti
1 - Sobre as
FOTOS
Foram batidas em
02.01.09, pela própria Vera, atendendo a meus pedidos insistentes. Após o
falecimento do seu marido, a Vera constatou, sempre após as chuvas, o
aparecimento no solo de um desenho semelhante a um coração, no mesmo lugar do
piso do seu quintal.
As
irregularidades do terreno cimentado explicam a formação do desenho.
Cessada a chuva, a água evapora ou é absorvida pelo solo poroso e desaparece;
após algum tempo o desenho se desfaz.
2 - Sobre a Vera
Conheci a Vera
na década de 80 quando eu era pesquisador e ela secretária do IPRJ (Instituto de
Parapsicologia do R.J.)
Sempre
mantivemos ótimo relacionamento e, embora não fosse essa a minha intenção, pude
perceber características muito gerais da personalidade da Vera, algumas das quais
cito abaixo:
A - Dava-se
muito bem com os colegas de trabalho, independente de sua hierarquia. O
Instituto, pela liberdade de expressão de pensamento que mantinha internamente,
permitia que as pessoas se colocassem à vontade, favorecendo a percepção
mútua das qualidades e defeitos dos membros da organização.
B - A Vera,
durante anos, não demonstrou, para mim, nenhum desvio de conduta; ao contrário,
denotava seriedade, pureza de sentimentos, atividade e vividez intelectual e uma
certa ingenuidade.
Nunca recebi do
corpo funcional do Instituto qualquer comentário que desabonasse seu
comportamento como amiga e como profissional, ao contrário.
C- Só
recentemente pude saber que a Vera sempre produziu e vivenciou fenômenos Ψ,
estranhos, e que estes a rodeavam, embora fossem involuntários.
Eventualmente tais fenômenos a sensibilizavam com medo, amor, alegria, saudade,
tristeza, gratidão etc, mas, por seus relatos nunca catatimicamente ou com
prevalência da emoção sobre o controle intelectivo. Ela não revela
atualmente preferência religiosa, embora acredite em Deus, mas conheceu o bispo
Macedo no início da carreira de pregador evangélico e frequentou sua igreja por
10 anos além de participar algumas vezes dos centros espíritas "Aprendizes do
Bem" - e "Thiago Apóstolo" onde foi considerada médium desenvolvida.
3- Sobre o
possível fenômeno Ψ.
As fotos e a
descrição da própria Vera tornam quase inequívoco que estabeleçamos uma relação
de ocorrências entre cadeias causais distintas!, mas, relação esta que foge
totalmente ao domínio da Ciência Oficial pois:
- fora do tempo.
- sem lógica
aparente
- sem relação
material que una os eventos centrais, a não ser a própria Vera. Seu
relato, todavia, a isenta de influência física no fenômeno, a não ser que
houvesse uma dissociação de personalidade pós-traumática, com ação inconsciente,
hipótese
levantada pelo Ronaldo Dantas, mas que eu rejeito do ponto de vista
psicopatológico, embora deva ter ocorrido alguma alteração no campo das
representações e das emoções, mas sem atuação qualquer no mundo físico. Em
outros termos, ela não poderia ter alterado, após a morte do marido,
propositalmente, a textura do cimento que já estava lá há algum tempo sem
formar desenho algum que lhe chamasse a atenção. O Ronaldo Dantas, como os
leitores sabem, é parapsicólogo e cientista e tem por hábito aventar as
possibilidades que possam inviabilizar o fenômeno Ψ antes de começar a
estudá-lo.
Assim, destaco
no relato da Vera quatro pontos principais em função das suas naturezas
existenciais:
ELEMENTOS DO FENÔMENO |
NATUREZA DA EXISTÊNCIA |
O
coração formado no solo |
física |
A Vera |
psicofísica |
O ex-marido |
falecido (?) físico |
A letra da música do
Roberto Carlos |
física |
Com estes
elementos centrais poderíamos dar as seguintes interpretações:
- Pelo
Espiritismo: o espírito do ex-marido agiu sobre o solo e deu-lhe o formato de um
coração que significa amor.
- Por Jung:
houve uma conexão acausal em situação arquetípica por "abaixamento do nível
mental" (Janet) da Vera, com serialidade e inércia kammerianas consubstanciadas
pela música do Roberto Carlos.
- Pela
Parapsicologia: ação cinética da mente da Vera sobre a matéria, o chão:
PSICOCINESE..
- Pela Física
das causas locais: as cadeias dos elementos se relacionaram no passado.
Em qualquer das
interpretações, talvez à exceção da última, algo não físico, intangível,
irrepresentável e irredutível à emoção, participou da ocorrência.
Este algo tem as características do pensamento e da memória (pensamento do
passado). Eu o chamo informação semântica, o componente do pensamento ou
PSICONS. Os PSICONS são hiperdimensionais e movimentam-se mais rápido que
a luz em tempo imaginário matemático. Em outros termos, aquilo que
representa alguma coisa está fora da dimensão do objeto da representação.
Ou, segundo Horta Santos, "o programa está fora do display". Em última
análise, o pensamento transcende a matéria! (2a LEI DA
PARAPSICOLOGIA). |